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L

13 de setembro de 2015

Harry estava normal, mas ao mesmo tempo não estava. Com as memórias recuperadas, Louis tinha dificuldade de distinguir o comportamento normal do antigo melhor amigo. Em alguns momento ele parecia distante, perdido na própria mente, e em outros colocava todo o foco sobre o marido, que se sentia sob um holofote, prestes a ser descoberto na mentira que ocultava. Cada um tinha sua mentira, mas Louis tinha a vantagem de saber a de Harry, enquanto Harry não sabia a sua.

Ainda assim, ele se sentia mais acuado do que nunca, paranóico de deixar escapar o que realmente pensava, sentia, lembrava. Harry o encarava por cima da mesa de jantar, a expressão impenetrável.

— No que você 'tá pensando?

Harry piscou lentamente, balançou a cabeça e se levantou, começando a tirar a mesa sem dar resposta. Louis tratou de o ajudar, como sempre, e depois o seguiu para o jardim, os dois se deitando na grama lado a lado, no mais absoluto silêncio. O sol ainda não tinha desaparecido no horizonte, banhando as plantas com uma luz cor de bronze que parecia transformar tudo em estátuas gregas.

Os dedos de Harry tocaram primeiro sua mão, então subiram por seu braço, pescoço, finalmente repousando contra sua bochecha, acariciando a pele enquanto ele se inclinava até estar com o nariz tocando o do marido. O beijo que se seguiu foi lento, suave mas profundo, embotando a dor dentro de Louis como se fosse mel, que se entregou de corpo e alma a cada carícia, cada botão desfeito e peça de roupa perdida uma lembrança do amor que sentia no dia em que tinham se casado.

— Harry... — sussurrou, os dedos longos do marido envolvendo seu membro duro, os lábios quentes dele tocando os seus.

— Você gosta?

— Sim. — virou a cabeça, desfazendo o beijo, e enxergou as poucas flores que ainda sobreviviam reluzindo como se fossem mágicas, em sua simplicidade mais belas que qualquer obra de arte feita pelo homem. — Lindo... — suspirou, encantado, tomando por um prazer que parecia irreal, enquanto Harry o beijava na bochecha uma última vez e deslizava para baixo, tomando seu membro na boca.

Sentiu a grama úmida sob sua pele nua, a brisa que corria em volta deles, resfriando seus corpos, observou o céu em matizes de azul, laranja, amarelo e dourado, as folhas que se agitavam como se dançassem uma música invisível. Olhou para o homem sobre si, os cabelos rebeldes delineados por um halo de luz, a pele clara, as mãos fortes que o mantinham parado, os olhos compostos pelos mesmos tons de verde e dourado que pintavam as folhas outonais, os lábios vermelhos e convidativos. O puxou para cima, iniciando um beijo enquanto se entregava ao toque, a apreciar o que era ter Harry Styles só para si.

— Lindo... — repetiu, sentindo o orgasmo se aproximar.

Harry se afastou, se ajoelhando na grama. Ele parecia a imagem perfeita da beleza, arruinado e corado pela excitação, mas emitindo um brilho suave que marcava a retina de Louis.

— Fode minha boca. — ele disse calmamente.

Louis o encarou por um segundo, mal compreendendo o sentido das palavras até que ele as repetiu. Só então se levantou e ficou de frente para Harry, que separou os lábios obedientemente e aceitou ter os cabelos agarrados, o mantendo parado enquanto Louis fechava os olhos e estocava.

O êxtase veio aos poucos, o levando em pequenos gemidos desarticulados, "ahs" e "ohs" praticamente sussurrados. Harry permaneceu parado, e quando Louis finalmente abriu os olhos encontrou os olhos dele o observando.

Empurrou Harry até que ele estivesse deitado novamente, então tomou sua ereção entre as duas mãos, fazendo o melhor que podia enquanto ainda estava com os sentidos embotados pelo orgasmo.

— Louis. — chamou o outro, o puxando para mais perto.

— Sim?

— Não vai embora.

O coração de Louis deu um salto no peito, quebrando parte do encanto que o dominava.

— Por que eu iria embora?

— Eu tenho medo de te perder. — disse Harry, fechando os olhos e gemendo.

— E por que você tem medo disso?

— Amar é sentir medo. — ele abriu os olhos, tremendo levemente com uma mistura de prazer e frio. — Você não tem medo também? Medo de me perder?

Os olhos de Louis se arregalaram involuntariamente, e ele se precipitou, beijando o marido com força, furiosamente o empurrando para um orgasmo violento, e foi ali, naquele emaranhado de calor, nudez e orvalho, que Louis admitiu para si mesmo sentir medo de perder Harry, da mesma forma que sentia medo de ter Harry perto de si.


Nota: Minha pessoa favorita nessa fic? Louis! Estamos quase no final, faltam só quatro capítulos agora! Obrigada por todos os votos e comentários, e não esqueçam de votar e comentar nas atts de hoje.

Até amanhã,

xxx Lua

Poison, Beauty and Rage ♠ L.S. AUOnde histórias criam vida. Descubra agora