Euforia

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Apartamento Lia e Katia, Nova York, 2013

-Não mãe, eu não estou namorando.- Já era a milésima vez que eu dizia isso a ela.
Desde que eu falei que levaria Pedro pra casa nas férias, minha mãe vem com essas perguntas sem nexo. Eu não estava namorando, e tampouco queria namorar, só levaria um amigo pra casa nas férias no meio do ano, não era nada demais.
Meu pai quase teve um infarto quando eu disse que passaria somente uma semana com eles e que na outra eu iria a Itália encontrar com a família de Pedro.
-Mãe, eu vou passar sete dias com vocês, é mais do que suficiente.- Falei com ela pelo telefone.
-Mas deveriam ser 13 dias em casa minha filha.
-Mãe, eu já combinei com o Pedro e não vou desmarcar. Vocês podem vir me ver sempre que quiserem e puderem, ele não quer ir pra casa sozinho então fizemos um combinado.
-Tem certeza de que ele não é seu namorado? Sabe se ele for você pode me falar...
-Mãe, ele não é meu namorado, já disse que insistência, agora tenho que ir, vou sair com a Katia pra comemorar meu aniversário.
-Tudo bem então minha filha, se cuida e não demore a ligar, meus parabéns minha querida, que hoje seja um dia especial, já compramos seu presente mais você só vai ganhá-lo daqui a um mês e meio que é quando vamos nos ver, eu te amo.
-Também te amo mãe, agora deixa eu ir que a Katia já está arrancando os cabelos, manda um beijo pro papai.
-Ok beijo filha.
-Beijo.
Desliguei o telefone e guardei o celular na bolsa sem paciência, essa mania dos meus pais já estava me incomodando, eu não estava namorando, eu teria contado. O que mais me deixava nervosa era a ideia de ouvir essa ladainha no Brasil, e o pior, Pedro estaria junto comigo, consequentemente ele ouviria isso tudo também.
-Anda Lia.- Katia gritou da sala e eu me apressei, peguei tudo o que eu precisava e sai.
-Ka eu preciso passar no shopping, não to tendo tempo pra nada e como hoje estamos atoa na vibe eu quero comprar os presentes dos meus pais, e alguma coisa pro Pedro de aniversário, já é mês que vem e a gente vai estar na casa dos pais dele, tenho medo de que não dê tempo de comprar por lá.
-Tá, vamos passar na ida então, por que quando chegar na casa da Phoebe ela não vai deixar a gente sair de lá nem tão cedo.
-De boa, pode ser.
Saímos de casa e pegamos um táxi pra ir a um shopping ali perto. Eu não queria demorar, então a primeira loja de eletrônicos que eu vi eu entrei. Comprei um laptop pro meu pai, e logo em seguida passei em uma loja de bolsas e comprei uma pra minha mãe.
O mais difícil seria o presente do Pedro, não sabia o que comprar. Roupas? Ele era terrivelmente insuportável pra roupas. Tênis? Ele tinha uns 20 pares. Boné? A parede do seu quarto era tomada por todos eles. Não tinha muito o que comprar pra uma pessoa que tem de tudo.
-O que você vai comprar?- Katia perguntou.
-Não sei não viu.
Passamos em frente a uma loja que fazia joias personalizadas. Aquilo me chamou atenção e eu entrei.
Depois de tirar algumas dúvidas com a vendedora eu acertei todos os detalhes do que eu daria para Pedro de aniversário.
-SÉRIO? Você vai dar isso mesmo a ele?- Katia perguntou sorrindo.
-Vou, acho que vai ser legal.- Sorri e me encaminhei para uma outra loja onde Katia comprou uma camiseta que ela jurou ser a cara de Pedro.
Depois de comprar tudo o que precisávamos, fomos direto pra casa de Phoebe. Quando chegamos ela já nos esperava na porta junto com Marcos.
-Até quem fim chegaram. Coloquem essas sacolas ai dentro logo e vamos.
-Ué, não íamos ficar aqui bebendo?- Eu perguntei sem entender.
-Aqui não, vamos ficar lá no Pedro, ele já ligou 500 vezes.
-Aquele filho da puta não me enviou nem um sms. Chegando lá eu arranco a cabeça dele.- Falei brava e entrei no carro de Marcos.
A casa de Phoebe era bem longe de onde Pedro morava, antes tivéssemos ido direto pra la, era mais fácil ir do meu apartamento pro dele.
-Deviam ter avisado né, minha casa é mais perto.- Falei fazendo bico.
-Deixa de ser chata menina.- Phoebe falou sem tirar os olhos da estrada.
Assim que chegamos a portaria do prédio de Pedro, nossa entrada já estava liberada, o porteiro carrancudo disse que poderíamos passar.
Subimos de elevador e logo as portas se abriram, mostrando uma sala toda coberta de balões pratas e  brancos. Uma multidão se encontrava ali, pessoas que eu nem se quer conhecia. Logo vieram me abraçar e me parabenizar. Depois que a multidão em minha volta se dissipou Pedro veio até mim.
-Então a senhorita queria arrancar minha cabeça?- Ele falou gargalhando.
-Lógico, nem uma mensagem de texto?- Falei brava.
-Aaaa estragaria a surpresa.- Ele falou e me puxou para um abraço, logo depois me deu um beijo na boca, beijo pelo qual eu não estava esperando.- Parabéns minha princesa.
-Obrigado.- Sorri
-Seu presente é mais tarde.- Ele falou me puxando pela mão.
Durante a festa Pedro não me deixou nem um minuto, sempre que eu olhava ao redor ele estava por perto, me beijando ou me abraçando, segurando minha mão ou dançando comigo.
Pra mim não teria nada mais perfeito, um aniversário perfeito eu cheguei a pensar certa hora, enquanto eu olhava todos se divertindo.
-Paradinha aí por que?- Pedro chegou me abraçando por trás.
-Só observando.- Falei encostando minha cabeça em seu peito.
-Hora do seu presente.- Ele disse, e saiu me puxando pra dentro de seu quarto.
Assim que eu entrei, vi um homem de luvas pretas com uma coisa de metal na mão.
-O que é isso?- Falei sem entender.
-O seu presente. Queria te dar algo para que lembrasse sempre de mim.
-Não pretendo me esquecer de você.- Falei.
-Eu sei mas.. Bom.. Não sei se você vai querer fazer mais pensei em fazer uma tatuagem, bom nós dois, que se completem sabe?- Ele falou coçando a cabeça.
-Ae? Tatuagem?- Cocei minha testa.
-Sim, mas se não quiser tudo bem, na verdade nem sei onde tava com a cabeça quando pensei isso, claro que você não vai querer fazer..
-Pedro..
-Vamos voltar pra festa.- Ele falou se encaminhando pra porta.
-Pedro? Quem vai fazer primeiro?- Falei segurando seu braço.
-Sério que você vai fazer?- Ele sorriu. O mais lindo do seu sorriso é que ele chegava nos olhos, eram poucas pessoas que sorriam com os olhos, meu pai dizia que era o sorriso mais verdadeiro de todos.
-Sério. Quem vai primeiro?
-Eu, eu vou primeiro.- Ele falou empolgado.

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Gentinha do meu coração, demorei mais cheguei, o capítulo não ficou como eu esperava por que tive que escrever às pressas. Normalmente quando publico um capítulo ele já foi reescrito e revisado trocentas vezes, mas como esse estava atrasado eu deixei como tava. Disse que seria um capítulo grande e foi relativamente maior que o outro. Bom, esse foi duas vezes maior.
Espero que estejam gostando, e as coisas a partir de agora começão a se complicar pra Lia. Aguardem o próximo capítulo. Beijo incríveis.

A última chance (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora