20- Vândalo

8.1K 907 141
                                    

Estamos tomando banho na minha banheira, um passando sabão no outro e ai eu tive uma epifania e fiquei pensando no meu encontro com o Luiz na praça e lembrei que veria ele no jantar e isso me fez perceber que ele e o Henrique tiveram uma história.

Eu bem sei que o Henrique não ia me trocar por ele, porque fala sério, eu confio no meu taco... literalmente.

- Amor... Fala da sua relação com o Luiz? - Pedi enquando fazia carinho no meu bebê após toda a nossa maratona de sexo.

- Não tem o que falar... - Ele desconversou.

- Eu vou me sentir inseguro de não saber nada sobre vocês e ter que vê- lo na casa dos seus pais. - Avisei, ele suspirou e concordou.

- Na verdade, realmente não tem muito que falar, de verdade! Logo quando eu me descobri eu tinha um crush por ele, então eu sentia uma paixãozinha desde moleque. Crescemos juntos, frequentamos o mesmo colégio e eu nutri cada vez mais sentimentos. - Explicou Henrique cauteloso. - O meu pai queria que fôssemos bem próximos por nossas famílias. Os pais dele são grandes amigos dos meus. 

- E ele sempre foi só o seu amigo... - concluí compreendendo.

- Ele nem me dava bola nesse sentido e por causa dos meus pais eu não podia me afastar. Um dia ele me chamou para ir ver um jogo de um amigo no clube, eu estava todo encantado por ter um "encontro" com ele... Mas nesse dia eu vi você saindo de um treino de natação. Você é o tipo de pessoa impossível de não notar mesmo na multidão, o centro das atenções. Eu fiquei com você na cabeça e depois teve o nosso primeiro dia de aula, e uau, você estava lá! Eu te reconheci de cara, sempre no centro das atenções.

Ele parou para respirar e eu estava sorrindo imaginando o meu bebê me admirando. Ele continuou:

- Eu entrei na faculdade já me assumindo gay, para ver se você me dava ao menos uma olhada - ele piscou para mim - foi ai que eu entrei no time de natação. O Luiz sempre disse que não poderia me corresponder e naquele momento eu segui em frente, segui em sua direção. Quando ele viu que eu segui em frente ele titubeou, se arrependeu, e repentinamente eu era "o amor da vida dele", você estava em processo de aceitação e nós começamos a ficar mais próximos, ele veio com uma história furada de que me queria e que estava arrependido, mas ai, eu não sentia mais nada... - Henrique mordeu meu lóbulo e me fez estremecer, esse garoto conhece mesmo todos os meus pontos fracos. - Você havia dominado completamente a minha mente, apesar da sua teimosia. Você me deu muito trabalho!

Peguei o sabão da mão dele esfreguei nas mãos e punhetei nós dois ao mesmo tempo, nossos caralhos ficaram se esfregando deliciosamente.

- Você acha que os seus pais vão gostar de mim? - Encostei as costas na borda gelada e continuei com os movimentos, Henrique teve que se concentrar para me responder.

- Amor, é impossível não gostar de você. - Disse ele e gemeu.

E mais uma vez nossos gemidos foram os únicos sons que emitíamos até chegarmos ao orgasmo, nunca era uma simples gozada, com ele era mais intenso que isso.

***

Quando eu desci do carro do Henrique, já que infelizmente o meu havia virado ferro-velho, a primeira coisa que fiz foi tremer na base com a ostentação daquela família.

Calma, Vinícius - mentalizei - o seu namorado é um playboy, mas você não precisa tremer só porque os pais dele podem comprar o seu fígado ainda dentro de você no mercado negro. Deixamos o carro em uma vaga na frente da casa e eu vi outro carro ali, deve ser do Luiz, eu senti vontade de esvaziar um dos pneus, espera ai... por que eu ainda não fiz isso?

- Amor, esse carro é do Luiz? - Perguntei com um sorriso maquiavélico, ele fez que sim com um sorriso confuso no rosto - então me espera aqui rapidinho...

Ele ficou rindo quando eu tirei um dos pinos e o pneu foi murchando, não deixei completamente vazio, não sou tão malvado, ou sou.

- Vamos entrar, seu vândalo!

Henrique abriu a casa com a chave dele, ele ainda estava gargalhando até que vemos os seus pais sentados no sofá. Os dois se levantaram e sorriram aparentemente amigáveis. Mas o outro ser, o Luiz, me pareceu muito irritado com a minha presença. Ele finalmente se levantou e abraçou o meu homem de uma forma muito íntima.

- Que saudade, Rique. - Disse ao pé do ouvido.

Era para eu ter furado todos os pneus no carro desse imbecil! Ou talvez arrancado o para-briza... ou o fígado dele.

Meu namorado se livrou dos seus braços com um olhar irritado, muito irritado, o Luiz recuou vermelho de vergonha e virou o seu olhar para mim, ele estendeu a mão para mim e tentou apertar, mas aquele playboyzinho não tinha a menor força e eu devolvi o aperto com muito prazer, quando soltamos eu vi ele abrir e fechar a mão para esticar os ossos.

- Boa noite, Sr. e Sra. Nobre, o Henrique me falou muito bem de vocês, é um prazer finalmente conhecê-los - sorri o meu sorriso mais encantador e vi eles retribuindo. Olhei para o lado e o Luiz me encarava furioso, ele viu o chupão que orgulhosamente fiz no pescoço do meu boy.

Que os jogos comecem!

Um Hétero Quase ConvictoOnde histórias criam vida. Descubra agora