Capítulo 9

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POR FAVOR, LEIAM!

Porque eu sumi sem dar explicação nenhuma? Simples. Estresse. Foi repentino e eu cheguei ao ponto de que não suportava nem mesmo olhar para a tela em branco do netbook sem ficar com raiva. Eu amo escrever, amo mesmo, mas uma vez ou outra isso acontece comigo. Começou alguns meses depois de eu ter terminado o Ensino Médio. Sair da rotina prejudicou muito a minha capacidade criativa e a minha paciência. Agora estou estudando um pouco por conta própria para fazer o ENEM novamente e a vontade de escrever veio com força, tanto é que acordei de madrugada e consegui escrever facilmente o capítulo 10. De modo que acredito que hoje mesmo termino esse livro já que ele vai ter mais ou menos 11 ou 12 capítulos e o épilogo. Não sei se vou ter tempo de digitar tudo hoje porque estou escrevendo num caderno, um metódo que me deixa mais calma, mas se não conseguir hoje, posto amanhã lá pras 08h15min. Me perdoem mesmo, ok? Eu só não aguentava mais.

🍎🍎🍎

Acho que Nícolas só teria ficado mais chocado se eu tivesse, de fato, jogado uma bomba em seu colo.

— Ai meu Deus — murmurou Tiago, levando as mãos a boca. Eu não poderia dizer se ele estava mais assustado ou maravilhado pela notícia.

— Droga, Char — meu irmão deixou a cabeça cair para trás, no encosto do sofá e fechou os olhos com força como se estivesse se negando a ver algo que não gostaria ou simplesmente se forçando a acordar de um pesadelo. — O que foi que você fez? — a pergunta não foi feita para ser respondida. Era retórica, obviamente do tipo que alguém faz quando está decepcionado com algo que você fez.

— Eu preciso mesmo explic…?

— Cala a boca. — ordenou. Arregalei os olhos e me encolhi um pouco, temendo seu comportamento. Nick não tinha falado alto, ele raramente erguia sua voz, mas os punhos cerrados e o corpo tenso já eram mais do que o suficiente para denunciar sua raiva. — Não é hora de dizer gracinhas, Charlote, isso é sério!

— Desculpe, estou nervosa — justifiquei.

Tiago circulou meus ombros, me puxando num abraço.

— Não peça desculpas, querida — murmurou no meu cabelo, me encostando ao peito dele.

Nícolas levantou do sofá subitamente, passando as mãos pelo cabelo e pescoço. Eu podia praticamente ouvir as engrenagens girando em sua cabeça, pensando, analisando o que fazer a seguir.

— E o pai? — perguntou, depois de um bom tempo, finalmente olhando para mim.

Uma discussão entre irmãos é algo normal, principalmente se eles vivem sob o mesmo teto como eu e Nick vivemos por tantos anos antes de ele ser obrigado a sair de casa. Seja por motivos idiotas ou por seu instinto protetor exagerado, nós brigávamos ocasionalmente. Mas ele nunca me olhou de forma tão séria e fria. Nunca. Nick estava realmente chateado.

— O Van já sabe. Já conversamos sobre isso, ele vai me ajudar com o bebê. Isso é tudo que eu quero e é o que estou disposta a aceitar dele.

Meu irmão entendeu o significado por trás das minhas palavras.

— Você está maluca! Tem ideia do que significa criar uma criança sozinha? Nessa idade? No quanto isso vai complicar sua relação com a mamãe? Você ainda não contou a ela, não é?

Balancei a cabeça negativamente.

— Ainda não. Mas estava pensando em falar com ela depois que sair daqui. Logo a barriga vai começar a aparecer, eu não poderia esconder nem se quisesse.

Nícolas passou a andar pela sala e murmurar baixinho, parecendo bastante mal-humorado. Ele nem parecia o mesmo cara sonolento de alguns minutos atrás.

Aos 18 [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora