Episódio 20

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                                                                                           Último episódio  



                Os blindados do Operacional Unificado dos Condomínios conseguiram, afinal, cercar o veículo pilotado por Bazu. Um dos helicópteros de combate baixava sobre ele, levantando poeira, para cegá-lo. Uma descarga descomunal de projéteis foi disparada contra o veículo, praticamente destruindo- o. Pouco restava da carcaça metálica.

- Parem de gastar munição! – soltou a mensagem, o helicóptero. – Ele está fora de combate. Deve ter virado torresmo dentro dessa lata velha!

De fato, os veículos enviados pela segurança do condomínio eram muito mais modernos e bem equipados que os utilizados pelas delegacias. E, fosse como fosse, o alvo já não respondia aos disparos.

- Precisamos conferir! – retrucou, também pelo comunicador, o comandante da força terrestre. E deu ordem para que um grupo abordasse o veículo abatido.

O helicóptero parou a cerca de dez metros de altura, bem em cima do blindado, dando cobertura.

- Ele não pode estar vivo, cara! – disse o piloto, rindo, no comunicador.

O metal da carcaça externa do veículo de Bazu estava muito quente. Equipados com luvas e roupas especiais, os homens do Operacional o escalaram e, no topo, abriram a escotilha. Um dos seguranças pulou dentro do blindado e foi só então que enxergou o buraco na lateral interna da cabine, por onde Bazu escapara.

- Tem muita fumaça aqui dentro. Não estou enxergando direito, mas acho que... aquele desgraçado...! Atenção...!

As palavras do segurança foram cortadas por uma explosão que praticamente pulverizou o que restava do veículo e os homens lá dentro, tanto os que havia entrado nele como os que estavam no topo, junto da torre. Bazu com certeza sabia armar uma bomba de maneira a não deixar sobreviventes.

Mas, o efeito foi maior do que ele imaginara, já que estilhaços de metal foram projetadas, como se fossem arpões contra o helicóptero, acima do blindado, perfurando sua fuselagem.

O aparelho debateu-se no ar, tentando evitar a queda, mas já havia virado uma bola de fogo descontrolada, enquanto o piloto berrava:

- Vamos cair! Minha nossa! Vamos morrer!

O helicóptero despedaçou-se sobre dois blindados da força do Operacional Unificado dos Condomínios, causando outra explosão que matou todos os seus ocupantes. Outros blindados em volta foram atingidos pelos destroços, transformados em perfurantes projéteis incandescentes. Os seguranças os abandonavam, em pânico, expulsos pelo calor.

- Vai tudo explodir! – gritaram alguns, enquanto uma nuvem de poeira fervente e vapor de lama derretida elevava-se, queimando lábios, interior da boca, gargantas, traqueias, pulmões.

Bazu saltou de dentro de um prédio, onde se ocultara. Jogou fora o controle remoto que detonara a arapuca em seu blindado e engatilhou a metralhadora.

- Você queria ter estado comigo, garoto? Naqueles dias, não queria? Quando a gente atirava para tudo que é lado, e os idiotas só caíam. Como se fossem feitos de papelão. Vamos lá, garoto. Você está comigo agora! Mate! Mate!

Bazu penetrou na fumaça ardente. Sua metralhadora crepitava. Os seguranças tentavam responder aos tiros, sem enxergar nada em volta, e atingiam uns aos outros, enquanto o policial continuava atirando em qualquer vulto que se mexesse.

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⏰ Última atualização: Apr 17, 2016 ⏰

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