Capítulo 12

73 5 2
                                    

Faltava exatamente uma semana para o dia de Açao de Graças e nada do Alan voltar ou dar sinal de vida. Eu havia tentado falar com eles algumas outras vezes, porem, sem sucesso havia desistido. Hoje era dia do clube de leitura, o que aumentava ainda mais a falta que ele me fazia, pois eu já estava acostumada a encontra-lo por lá, sentado sempre a minha frente, com seus óculos antiquados que usava para ler. Decidida a deixa-lo para lá, marquei de pegar a Luiza e a Ali e contrariando a rotina, que de certa forma, contra minha vontade, havia se estabelecido na minha vida, decidi não almoçar no vegetariano. Peguei a Luiza e a Ali e fomos almoçar no 'A Presto', o restaurante italiano que Alan me apresentou, restaurante qual eu havia perdidamente me apaixonado. Estacionei o carro no mesmo lugar da primeira vez que estive ali e subi a viela a pé com a Luiza.

- Onde estamos indo? – Perguntou Luiza.

- Em um restaurante italiano maravilhoso, vocês vão gostar.

- Você sabe que sou vegetariana né? – Ela retrucou.

- Sim, eu sei mocinha, você vai poder comer lasanha de berinjela, ravióli de queijo, enfim, existe uma série de opções para você. Se a gente conseguir entrar e sentar, você vai comer muito bem, não se preocupe.

- Como assim se conseguirmos entrar? – Ali perguntou quando paramos em frente ao restaurante.

- Então, é que esse restaurante tem apenas dez mesas e eles meio que trabalham só com reservas, e....

- E você não reservou sua doida? – Reclamou Luiza.

- Mais ou menos reservei – respondi enquanto tocava a campainha do restaurante.

- Já vi que vou ter de matar a fome com bolo do clube de leitura – Ali riu.

Aguardávamos ansiosas por alguém atender a porta, cinco minutos e nada, eu estava praticamente desistindo, me desculpando com as meninas e voltando para o carro, quando ouvi o doce som musical da voz do Sr. Giovanni.

- Naila, minha querida, que prazer revê-la.

- Olá – cumprimentei beijando-o no rosto – Desculpe aparecer assim, não encontrei o telefone para reservar e estou com lombriga da sua massa maravilhosa, por favor, deixo-nos entrar, podemos comer em qualquer lugar, prometo – fiz cara de cachorro abandonado.

Ele riu horrores antes de convidar-nos para entrar.

- Que bom que podem comer em qualquer lugar pois as dez mesas estão ocupadas então terão o prazer de almoçar comigo e com Francesca, na cozinha, esta bom para vocês?

- Esta ótimo, perfeito – respondi com um sorriso que não cabia no meu rosto – Ah, essas são Luiza e Ali, minhas amigas e do Alan também.

- Sejam bem-vindas meninas. Falando em Alan, onde está o meu garoto?

- Boa pergunta – respondi soando mais irônica do que pretendia.

- Pelo jeito trabalhando – riu Sr. Giovanni – Ainda não se acostumou com o trabalho do garoto? Horários e viagens estranhas, trabalho de casa, coisas do tipo?

- Então o Senhor sabe o que ele faz da vida? – Perguntei curiosa e esperançosa.

- Claro que sei minha querida – disse sorrindo – Ele faz o que ama, como todos nós. Francesca, temos companhia adoráveis para o almoço – avisou a esposa, encerrando o assunto.

O Fracasso não mora ao ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora