12 Capítulo

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"O chão foge dos pés,o vazio invade a alma.A angustia e a tristeza é uma constante.Os dias se tornam cinzentos,o canto dos passaros já não encanta..."
(Lairce)

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E nesse madrugada , os meus olhos estão atentos,e o silêncio da noite me perturba. Os meus cabelos estão arrepiados, e o suor desce pelo meu rosto, como uma água solitária. Os meus lábios se apertam, e a lembrança invade forte o meu consciente. Um nó se forma em minha garganta, e a vontade de me despejar é imensa. A vontade de deixar de existir me consome, pois essa dor tenho marcada bastante tempo.

A visão que eu tenho é a escuridão. O mundo está escuro para mim, todos os dias. E o meu corpo me guia, sem rumo, talvez querendo uma resposta para a profunda raiz do meu corpo, onde só há angustia e dor , e o que me torna a ser frio.

Levanto da cadeira e passo a mão na testa para tirar o suor , olho para a cama e a vejo dormir serenamente e sinto por um instante uma calmaria passar pelo meu corpo. Sinto o seu cheiro, emanando pelo ar, e percebo o quanto a sua presença me trás paz.

Saio , e sigo em direção ao corredor cambaleando. Sento na frente do hotel e levanto o meu rosto para olhar o céu. Uma lágrima escorre pelo meu rosto. E pela primeira vez em sete anos , me derramo em gotas de água, que rolam no meu rosto.

Os meus pais , apesar de seus defeitos era a minha base. A minha historia. A minha marca. E essa marca , é a minha ferida jamais cicatrizada.

Sinto o sono vindo e nesse chão de terra , os meus olhos se fecham.

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Sinto um calor sufocante no meu corpo. Devagar abro os olhos , e o sol escaldante estava lá. Levanto ainda , cambaleando sobre os meus próprios pés. Entro no hotel e sigo para o quarto.

Líz: Aonde estava ? - De costa , pergunta-me

Sem respondê-la, vou em direção ao chuveiro. Tiro as minhas vestimentas, e sinto a água morna, escorrer pelo meu corpo.

Sinto o meu corpo doer , e rapidamente a minha mente me trás uma lembrança.

Flashback:

E no raso da grama , eu brincava saltitando, e de repente um braço se enrola ao meu corpo. Era a sensação mais bela. A sensação de segurança e amor.

Ana: Meu bem , pare de correr! - diz apertando as minhas bochechas

John: Desculpas mamãe - digo e sorrio para ela

Ela me gira , me joga no chão e faz brincadeiras para eu rir.

Uma dor forte invade o meu corpo. O sentimento de perda ainda está ali. Assim como a raiva também.

Enfraquecido me jogo ao chão. Com as mãos na testa , começo a gritar enquanto as lágrimas quentes , desce pelo meu rosto.

Líz: John , está tudo bem ? - diz

Estou deitado nesse box , enquanto a água molha o meu rosto. Não quero falar , não quero me mover , apenas ficar preso na caixa dos meus pensamentos e lembranças que vem e vão, e a cada dia me destrói.

Escuto bater na porta, mas não me movo. O meu corpo está encurvado , sobre ele mesmo. É como se eu retornasse a minha infância, quando tinha sete anos.

Ainda a água pinga sobre o meu rosto e, sinto que essa dor jamais vai parar. Pouco a pouco , está me consumindo. Pouco a pouco , irá levar tudo de mim ou o que sobrou de mim.

O AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora