° KOMODO °

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" Porque não é brilhante

Estou magnetizado como alguém que não sente

Amor paralisado

Eu sei que você nunca vai precisar de mim" (Tom odell - Magnetised )



Eu me sento na cama com o peito subindo e descendo rapidamente. Minhas mãos tremem e meus olhos estão banhados por lágrimas. O suor desce pelo meu pescoço até o vale entre meus seios. Puxo minhas pernas de encontro com meu peito e respiro fundo. Sacudo a cabeça tentando apagar da minha mente esse pesadelo horrível. Olho pra Nixie e vejo seus olhos preocupados em mim.

- Foi só um pesadelo, desculpe se te acordei. – eu falo baixinho.

- Eu acordei com você se debatendo na cama e gritando de dor. – ela explica com cautela.

- Eu estou bem agora. – respondo erguendo minha cabeça.

- Você não quer me contar o que sonhou? Assim eu posso tentar te ajudar. - ela pede carinhosamente segurando minha mão em cima do meu joelho, acariciando-a com seu polegar...

- Não precisa, até porque eu não me lembro do que eu sonhei direito. – minto dando lhe um sorriso fraco.

Eu não posso dizer a ela o meu pesadelo. Ela ficaria com medo e assustada. Ela faria perguntas às quais eu não teria respostas.

- Tudo bem então. – ela diz, se encostando ao meu lado na cama.

Ficamos em silêncio por um tempo, sentindo o vento frio entrar pela janela, fazendo a cortina branca balançar de um lado pro outro. Meu corpo está pesado, dolorido como se tivesse corrido uma longa maratona. Estou de olhos fechados quando a sinto se mexer ao meu lado.

- Você está dormindo? – ela pergunta baixo.

- Não. – respondo.

- Como o papai e a mamãe reagiram com o meu sequestro? – ela pergunta com receio.

- O pai se mostrou no controle o tempo todo, mas eu vi o medo nós olhos dele o tempo todo, porque era como se eu tivesse me olhando no espelho. Já a mãe ela demonstrava medo e angustia o tempo todo, mas você sabe o quanto ela é durona e positiva. Em poucas horas cada um de nós morremos um pouco com o seu sumiço, era como se tivesse tirado todo o ar da Terra. – eu conto com o peito apertado de lembrar as horas de terror que passamos.

- Me desculpe... por favor. – ela pede com a voz chorosa.

Viro-me e pego suas mãos, fazendo-a me olhar. Seus olhos cor de esmeralda estão vermelhos. Seu lábio no canto esquerdo possui um pequeno corte.

- Não peça desculpas por uma coisa em que você não teve culpa. – eu praticamente a imploro.

- Eu achei que nunca mais fosse estar aqui novamente. Eu tive tanto medo, quando eu acordei sozinha naquele lugar. Pensei que morreria. – ela chora e a puxo pros meus braços.

- Isso nunca mais vai acontecer coração. Eu daria minha vida pela sua.

Depois de um tempo conversando acabamos caindo no sono novamente. Meu corpo e minha mente estavam tão esgotados pelo pesadelo que acabei dormindo até mais tarde. Quando eu acordei não tinha ninguém no quarto, por isso me levantei e fui direto pro meu me arrumar. Tomo um banho e visto uma calça preta de couro, uma blusa branca com uma jaqueta preta por cima e minhas botas de cano curto. Desço e encontro Raul, Sarah e Nixie na mesa tomando café.

Marcada pelas ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora