CAPÍTULO 9
O silêncio, nos toma por inteiro, e só meus grunhidos e o balançar da Vã que enchem o lugar apertado de sons, e farfalhar de peças se chocando uma nas outras, indicando que estávamos saindo de uma via principal qualquer, e adentrando uma estrada de terra.
O medo crescente dentro de mim, se torna ainda maior, a cada minuto passado. Tento de alguma forma tentar me localizar prestando atenção em algum tipo de mudança, seja de temperatura ou de sons. Sabendo que não ia ajudar em nada, já que tudo era igual, escuro, quando se está vendada.
Tento ouvir, algum grunido de Nicholas, mais só o que ouço, é barulho exterior de sons embaralhados, que eram impossíveis para mim distinguir. Queria gritar, queria poder me comunicar com ele, perguntar se estava bem, e que íamos sobreviver a esse episódio louco. Mais sabia que por algum motivo, estava me enganando, e que lá no fundo sabia que estávamos condenados, e que iriamos ser mortos. E que a culpa era toda minha, por metê-lo nessa história maluca, que estamos vivenciando. Queria pedir-lhes desculpas, queria poder abraça-lo e dizer que isso não passava de uma brincadeira sem graça. Mais, tudo isso era real, e que se, acreditássemos ou não, era real. E não podíamos driblar a realidade.
Como se fosse meia vida vivida, de terror e suspense, enfurnados dentro da Vã, o carro, para. E nos descem, com um cano de uma arma encostada na minha nuca, que sinto o frio e um leve arrepio que desce viajando pelo meu corpo, me deixando com um torpor elevado de medo e pânico.
Por um momento minhas pernas ficam bambas, e sinto frio e medo, diferente de alguns pássaros que cantam de longe, indicando que estávamos em um floresta.
Sinto dedos frios tocando meu rosto, removendo minha venda. E por um momento tento gritar, mais o indivíduo ordena que eu fique calada, se ainda quisesse viver.
—xi-xi-xi-xi-xi. Fica calada, caladinha, se quiser viver. Não vou ter problema se te matar, muito pelo contrário, irei me livrar da babaca que ameaçou me denunciar.
— Me deixa em paz!
— berro fazendo os pássaros voarem, golpeando-o no rosto e correndo em direção a mata que me rodeava.Não pensava em totalmente nada, só queria fugir , só queria sair dali. Corro por alguns minutos dando ordens ao meu cérebro, para mandar mensagens aos minhas pernas, para se moverem ainda mais rápido.
—Sua desgraçada!.— ele arfa, gritando, logo em seguida correndo atrás de mim, pulando e segurando pela minhas pernas.
Caio, de cara no chão, com dores explodindo em meu rosto, quando percebo que ele está me agredindo e gritando ofensas que me deixava ainda mais apavorada, que fazia-me debater-me, e socar qualquer coisa que entrasse no meu campo de visão.
Gritava e arfava de cansaço, me debatendo.
"Minha vó" —Queria berrar "Minha vó precisa de mim" — Queria informá-lo, mais as palavras e o medo eram tão pesados, que essa pequena frase ficava presa em minha garganta, me deixando sem ar.
Pareceu ser uma eternidade, contrastando com medo que sentia, e mais alguns minutos de socos e pontapés dados por mim nele, com o cansaço vencendo-me, ele me dá um soco tão forte, que sinto gosto de sangue na boca. E como se o sangue fosse meu combustível, lembro-me do único lugar que o homem cai na hora, depois de atingido.
Livro meu joelho debaixo do seu corpo, e empurro-o para longe, aproveitando o momento para chutar-lhe em cheio em seu órgão , que o faz grunir e cair de lado no chão, encolhendo-se de dor. Um breve prazer sobe meu corpo me revitalizando.
A visto logo em seguida o cabo de algo, enfiado atrás da sua bermuda. Acelero meus passos, e puxo a arma dali apontando para seu rosto, em seguida pairando o dedo no gatilho. Expirando e inspirando de cansaço. A adrenalina me enche de vida, e a raiva me toma por inteira.
—Sua va...—Ele abre a boca.
Mais fecho-o logo em seguida, com tiro no meio da sua testa, que o faz cair para o lado sem vida.
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"GUERRA INTERIOR"
Romance"Apenas duas escolhas irão decidir seu final; escolher matar todos aqueles que lhe traíram; ou achar refúgio no amor, e ser morta". Malorie se vê presa num mundo, que para muitos é fantasia, uma Guerra distante de confrontos e catástrofes objetivos...