Cap 34

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Pov Athos

Estacionei o carro na garagem junto com as outras dezenas que tinham lá. Eu sabia que estariam surpresos com a minha chegada, minha visita nunca foi frequente naquela mansão. Mas também não deixava de visitá-la, gostava de ver meus irmãos e tias originais, principalmente alguém especial.
— THO THO!! — mal entrei pelas portas e a pequena julia começava a gritar. Ela descia apressadamente as escadas. Suas pernas curtas se moviam tão rapidamente que achava que elas iriam se embolar e fazê-la cair.
Ela era minha sobrinha mais nova e também a mais humana, seu crescimento era lento.
Ela agarrou minha perna abraçando forte. Pego ela no colo e sinto um soco de leve.
— Pul quê votê mi amanonou? — ela fala irritada formando um bico.
— Eu não te abandonei minha princesa. Eu estou aqui não estou?
— Mas daqui pouco ce vai ibora. — ela falou mais baixinho me abraçando.
— Ei Júlia. Deixa o tio Athos fazer as coisas dele. Como vai Alfa?
— Juliet, mais bela a cada dia, onde está o meu irmão?
— Está com seu pai como sempre. Miranda vai adorar te ver, você sumiu.
Coloco Júlia no chão.
— É exatamente por ela que estou aqui.
Juliet levantou as sobrancelhas. Com toda a porra de certeza ela estava admirada, apesar de Miranda ser minha mãe nunca tive um afeto com ela, na verdade é difícil eu ter com alguém. Lembro de Blaire e suspiro.
— Você sabe onde ela está?
— No isquitólio. — A pequena Júlia responde marcando presença.
— Ei, eu prometo que vou voltar logo, pra gente ir no parquinho comer algodão-doce
— Promete?
— Prometo. Também quero que você conheça uma menina muito especial pra mim.
— Vamos ser abigas?
— Com certeza. — Sorrio e dou um beijo em sua testinha.
Subo as escadarias correndo, quanto mais tempo eu demorasse era mais um minuto longe de Blaire, longe daquela mulher que eu amava. PORRA como amar alguém era ruim, eu me sentia tão humano e vulnerável.
— Lembrou que tem família e resolveu parar de  brincar de pegar coisas que não te pertencem?
— Também é bom te ver mãe.
Ela se vira e me encara. Ela era a foda de toda aquela porra, abaixo de mim é claro.
— Você não está bem... Há algo errado com você.. Deixe–me ver. — ela vira seu olho de prata para mim.
Mostrar para ela tudo me pouparia muitas palavras que nem eu mesmo entedia. Permito e encaro seu olho de prata.
Alguns minutos se passam e ela fica em silêncio.
— Miranda? O que você sabe sobre?
Ela estava com uma expressão que eu nunca tinha presenciado antes.
— Miranda voc—
— Você sabe que eu trabalhei duro nesta família. O meu sangue está em todos vocês, o meu sangue e suor estão nessas pedras dessa mansão, e eu não vou deixar uma garota estragar isso.


Pov Blaire

Olho para o lado e avisto as pilhas e pilhas de livros que faziam torres e mais torres bagunçadas no meio da sala. Roxy analisava um qualquer e bocejava enquanto procurava com a mão sua caneca de café. Nada. Até agora não achamos mais nada, eram apenas aquelas informações. No momento eu realmente não sabia quem eram meus pais, a minha suposta avó teve um caso com um bruxo poderoso e teve uma filha metade loba e bruxa que por algum motivo a escondeu deixando-a para ser empregada de sua casa e não a assumiu... As coisas não se encaixavam só pareciam desconcertar mais, porquê pensando bem idaí que ela teve um caso e teve uma filha bastarda? E a coisa mais comum do mundo. Tá, não tão comum assim mas anormal mesmo é querer esconder tanto essas informações.. Eles trancaram o livro da verdadeira árvore genealógica... Um livro que mesmo tendo respostas deixa questões.. Por quê até no verdadeiro livro da árvore genealógica eles apagaram os nomes? O filho ou filha da mulher? Por que meu nome não estava lá? Todos esses livros não trariam mais informação alguma.
— Só há mais um jeito de saber mais alguma coisa.
Digo quebrando o silêncio de horas. Roxy ergue o olhar.
— Vamos usar o brinco.
Roxy levanta e prepara os procedimentos. Eu não sabia ao certo o que eu estava sentindo ali, medo, talvez? Por ser minha última fonte de informação, por não saber o que posso ver? Por não saber o que pode acontecer agora? Respiro fundo, sinto a faca cortar minha mão.
— Yesti—
Antes que Roxy pudesse continuar ouço um estrondo. Sinto presenças poderosas e vejo uma silhueta, uma mulher alta e esguia.. Reconheceria seus longos cabelos brancos em qualquer lugar. Mas estava chocada, Que Diabos Miranda estava fazendo aqui?
Ela abriu um sorriso diabólico.
— Você conseguiu escapar uma vez, mas dessa não vai.

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