Nossa, ainda bem que eu disse "provavelmente" e não "com certeza" que o capítulo sairia ontem, porque eu tava tão cansada que nem tive tempo de terminá-lo, mas aqui está. Acabei de terminar de escrever e revisar, espero que gostem. 😊
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De certo modo, foi um milagre fazer Evandro aceitar a ideia de que deveria me deixar sozinha com Camila e ir para casa. Eu sei, não sou exatamente de confiança já que não tinha contado nada para ele antes, mas não seria tão cara de pau a ponto de mentir ou esconder o resultado dos testes. Queria apenas chamar o mínimo de atenção possível e Camila já estava nervosa o suficiente, deixá-lo ficar lá seria o mesmo que gritar para quem quisesse ouvir que algo estava errado.
Van tinha comprado dois tipos diferentes de teste enquanto eu esperava dentro do carro e agora, sentada de frente para mim na cama, minha amiga franzia a testa, preocupada, enquanto segurava um deles.
— Amiga — murmurou, olhando em direção a porta de seu quarto e depois para mim. —, eu não queria estar na sua pele. Nem é comigo e já estou morrendo de ansiedade.
Mesmo que estivéssemos falando baixinho e a porta estivesse trancada a chave, ela ainda estava meio neurótica já quem seus pais se encontravam em casa e esse assunto devia ser mantido em segredo. Ninguém poderia ouvir em hipótese alguma.
— Ainda é muito cedo pra começar a pensar nas minhas últimas palavras? — perguntei e olhei para o teto, um pouquinho desesperada. — Porque se eu estiver mesmo grávida, acho que o Nick e a minha mãe vão disputar o primeiro lugar na fila de quem vai me matar primeiro.
Ao voltar a olhar para ela, notei sua expressão ainda mais desanimada.
— Já pensou no que vai fazer se der positivo? — questionou, inclinando-se um pouco para frente.
Dei de ombros.
— Mais ou menos.
— Mais ou menos?! — repetiu incrédula, aumentando o tom de voz. Arregalando os olhos, tapou a boca com as mãos, como se tivesse acabado de contar um segredo de estado. — Olha, eu sei que é muito pra assimilar, mas isso é sério, você sabe — disse depois.
Sorri um pouquinho.
— É meio cômico que logo você esteja tentando enfiar juízo na minha cabeça. De novo.
— E eu não sei? — Mila riu, mas logo estava séria novamente. Ela pegou os testes de gravidez e estendeu para mim, no pequeno espaço entre nós. — E melhor ir. Se continuarmos enrolando, não vamos chegar a lugar nenhum. Vai.
Assenti para ela, meus olhos se enchendo rapidamente de lágrimas e os peguei.
🍁🍁🍁
Positivo.
A palavra se repetia em minha mente como uma sentença de morte.
Positivo.
Eu já estava olhando em silêncio para os testes sem realmente vê-los a uns três minutos quando Camila bateu na porta do banheiro, suavemente.
— Char? Você já sabe? — sua voz atravessou a porta, baixinha, sutil.
Toquei uma mão na parte baixa de meu ventre, emocionada por agora ter certeza de que havia uma vida ali dentro. Um bebê. Meu.
Mas o que eu faço agora?
Não que eu realmente não tivesse uma ideia do que fazer, mas o pensamento foi inevitável. Tenho dezoito anos e acabei de concluir o ensino médio. Mal me decidi que faculdade vou fazer e já vou ser mãe. Isso é tão… Deus, que estranho. E lindo. E errado…
— Charlote?
Não, não é um erro. Ele não tem culpa pela minha irresponsabilidade.
Camila abriu a porta repentinamente e eu pulei assustada.
— Deu positivo, não é?
Assenti em silêncio e ela abriu os braços para mim. Me aproximei e deixei que seus braços me envolvessem, aceitando todo o apoio que ela me oferecia.
🍁🍁🍁
Comemore! Você vai ser papai!
— Mila, quando eu pedi pra escrever uma mensagem pro Van, não era todo esse otimismo todo que eu tinha em mente — eu disse, apagando a mensagem na caixa de texto e digitando uma outra eu mesma.
Deu positivo.
Por favor, não venha aqui e nem tente falar comigo agora, ainda estou tentando assimilar tudo isso.
Conversamos depois.Enviei, desligando o celular logo depois.
— Tentar ser otimista nos momentos mais críticos é bem melhor do que ficar com cara de enterro — contradisse apertando o travesseiro em seus braços.
— Não é cara de enterro, é o realismo batendo com força na minha cara, só isso. Eu não estou triste, é só… difícil. Me sinto um pouco perdida, sabe? E com medo. Mas ao mesmo tempo estou feliz e achando isso tudo tão incrível…
Suspirei.
— Não precisa ficar com medo — me tranquilizou. — Tenho certeza de que o Evandro vai assumir a responsabilidade, você não tá sozinha nessa. E eu vou te apoiar também. O Tiago e o Nícolas… depois que a raiva passar. E talvez a sua mãe.
— Acho difícil. Ela vai querer que eu me case com o Van.
— Mas…
— Mila, eu não seria feliz se casasse com ele. Essa é a mais pura verdade. A família dele faria da minha vida um inferno por eu ser “de baixo nível” e ainda tem… bem, eu quero que ele assuma a criança, mas não existe a mínima possibilidade de voltarmos.
— Você ainda o ama, não deveria deixar a família dele tirá-lo de você — ela parecia triste.
— Esse amor diminui cada vez mais a cada dia que passa — afirmei, encolhendo-me mais na cama. — Está morrendo e não a nada que eu queira fazer para parar isso. É como se fosse uma grande piada do destino, Mila. Eu tentando deixar tudo no passado e então algo acontece para que eu nunca consiga. Mas eu não me importo de ser mãe solteira se tiver vocês me apoiando. Eu vou amar esse bebê e cuidar dele como a minha mãe nunca fez por mim ou pelo Nick. Eu já disse, não quero e nem vou ter a vida dela, que é tudo que eu não quero ser. Não sei como as coisas serão daqui pra frente, mas vou fazer de tudo pra ser feliz com essa criança, amiga.
A ouvi fungar e quando a olhei vi que tinha lágrimas em seus olhos. Ao que parecia, minha instabilidade emocional era contagiosa.
— Não se preocupe, como eu disse, você não tá sozinha. Esse bebê vai ser feliz, Char. Vou te ajudar no que puder pra que isso aconteça. É pra isso que servem as amigas, não é? — sorriu e passou as mãos nos olhos para afastar as lágrimas. Observei isso por entre meus próprios olhos borrados. — Agora dorme. Você teve um longo dia, precisa descansar.
Assenti e fechei os olhos, murmurando um “obrigada” e sentindo um pequeno sorriso se formar em meus lábios. As palavras dela eram, para mim, a promessa de que tudo valeria a pena.
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Aos 18 [Completo]
ChickLitBastou apenas uma noite para que sua vida mudasse ainda mais... Em seu aniversário de 18 anos, Charlote sai com alguns amigos para uma noite na balada. Ela estava com raiva, tinha acabado de ter mais uma briga com a mãe, mas não esperava que fosse s...