Minha

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Eliza

   A família de Alycia é super legal, o tempo que estou aqui seus pais me fizeram sentir como se estivesse em minha casa. A mãe dela insistiu que eu passasse a noite lá, assim como Aly, não viu dizer que não gostei da idéia. No momento estou tomando café da manhã com ela, seu pai foi trabalhar e sua mãe está fazendo algumas compras. Escutamos algumas batida na porta e ela vai abrir. Depois de alguns minutos eu saio da cozinha, vou indo em direção à sala e olho para porta. Alycia estava conversando com um homem normalmente, então ele se aproximam e os dois se beijam.

   Nunca pensei que sentiria uma dor tão grande como a que estou sentindo agora, uma semana atrás a garota me dizia que queria ficar comigo, que seria minha, e hoje está agarrada com um cara na porta de sua casa depois de ter passado à noite aos beijos comigo. Foi como se alguém estivesse tentando arranjar meu coração com as mãos, e ele estava preso ao meu peito enquanto a pessoa apertava e puxava cada vez mais forte. Passei por eles e segui andando, escutei ela me chamar, mas sequer olhei para trás.

   Fui andando pela rua, lágrimas escorriam pelos meus olhos, caralho nunca me senti assim em toda minha vida. Eu tinha aberto meu coração para ela, tinha dito que seria completamente dela, e fui idiota ao acreditar que faria o mesmo. Escuto alguém chamando meu nome. Alycia estava vindo atrás de mim, não me virei, não parei, apenas  continuei andando como se estivesse sozinha.
A garota me alcança e me segura pelo braço.

_Eliza por favor, me deixa te explicar o que aconteceu - diz ofegante e com a voz falhando. Seus olhos continham lágrimas.

_Eu não quero ouvir nada que você tem para me dizer, não se preocupe entendi direitinho o recado - falei passando a mão no rosto e limpando as lágrimas. Me senti patética por ela estar me vendo desse jeito.

_Não tem nenhum recado, por favor eu tô implorando a você, me deixa explicar, por favor - ela estava chorando agora, e por mais que meu coração estivesse destruído eu não conseguia vê-la daquele jeito, doía mais ainda.

_Tudo bem, acho que tá na hora de colocar um ponto final nessa história.

_Por favor, me escuta primeiro - ela segurou minha mão, e puxei de volta.

_Pode tentar...

_Será que podemos ao menos sentar? - ela me disse e indicou um parquinho que estava ao nosso lado, o qual só percebi estar ali agora.

   Fomos andando para o lugar, o céu estava escuro, apesar de não passar das 9 da manhã, nuvens de tempestade se formavam, o ar estava pesado e frio.  Fomos caminhando e sentamos em dois balanços que tinha por ali, debaixo de uma árvore. Olhei para frente e fiquei fitando a rua, não estava com um pingo de vontade de olhar para Alycia, se eu o fizesse acabaria chorando outra vez.

_Olha só eu sei que você acha que viu eu beijando o Marcus, mas não foi isso que aconteceu - saí do lugar com tanta pressa que não parei para reparar quem era o homem que estava com ela.

_Uhm, então você não estava beijando seu ex? - falei ironicamente, agora estava com raiva.

_Não, eu não estava. Ele me procurou no dia que eu cheguei aqui, queria voltar comigo, falou que se mudaria para Los Angeles se precisasse - sua voz estava calma, baixa, do jeito que fica quando estamos tentando nos redimir com alguém.

_Casal perfeito, ein?

_Será que você pode deixar eu terminar? - ela perguntou para mim com um tom de voz estressante. Nunca tinha visto ela assim antes. Resolvi ficar quieta - Como eu estava dizendo, ele me procurou, fez sua proposta, e eu neguei. Disse que não queria voltar com ele, que não gostava dele, que estava apaixonada por outra pessoa, mesmo não entendendo o que sentia direito. Ele não gostou nada de saber que essa pessoa se tratava de uma mulher, você, Eliza.

First LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora