Capítulo 8

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Como prometido, aí está.
Espero que gostem e perdoem se encontrarem algum erro.

Até o próximo! :)

🍁🍁🍁

— Droga! Aquele fofoqueiro te contou, não foi? — foi a primeira coisa que camila disse ao atender o celular. — Eu sei, eu não deveria ter contado antes de você, ma foi mais forte que eu…

— Camila…

— Por favor, me desculpa! Posso ouvir o tom de ameaça na sua voz, mas eu juro que…

— Não tem tom de ameaça nenhum, você está ficando paranoica — repliquei, franzindo a testa.

O motorista do táxi olhou para mim pelo espelho, o que fez com que eu me perguntasse se ainda parecia tão mal quanto quando eu entrei. Ele tinha sido gentil e perguntado se eu estava bem, porque obviamente não estava, mas respondi que sim de qualquer maneira.

— Ah… e aí? Como foram as coisas? — seu tom tinha mudado de súplica para curiosidade numa fração de segundo.

— Bem — respondi com simplicidade. — Digo, mais ou menos. O Van foi ótimo, Mila. Ele disse que vai me ajudar com o bebê e que eu não preciso me preocupar com isso.

— Que bom — pelo modo como sua voz soava, era perceptível que havia um sorriso em seu rosto. — O Evandro está com raiva de mim? Pelas mensagens, quero dizer. Ele não me respondeu.

Revirei os olhos, não pude conter esse instinto.

— Mila, da próxima vez que você quiser que alguém responda suas mensagens, tente não adicionar ameaças de morte nelas. Mas ele não está com raiva de você, confie em mim.

Ouvi seu suspiro.

— Ótimo. Tá indo pro apartamento do Nick agora?

— Essa é ideia, já estou num táxi. Estava pensando em como vou contar pro meu irmão e pro Tiago, mas, bem, minha mente tá um caos. Mesmo que não pareça agora, eu estou pirando, sério.

— Eu também pensei muito nisso e cheguei a conclusão de que se você vai contar, tudo que pode fazer agora é jogar a bomba no colo deles e seja o que Deus quiser — era típico dela dar conselhos como esse. — Não é como se o Nícolas pudesse te repreender ou gritar com você. O que tá feito, tá feito. Não tem como voltar atrás.

— Essa não é a filosofia do meu irmão e você sabe, Mila.

— Gostaria que ele fosse mais adorável, como o Tiago e não o esquentadinho que é.

— Um esquentadinho que tem razão na maioria das vezes. Não sei se fico feliz ou triste por isso. Se eu o tivesse escutado em primeiro lugar, nada disso estaria acontecendo.

— Sem arrependimentos, Char. Tudo que você pode fazer é seguir em frente, lembra?

— São nos momentos em que você me dá conselhos que eu tenho mais medo.

— Haha, engraçadinha. Meus conselhos são ótimos.

— Claro — falei sarcasticamente o que rendeu mais reclamações dela.

Conforme o táxi se aproximava do meu destino, eu e Camila conversamos um pouco mais. Contei-lhe um pouco sobre os sintomas que eu vinha sentindo e comparamos com os de mamãe das vezes em que ela estava grávida. Havia chances de que a minha gravidez fosse moderadamente tranquila como as dela foram, algo pelo qual eu agradeceria muito. Contanto que eu ficasse calma, as tonturas pareciam ser breves e de pouca intensidade, já o enjoo era praticamente inexistente até agora. Claro que eu tinha muitas coisas mais com que me preocupar, como ela mesma me lembrou. Eu tinha que falar com a minha ginecologista em breve para começar o pré-natal e saber mais sobre como eu devo me cuidar agora. Meu conhecimento nessa área é tão vergonhoso que não posso deixar de sentir um pouco de desespero, sem saber como vou me virar daqui para frente. Mas para tudo se dá um jeito, não sou nem a primeira e nem a última mãe de primeira viagem que vai ter essas dúvidas por um bom tempo. Eu deveria focar em outra coisa.

Infelizmente, o táxi já estava chegando ao prédio de Nick e focar na conversa que eu teria com ele também não me parecia muito divertido, muito menos diminuía meu estresse e nervosismo. Por isso eu decidi mudar de assunto e esclarecer as coisas com Camila de vez.

— Mila, você sabe alguma coisa sobre uma garota chamada Elisa?

— Aí, Char, é um nome tao comum quanto o meu. Acho que já conheci umas quatro ou cinco, por quê?

— Não tô falando de qualquer garota — expliquei. — Estou falando de alguém que faz parte da vida do Van, de antes de ele se mudar pra cá. Em uma das mensagens que enviou pra ele, você disse que eu estava escondendo alguma coisa, lembra? Era sobre os dois, por isso eu não queria contar.

— Pelo amor de Deus, se você me disser que aquele desgraçado te traiu com uma qualquer de outra idade, juro que não respondo por mim.

— Não é nada disso — garanti. — Elisa era a noiva dele.

— Noiva?! Mas…

Camila ficou milagrosamente sem palavras, o que só fez com que eu imaginasse sua expressão chocada do outro lado da linha.

— É uma história um pouco longa e eu não tenho tempo pra te contar agora, tá bom? Depois a gente se fala.

— Ok, mas…

— Ah, e não fala com o Van sobre isso.

Camila voltou a suspirar.

— Certo. Boa sorte, amiga. Se cuida!

Depois que ela desligou, a espera não foi de forma alguma longa o suficiente para me fazer acalmar e logo estávamos parando de frente ao prédio dos meninos.

Paguei a corrida e encarei o edifício um pouco menos amigavelmente do que eu encararia algo prestes a me devorar. Respirei fundo.

Como Camila disse: “Seja o que Deus quiser”.

🍁🍁🍁

Nícolas e Tiago trabalham a noite, então eu deveria ter cogitado que ao chegar e tocar a campainha tão cedo ia acabar acordando eles. Mas eu não lembrei desse pequeno detalhe, por isso fiquei surpresa quando Tiago atendeu a porta com a cara inchada de sono e o cabelo todo desarrumado.

— Florzinha, o que faz aqui tão cedo? — me convidou a entrar com um gesto e eu o fiz.

— Não é tão cedo assim, já estamos no meio da manhã — eu contradisse, apenas para enrolar um pouco mais.

Tiago ergueu uma sobrancelha e me encarou. Com outro gesto ordenou que eu sentasse no sofá. Mais uma vez o obedeci.

— Vou chamar o Nícolas — avisou antes de sair da sala, indo em direção ao quarto deles.

Poucos minutos depois um Tiago bem mais desperto voltou para a sala, com um Nícolas sonolento resmungando atrás de si.

— O que aconteceu, Char? — meu irmão perguntou, logo após se jogar ao meu lado no sofá. Embora provavelmente quisesse voltar para a cama, ele sabia que tinha algo errado. Eu não estaria ali se não tivesse. — Brigou com a nossa mãe de novo?

Tudo que eu fiz foi balançar a cabeça dizendo que não.

Vamos, Charlote! Abra a boca!

— Então o que foi, querida? — questionou Tiago.

Será que existe uma forma fácil de falar algo assim sem que cause tanto choque? Certamente eu não conseguia pensar em nenhuma e foi por isso que, naquele momento eu abri minha bolsa e peguei um dos testes de gravidez que eu tinha guardado lá dentro. Estendendo-o para Nícolas, tudo que fiz foi afirmar o que já estava óbvio.

— Estou grávida.

Aos 18 [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora