12- Garoto dos Olhos Verdes

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Hoje eu descobri algumas coisas então  vamos aos fatos:

✔Meu nome é Vinícius. 

✔Aquela loira bonita que não desgrudava daquele cara de olhos verdes, é a minha irmã, Diana. 

✔O garoto dos olhos verdes se chama Henrique, apesar de saber que eu continuaria chamando ele de garoto de olhos verdes secretamente. 

✔Eles dois não são namorados.

✘E isso é tudo. 

Eu não consegui muitas outras informações sobre mim mesmo ou sobre qualquer outra pessoa ligada a mim, pelo menos por enquanto, o médico achou melhor não bombardear meu cérebro com muitas informações de uma vez, disse que eu deveria ser cauteloso, mas eu poderia não lembrar de quem eu era, mas uma coisa eu já havia percebido sobre mim: eu era inquieta e irritantemente curioso sobre aquele cara de olhos verdes. 

No hospital houve uma constrangedora hora de decidir quem iria passar a noite aqui para me fazer companhia, a minha recém descoberta irmã se ofereceu, mas todos sabíamos que ela podia ser a opção mais obvia mas não a mais eficaz, já que ela não poderia fazer muito sobre ajudar seu lindo irmão no banho pois sou mais alto, mais forte, mais gostoso e estou com uma perna quebrada. Esse foi o argumento vencedor do garoto de olhos verdes para ser ele a ficar - é claro que ele não disse a parte do mais gostoso, mas eu acho importante deixar isso em evidência. 

Ela foi buscar uma mala com algumas roupas e outras coisas necessárias e eu fiquei fazendo perguntas ao Senhor Olhos Verdes, mas ele parecia querer seguir as ordens do médico sobre me poupar de muitas informações. 

- Eu tenho uma namorada? - Pergunto.

- Não - ele responde.

- Quem são os meus amigos? - Perguntei após fazer muitas perguntas e não ter muitas respostas concretas. 

- Eu só conheço um, o Marcos, ele parece ser legal, mas tem um boato de que vocês estão brigados, eu não sei o motivo... - essa foi a maior informação que ele me deu até o momento. 

- Nós dois somos amigos? - Apontei para ele e depois para mim cansando de tentar entender quem ele é para mim.

- Não exatamente... - foi reservado. 

- Você precisa me contar alguma coisa! - Eu exigi. 

- Tudo bem, eu ou contar - ele soltou parecendo um pouco cansado - Você é gay! 

Sim, isso explica muita coisa, tipo muita. Ele me olhava com os olhos arregalados e eu só sorria. 

- E você- 

Iniciei a pergunta mas nesse momento a Diana apareceu com uma grande mala de rodinhas. Já percebi que ela é um tantinho exagerada, magina, nada grave. 

- Oi, meninos! Eu trouxe algumas roupas para os dois.

Ela sempre tinha que sorrir com tanto entusiasmo? Google pesquisar...

- Para mim também? - O Senhor Olhos Verdes parecia surpreso.

- Claro, c- Ela se corrigiu rapidamente - Henrique, eu achei algumas no apartamento.

Isso era uma coisa que eu precisaria perguntar a ele quando estivéssemos a sós, parecia significar muito mais do que ela deixou transparecer com o seu sorriso nunca vacilante.

Diana se despediu rapidamente dizendo que estava deixando o meu apartamento pronto para me receber novamente assim que eu me recuperasse, o que, segundo ela, não ia demorar muito, ela chegou a soltar um comentário estranho: com todo esses cuidados, impossível não ficar bem!

Eu entendi o que ela quis dizer quando eu vi o Henrique separar algumas roupas e levar junto com alguns produtos de higiene para o banheiro, depois posicionou a cadeira de rodas e me ajudou a sentar sem muitas dificuldades, ele era muito cuidadoso e organizado.

Observando os seus cuidados eu fiquei imaginando novamente o nosso grau de proximidade. Ele seria o meu namorado? Qual é? Ele tinha que me pertencer de alguma forma, porque tipo, a gente forma um casal muito lindo, eu sou bonito e muito gostoso e ele é fofo e lindo, sabe? A gente daria certo numa boa.

Eu só espero que ele não seja hétero! (O jogo virou).

O banheiro do hospital era grande e uma cadeira de rodas entrava lá sem problemas. Ele me despiu e eu tentava pensar em como era o meu apartamento, como era o meu melhor amigo e como era a minha relação com os meus pais, eu tentava pensar em tudo menos na minha situação. Eu estava um tempo no hospital, perdi alguns quilos e estava roxo em alguns pontos doloridos do meu corpo, tipo, eu não estava NADA sexy e eu não quero parecer medíocre perto daquele cara de intensos olhos verdes, ele era lindo.

- A onde a gente ia quando o acidente aconteceu? - Perguntei do nada. 

Ele me encarou por um tempo, provavelmente surpreso por eu saber que estávamos juntos no momento do acidente e respondeu:

- Íamos visitar o seu pai - Ele disse triste. Ficamos em silêncio e ele tocou o meu rosto com cuidado. - Fiquei com tanto medo de você morrer... 

- A gente namora? - Perguntei o que eu realmente queria saber. 

Um Hétero Quase ConvictoOnde histórias criam vida. Descubra agora