Capítulo 7

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Gente, como todo mundo tem vida pessoal, hobbies e problemas, peço que me perdoem por não ter tido como postar na data marcada.

Espero que gostem do capítulo :)

💔💔💔

Na manhã seguinte, pedi para Evandro me encontrar num café. Estarmos em público diminuía a possibilidade de entrarmos em qualquer discussão que fosse. Surpreendentemente, ele estava mais desprovido de emoções do que eu esperava dada a situação.

— Camila me enviou duas mensagem antes de você chegar aqui. Sabe algo sobre isso? — perguntou, calmamente.

Balancei a cabeça em negativa e ele pegou o celular. Assim que encontrou as mensagens, me entregou para que eu pudesse ler.

A Char está melhor, mais não abuse da sorte.
Vamos deixar as coisas bem claras, tá bem?
É tudo bem simples. Charlote não vai voltar pra vc, não importa o que diga. Ela vai seguir em frente com a gravidez e quer que vc esteja presente na vida da criança, mas é só isso.
Não continue insistindo porque isso irá machucá-la ainda mais. Tem algo que ela está me escondendo e a culpa é sua.
Se ela voltar chorando, eu arranco seus olhos, flw?
E se vc tratá-la como um babaca, tenha consciência de que estará cavando sua própria cova.

Camila.

A mensagem abaixo tinha apenas cinco minutos de diferença e era bem diferente da primeira:

Ai, que droga! Me desculpa?
Comecei a me sentir uma vaca assim que apertei em enviar. Isso não é da minha conta, mas… Ah, dane-se, isso é meio que da minha conta sim! Mas eu não tinha o direito de te contar tudo desse jeito. Eu só não quero que ela chore. Sabe que eu amo aquela baixinha, né? E vc também, mas eu a amo mais, nada pessoal.
Eu ainda vou arrancar seus olhos se você a machucar, mas talvez eu não te mate. Desculpe por isso.

Camila.

— Isso simplifica as coisas — comentei, franzindo a testa. Camila certamente havia sido bem ousada (e maluca) e saber que ela queria me defender tanto assim, me fez sorrir ainda que involuntariamente. Aquilo era tão ela.

Devolvi o celular

— Um pouco — disse sério. — Você realmente não vai mudar de ideia, não é?

— Me desculpe — pedi.

Evandro juntou as mãos sobre a mesa e se inclinou um pouco em minha direção, abrindo um sorriso triste.

— Eu não vou insistir então. Acho que vou ter que me acostumar com isso.

Mesmo hesitante, envolvi suas mãos com as minhas.

— Faz mais de dois meses que terminamos. Você já deveria ter se acostumado.

— Mas agora é diferente.

— Eu sei.

— E você está sendo egoísta. Talvez fosse o melhor pro bebê.

Okay, ele não estava exatamente sem emoções evidentes como eu tinha imaginado. Van obviamente estava se contendo o máximo que podia, mas agora, mesmo que pouco, o amargor parecia estar escorrendo pelas bordas, como se fosse ácido, e me queimava de dentro para fora. Porque ultimamente parecíamos viver para machucar um ao outro, mesmo que as vezes estivéssemos inconscientes disso.

Respirei fundo.

— Eu sei — repeti.

Ficamos em silêncio por alguns instantes, olhando desconfortáveis um para o outro. Durante aqueles segundos, tentei imaginar como faríamos para que isso desse certo. Como seria possível pararmos de nos machucar.

— Como vamos fazer isso? — indaguei, preocupada. — Você vai mesmo querer estar presente ou…?

— É claro — garantiu, sem que me deixasse concluir a pergunta. — Eu sou o pai desse bebê, é claro que vou te ajudar a cuidar dele. Eu juro.

Suspirei.

— Ótimo. Ainda tenho que contar a minha família e não tenho ideia de como irão reagir. Tenho medo de que tudo apenas piore.

Depois disso, Evandro tentou me tranquilizar dizendo que de alguma forma as coisas iriam dar certo. Eu não tinha tanta certeza quanto ele aparentava ter, por isso tentei manter a conversa o máximo possível focada no bebê.

Por vários minutos nos permitimos fazer planos. Nos permitimos moldar um futuro que gostaríamos para o nosso filho, ignorando que seríamos basicamente uma família separada. Ignorando nossos erros e o que quer que pudesse dar errado ainda. O que todos iriam pensar. Ele não tocou no nome de sua família e isso me deixou mais grata do que se poderia imaginar. Mas aquele momento chegou novamente. O momento do silêncio. E é nele que as verdades que tentamos evitar sempre transparecem.

— Só pra você saber — disse ele. —, eu não estou feliz com o que nós dois estamos fazendo. Nem um pouco. Não acho que isso tornará as coisas mais fáceis — Evandro desviou o olhar para longe, como se estivesse juntando seus pensamentos em ordem. Não cortei o silêncio que se formou, apenas esperei calada e a conclusão veio rapidamente. — Eu estaria mentindo se dissesse que não te culpo agora. Que não acho que seria bem mais fácil resolvermos isso de outra maneira. Mas não posso e nem vou te obrigar a fazer nada, nem tentar te persuadir — riu sem humor algum. — Não que eu acredite que qualquer tática de persuasão fosse funcionar com você agora.

Tentei sorrir, falhando miseravelmente e tomei uma decisão rápida.

— Posso ser sincera com você?

— Sempre — ele não hesitou.

— Eu menti quando disse que mal falava com a sua mãe — pela expressão que ele fez, já devia saber onde eu queria chegar. — Durante todo nosso namoro, eu estava bem consciente de que sua família não aprovava nós dois juntos. Eles não eram nem um pouco sutis, faziam o máximo para mostrar seu desagrado. Me odiavam. E o que mais me irritava era que você não se impunha. Não me defendia. Na maioria das vezes, ouvia o que eles diziam calado. Então eu mesma confrontei sua mãe e foi aí que ela me contou sobre Elisa.

De repente o ar parecia perceptivelmente mais pesado. Era como se a tristeza dele tivesse sido multiplicada, se é que isso fosse possível.

— Eu entendo porque você não me contou — prossegui. — Isso era pessoal demais. Deveria doer demais. Mas também doeu em mim, Van. Eu não conseguiria aguentar sua família e ainda havia ela. Por isso eu terminei tudo — suspirei, me levantando. — Era isso que eu não queria contar pra Camila nem pra ninguém. E você já devia desconfiar, não é?

— Charlote… — o olhar vulnerável em seu rosto era de cortar o coração.

— Ela vai acordar, Van. E vai precisar de você mais do que nunca, tenha fé. Elisa está melhorando aos poucos. Eu desejo o que tem de melhor pra vocês. Não estou dizendo pra parar a sua vida por causa dela… mas persistir em algo que vai te deixar vazio depois, não é certo.

Apertei sua mão brevemente, antes de sair dali o mais rápido que podia. O meu emocional andava tão abalado que não seria uma surpresa se eu caísse em prantos naquela mesa.

E isso não seria bom para nenhum de nós.

💔💔💔

Vamos fazer assim...
Quem gostou do capítulo vota. Assim que ele conseguir chegar a 10 estrelinhas eu posto o próximo. Claro, se chegar né...
E quando eu ver também, porque não fico o tempo todo por aqui.

Bjos, meninas! 😘

Aos 18 [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora