A Princesa Perdida

Prólogo

A lua cheia brilha sobre as rochas de granito liso, deixando-as prateadas. O silêncio é quebrado apenas pela ondulação das águas inquietas do rio negro e pelo sussurro das árvores na floresta mais adiante.
Há uma agitação nas sombras e, por todo lado, figuras ágeis e escuras se escondem nas pedras. Espadas à mostra faíscam a luz da lua e olhos desconfiados cintilam como rubis. Então como se obedecessem a um sinal silencioso, as criaturas saem das sombras e atacam uma as outras; de repente jovens lutam aos gritos, dando vida ao granito.
No meio do frenesi de metal e sangue, um jovem enorme eleva a cabeça em triunfo ao imobilizar um outro, no solo.
-Bruno! - grita o agressor - Como ousa caçar em nosso território? As rochas ensolaradas pertencem ao Clã do Fogo!
Um sinal de alerta estridente e ansioso, chega da margem do rio:
-Cuidado! Ai vem mais guerreiros inimigos!
-Bater em retirada, Clã do Fogo! Em retirada! - Grita Ricardo saindo correndo de cima do seu inimigo.
Imediatamente os guerreiros escapam dos golpes dos adversários.
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É noite. Numa clareira deserta, uma mulher olha para o céu. Está sozinha; é velha e de cabelos acinzentados. Em meio as sombras, ouve a respiração e sente a inquietude dos jovens que dormem.
Uma pequena, surge de um dos cantos escuros, com passos rápidos e silenciosos.
-Eles me enviaram uma mensagem... Disseram que ela ia voltar. Como saberemos que será ela, Letícia?
-Quando chegar a hora, nós saberemos... Isso é o esperado, eu acho.