O tempo frio e chuvoso do dia que sucedeu meu aniversário traduzia bem o momento.Levantei bem cedo na manhã após meu aniversário, tanto que o sol sequer tinha nascido. Quanto mais cedo eu partisse, melhor seria. Não queria passar por outra despedida dolorosa com os aldeões, já bastava ter a dose dupla de dor ao ter meus pais presentes ali. Me arrumei apressadamente e desci as escadas correndo. Meus pais já estavam acordados me esperando na sala, sentados no sofá.
-Bom dia! - falei ao ver os dois.
-Bom dia querida! - os dois responderam.
A tristeza era nítida na voz de meus pais, bem como em cada gesto de seus corpos. O fato de os dois estarem abraços ao sofá comprovava que um buscava apoio no outro. Apesar de não possuirmos o mesmo sangue, eles me criaram e me amaram. Hozon e Heroin são meus pais verdadeiros, não importa o que o DNA diga. Eu os amos como meus pais, e essa despedida maltratava a ambos os lados. Mas, aquilo era o certo a se fazer, a segurança deles deve vir antes da minha vontade de tê-los perto, deve estar acima do meu egoísmo.
-Vamos? - caminhei em direção a porta.
-Não vais tomar seu café da manhã filha? - papai se desprendeu de minha mãe.
-Como algo pelo caminho, quero partir antes que qualquer um acorde. - suspirei.
-Presumi que isso fosse acontecer, então preparei um lanche para você levar e comer quando sentir fome.
Mamãe me entregou uma lancheira embalada e uma garrafinha térmica. Eu apreciava sua preocupação com minha alimentação apresa de eu não ser mais uma garotinha. Não importa a idade que seu filho tenha, uma mãe é sempre uma mãe. Pequei os objetos da mão dela e agradeci com um beijo em sua bochecha esquerda. Respirei fundo e abri a porta de casa. Era uma preocupação meio boba até, afinal os aldeões fizeram questão de entupir minha nave com mantimentos, alegando eles que "eu não encontraria nada melhor na cidade".
-Chegou a hora de ir! - respirei fundo -Obrigada por tudo que fizeram por mim e desejo-lhes toda a sorte e felicidade do mundo. - abracei meus pais com força -Eu sentirei muitas saudades de vocês dois. Prometo que volto quando tudo melhorar e eu resolver todos os problemas que nos impedem de ficar juntos. Amo vocês demais!
-Você sempre será nossa princesinha, o sangue ou raça não importam. Sempre te amaremos do mesmo jeito. - papai segurou em meus ombros.
-Cuide-se e alimente-se direitinho. Nos veremos em breve meu anjo! - mamãe secou algumas lagrimas teimosas.
Afastei-me deles e comecei a subir aos céus lentamente, puxando a nave por meio de uma corrente que prendi nela para facilitar seu transporte. Levei ela comigo para mostrar ao meu possível tio de sangue. Se ele não acreditasse em minhas palavras, terei a espaçonave como garantia. Acenei para meus pais, antes de alçar voo. Na velocidade em que eu seguia, não demorei a chegar no lugar indicado por meus pais.
No momento em que me aproximei de terra firme, a primeira coisa que vi foi um grupo de seis pessoas reunida: um homem e um garoto bem parecidos e com o mesmo cabelo negro engraçado, um homem com uma enorme testa e cabelos negros, um jovem bonito de cabelo roxo, uma garotinha muito fofinha de cabelos negros e uma senhora de cabelo azul muito bonita. As forças que senti vir dos quatro homens, eram as mais forte dali, sendo a mais poderosa delas pertencente ao homem de cabelo engraçado. E, apesar de um dos garotos ter cabelo roxo e não negro, sua força também parece desumana.
Algo em mim dizia que aqueles eram quem eu procurava. Se fossem realmente, seria uma sorte já encontra-los tão fácil assim. Me aproximei deles ao notar que os quatro homens já notaram a minha presença. Eles estavam em posição de combate e a me encaravam com expressões sérias e cautelosas. Ele me viam como alguém perigosa, tanto que o homem mais forte dali colocou a garotinha para trás de si e o rapaz bonito ficou a frente da senhora bonita. Com toda cautela, coloquei minha espaçonave sobre o chão gramado e pousei, estendendo as mãos para que pudessem vê-las.
-Calma ai galera que eu não mordo!
-Quem é você, de onde veio e de quem é essa nave? - o homem testudo é o primeiro a falar, de modo bem arrogante.
-Me chamo Seikatsu Kori e venho de um vilarejo um pouco longe daqui, em direção ao norte. - apontei com o polegar para nave -E essa espaçonave é minha.
-Essa é uma espaçonave sayajin, como ela pode ser sua?
-Calma ae Vegeta, deixa de ser carrancudo. - o homem de cabelo engraçado dá um passo a frente.
O nome do testudo provocou uma reação em mim. Lembro-me de Bradock, o dono da voz robótica que se dizia meu avô, ter mencionado o termo Planeta Vegeta, segundo ao qual era o nome do meu planeta de origem. Aquele home com certeza era alguém ligado ao meu passado também, não só o meu tito Kakaroto. O rapaz de cabelo engraçado notou meu espanto.
-Você conhece ele? - ele apontou para o tal Vegeta.
-Não exatamente, mas alguém chamado Bradock falou que venho de um Planeta que carrega o nome dele.
-Você é uma sayajin como nós? - o homem de cabelo engraçado pareceu celebrar.
-Bradock, o pai morto de Kakaroto? Isso é impossível, até mesmo de você ser uma de nós. - Vegeta cruzou os braços no peito, mantendo seu nível alto de arrogância -Os sayajins foram extintos a muito tempo e o planeta que leva meu nome foi destruído por Freeza. Além do mais, essa garota ai possui os cabelos dourados e os olhos verdes, e pelo que percebi ela não está transformada em Super Sayajin. Não se deixe levar pela inocência de uma simples garota, Kakaroto.
Fiquei surpresa ao ouvir o nome do meus suposto tio de sangue ser mencionado. Eu havia encontrado quem eu mais queria, a resposta para todo o mistério de minha vida. Era algo inimaginável e empolgante ao mesmo tempo encontrar com ele cara a cara.
-Kakaroto? Você é o Kakaroto? - encaro o homem de cabelo engraçado.
-Esse é meu antigo nome sayajin, somente o Vegeta me chama assim. Meu nome mesmo é Son Goku.
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A Guerreira Lendária
FanfictionDesde pequena, Kori sempre foi dona de uma força e poderes inimagináveis, algo que somente ela e sua família tem conhecimento. Kori já sofre preconceitos devido aos seus longos fios dourados e olhos verdes, considerados incomuns na região onde ela r...