° GRÁ MILIS °

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" Se as coisas fossem do meu jeito, eu iria com você até o fim. Se as coisas fossem do meu jeito, eu te viraria do avesso." Body say – Demi Lovato


  O frio percorre meu corpo em uma rapidez tão grande que não consigo mais acompanhar, depois do longo tempo que estou aqui. Minhas lembranças, e emoções estão agitadas, e tempestuosas. As duas se juntaram para me deixar confuso e irritado. Eu não tinha um material de lembranças muito nítido da minha infância. As poucas coisas que me recordo são de algumas brincadeiras e pessoas que havia no orfanato. Depois que completei a maioridade, e tive que ir embora, foi como se no instante que pisei do lado de fora tais lembranças que tinha dali, se apagaram.

Os meses em que passei sozinho vagando de cidade em cidade, até poder finalmente chegar aqui, foi um tempo doloroso, onde vi e absorvi coisas que não me orgulho. Mas que, no instante em, que uma garota de cabelos claros, e olhos tão azuis quanto o céu invadiu a minha vida, tudo mudou. As lembranças que eu tentava apagar deram lugar a memórias doces.

Na tarde em que a segui pela floresta até a cachoeira, no instante em que a vi nadando no lago um sentimento de culpa bateu em mim, e voltei correndo para a cabana. Depois de alguns longos minutos eu a vi voltando, e já estava cansado de ficar daquela forma por causa de uma garota. Eu sabia que estava apaixonado por ela, mas a necessidade que eu tinha de fazê-la me amar da mesma forma, foi o ápice para puxá-la junto ao meu corpo e beija-la com toda a fome e necessidade que eu possuía. No começo ela pareceu assustada, mas em nenhum momento me afastou, ela apenas correspondeu timidamente. Suas mãos suaves subiram lentamente pelo meu peito até chegar a meu rosto, fazendo uma caricia leve, que me tirou um gemido rouco.

Aquilo parecia um sonho. Um sonho que por tamanha felicidade eu estava realizando. Minhas mãos viajaram por seu corpo repleto de curvas, apertando sua cintura com firmeza. Moldando seus suspiros e pequenos gemidos aos meus. Eu podia sentir seus mamilos eriçados, e por mais que eu quisesse possuí-la eu sabia que teria que ir devagar. Toda a felicidade que eu estava sentindo tomou asas e saiu voando pra longe assim que nos afastamos, colando nossas testas, e tentando recuperar nosso fôlego.

- Desculpa, mas eu não posso dar o que você quer, Declan. Isso é muito mais do que eu posso suportar.

Ela sussurra e a vejo fechar os olhos com força.

- Eu só quero o seu coração, pequena. Quero que me ame como eu estou apreendendo a te amar- sussurro contra sua pele, acariciando seu rosto.

Ela inspira e faz uma careta como se algo a tivesse machucando, logo uma única lágrima desce pelo seu rosto, e em seguida uma do meu, ao constatar o quanto ela era quebrada.

- Eu não posso te dar algo que eu não tenho. Não a coração, Declan, e muito menos amor dentro de mim.

Seus olhos estavam tristes quando finalmente me olhou, mas ainda assim havia uma pequena chama que iluminava ali. Seria uma árdua tarefa, mas eu teria paciência, eu a amaria sem pedir nada em troca. Tentaria trazer de alguma forma, algo que pudesse libertar essa escuridão que se instalou dentro dela.

- Não tem problema, minha fada. Eu te dou meu coração, te entrego ele em suas mãos para que cuide dele. Que sinta o tamanho do meu amor por você, apenas escute suas batidas aceleradas que ele dá em apenas ouvir seu nome. Entrego-te um coração cheio de falhas, que também já foi muito machucado. Mas que encontrou seu antídoto em seus olhos azuis, e na sua força. Só peço que não me afaste que apenas confie em mim. Sinta com ele como o amor pode nos trazer esperanças.

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Grá Milis- Doce amor

Marcada pelas ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora