Capítulo VII - Protegida

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Eu chorava tanto que soluçava, não tinha ninguém na residência e tudo que vinha a minha cabeça era o fim disso tudo, que essa dor poderia acabar em segundos se eu agisse. 

Era como se eu tivesse sido levada por algo, por alguém, por um sussurro no ouvido me dizendo pra fazer sem pensar. Subi as escadas cambaleando, andei casa adentro como sonâmbula, subi as escadas ouvindo o som do piano ecoando as paredes, era como se eu soubesse o que fazer, como se estivesse escrito, como se fosse certo, e eu estava indo. Na mesa de meu pai no banheiro, tinha uma navalha, nunca havia visto antes, nunca vi mais brilhante. Encostei-a no pulso, respirei fundo concentrando toda minha dor, acreditando que tudo aquilo ia passar, cortei um pedaço de carne e o sangue escorreu, a dor era intensa, mas tudo dentro do meu peito ardia, e aquilo poderia ser minha dor final. 

Eu sentia algo no alcance dos meus ombros me dizendo para terminar aquilo logo antes que piorasse, e meu maior medo não era tirar minha vida, era que aquela dor realmente piorasse. 

Antes que eu terminasse de cortar meu pulso, aquele homem arromba a porta do banheiro, me fazendo soltar a navalha pelo susto, eu estava ensanguentada e em prantos no chão apoiada na banheira.

- Katherine, NÃO! - Ele me pega nos braços e eu caio em si, como se acordasse de um sonho e sem resistir apago ali mesmo.

Acordo em desespero na minha cama, meu pulso doía tanto, estava com curativos. O que eu tinha feito comigo mesma? O que me deu na cabeça? Eu lembro perfeitamente quem havia evitado que algo de ruim me acontecesse. Mas como ele sabia disso? Ao meu lado, outra rosa, o cheiro estava ali, e dessa vez, outro bilhete:

"Low and behold, baby

These are the things you make me do

Katherine Wheel I'm burnin' for you.."

Hermanni

Ele havia assinado dessa vez, peguei o bilhete e o cheirei, rosas.. Era como se ele ainda estivesse ali..

Funeral dos CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora