ADRENALINA

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CAPÍTULO 12

"Se tiver coragem, siga-me?. Onde eu estava com a cabeça".

Penso nessa frase idiota, me amaldiçoando por toda a viagem  por deixar-me permitir que saísse da minha boca, e por alguns instantes de silêncio, a frase como uma flecha me perfura e fere meu coração, e como se fosse um contrapeso, como um turbilhões de emoções, começo  a sentir-me totalmente orgulhosa por ter "cortado" o Renner, e deixado-o envergonhado na frente de seus amigos, e como consequência deixando-o de mal humor por toda a viajem. O olho de relance e percebo que está quase para ter um ataque, sua mandíbula está tensa, olhos esbugalhados, veias tão retesadas como cordas de violão, tentando de toda a forma manter a calma, e na hora certa eclodir a raiva que estava sentido, mostrando para tudo e todos que sou mesma, a "careta" que ele acha que sou. Mais até lá, eu estou no comando, e o destino está ao meu favor, sinto vontade de soltar uma gargalhada, mais contenho-me,  deixando apenas um breve sorriso fugir de meus lábios.

A brisa e o vento contínuo que serpentea o carro, monstra-me que estamos em alta velocidade, mesmo que do interior a sensação seja totalmente o contrário. Olho para a negritude paisagem de cores misturadas entre cinza e preto, decorrentes da noite que estava em seu ápice, com a ausência da luz da lua.

— Vai demorar muito pra chegarmos?. Por que a minha bunda já tá doendo... e já ta me dando câimbra.— Um idiota fala, mandando de vez meus pensamentos para longe, por tentar esforçar-me para lembrar-me seu nome.

— Dá. — Alguém fala, com um silêncio exagerado  entre as palavras, como se tentasse transpassar a calma através delas.

— Dá. Pra... Você calar, essa sua boca. Dexter. —Renner cospe ligeiramente.

— Estamos quase lá. — falo. Esperando um tipo de exaltação e adrenalina percorrer meu corpo, mais era como se meu organismo e todo o meu sistema, tivesse entrado em modo furtivo. E só o que sinto, é uma tipo de premonição, percorrendo meu corpo em forma de calafrios. Me deixando um tanto incomodada, pois acho que por "revelação divina", sabia que aquilo não era nada bom, e que estava prestes a acontecer algo de ruim. Mais não dei ouvidos. Simplesmente bloquei esse pensamento idiota, e deixei minha mente descansar, enquanto eu viajava no meu mundo, aparentemente instável.

***  

A viagem até o nosso destino ocorre sem incidentes. E tento ocultar  meu constrangimento quando Renner me ataca com sua arma de palavras novamente, mais seu equívoco logo se desfaz quando olha do alto abaixo, o prédio abandonado em que estávamos residentes. Fazendo uma cara de espanto e receio misturadas, em um único semblante.
Como se dissesse "Uau" interiormente,  não dizendo em voz alta, em consequência de seu orgulho.

— Ta bom, estranha. Qual a boa desse prédio?.

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