FUGINDO

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CAPÍTULO 1

—Malorie, você não ia fazer um trabalho, na casa da sua amiga? — minha vó pergunta.

—Há ... sim, vou sim. —respondo, afastando a cadeira que estava para trás, e logo em seguida dando a volta na mesa ,e a beijando no rosto. —Tchau vovó.

Ela sorrir suavemente , e vou falando logo, amo seu sorriso.

— Tchau minha filha.—ela responde.

Subo ao meu quarto , para pegar minha mochila, entro, fecho porta e suspiro forte , querendo me estrangular , por não contar a ela , que estava a enganando-a esse tempo todo ,que minha vida não era assim tão simples e normal, como pensava.

Queria gritar ,quebrar meu quarto inteiro , mostrar implicitamente que tinha algo de errado comigo,mais não podia... não podia mais deixá-la mais preocupada do que já está ,com coisas físicas.

Estamos quase para perder nossa casa, e ela está debilitada, e o que ganha de aposentadoria dá mal para nos sustentar, e temporariamente estava também desempregada.

Queria contar a ela ,o que estava acontecendo comigo, queria contar a ela, que sofria bullying , que meu mundo estava a prestes desmoronar, que estava prestes a ter um fim. Mais não podia deixa-la preocupada, não podia deixa-la sozinha, e se aguentei isso tudo até aqui , foi somente por ela, e para ela.

As lágrimas , que também é minha inimiga, começam a cair pelo meu rosto, embaçando minha visão. Limpo-as , e tento organizar meus pensamentos , pegando minha mochila e logo em seguida abrindo a porta e saindo em direção ao nada.

—Volto daqui a duas horas vovó... tchau.

—tchau ... Não fale com estranhos e .. Minha filha ... Cuidado.

De repente os lados dos meus lábios se erguem em um sorriso, e percebo que aquele é um sorriso verdadeiro ,e não um sorriso forçado que a dou quando pergunta se estou bem, ou se está duvidando quando estou triste.

— Está bem.—respondo.

Abro a porta encarando o mundo que tanto me desapontava, que insistia em me derrubar e cuspir em mim com o seus destinos desastrosos.

Saio... Tentando formar um lugar na minha cabeça, que nas próximas horas ia passar o tempo. Sim, não tinha amigos e o que eu achava que tinha , riam e zombavam de mim pelas costas , como sei disso? —não sei,apenas sei —. Sou uma pessoa forte , e simplesmente não abate-me qualquer coisa.

Mais estava com receio que estava prestes a desmoronar , que estava prestes a matar minha vida , que estava prestes a fechar meus olhos para sempre.

Me lembro quando tudo começou, quando todos viraram meus inimigos , quando o mundo conspirou contra mim... o momento certo em que a minha vida virou um tsunami de mentiras ;o momento certo em que desapontamentos eram algo de anormal na minha vida... O momento certo em que o trem das más notícias arromba a minha porta, e despeja suas caixas de destruição em meu ser; o momento em que minha cabeça baixa em direção ao pó; o momento em que meu coração é acertado por um tiro fictício de notícias más ; o momento em que a Malorie feliz e sorridente , normal, e carinhosa , se transforma nesta pessoa , no olhar de muitos "estranha" ,e em meu olhar.... "Normal" .

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