O Diário De Millena

Capítulo 12: Na casa de um estranho

Eu acabei pegando no sono em cima da árvore e meu plano foi por água abaixo. Acordei e já eram dez e meia, ou seja eu perdi o último ônibus.

"Como eu consegui dormir tanto? Sei não. E pensando bem nem foi tanto assim porque eu sai da shopping lá para seis horas, depois achei um psicólogo e aí já eram sete, fiquei aproximadamente uma hora e meia mechendo no celular, o que significa duas horas de sono profundo."

Resolvi ligar para Jéssica mas ela não atendeu, eu não ia ligar para Katarina e muito menos para o Raphael, os meus irmãos não têm chip daqui então o celular deles nem chama. Eu já estava ficando apavorada quando me lembrei do Allan, não sabia se deveria ligar mas como eu não tinha outra opção eu liguei e depois de chamar três vezes ele atendeu.

Ligação on

- Alô. Quem é?
- Millena. Desculpa te acordar Allan.
- Eu não estava dormindo não, só não olhei quem era.
- Estou te incomodando?
- Não, mas porque você ligou?
- Estou em cima de uma árvore aqui perto do shopping e eu perdi o último ônibus ...
- Fica onde você está, é perigoso ficar andando sozinha a noite. Mãe eu vou sair tá?!
- Mãe?
- Estava falando com ela depois te explico. Estou indo te buscar. Me fala exatamente onde você está.
- Estou na frente de um bar chamado *** e meu celular está com sete por cento de bateria.
-Ok . Daqui a meia hora chego aí. Tchau.
Ligação off

Sério eu estava contando os segundos para ele chegar e pensando na broca que eu vou levar se eu fosse para casa. Depois de uma eternidade (tá eu exagerei) o Allan chegou e puxou meu pé, resultado eu entrei em desespero sem saber que era ele e comecei a gritar por socorro.

- Cala a boca Millena! Sou eu caramba.
- Ops. Foi mal. - falei e pulei de cima da árvore - Aqui tem uma porção dessas árvore, como você descobriu que eu estava aqui?
- Eu vi seu pé - ele falou rindo
- E eu achando que estava escondida - falei rindo também.
- O carro está ali na frente, eu te levo em casa.
- Eu não vou para casa. Não hoje. Mas quantos anos você tem?
- Dezesseis. Como assim não vai para casa Millena?
- E aqui pode dirigir com essa idade? - falei ignorando a pergunta dele e o seguindo lado a lado até o carro.
- Não. Eu tenho carteira e identidades falsas e o carro está no nome da minha mãe.
- Atah. - falei meio confusa com o fato de ele ter documentos falsos.
- Para onde você vai então?
- Me leva para um hotel qualquer que aceite cartão de débito.
- Lamento te informar mas não vai achar vaga nenhuma a esse horário.É melhor você ir para casa.
- Me deixa em uma rua segura então -eu falei e ele me incarou com uma sombrancelha levantada - o que foi?
- Eu não vou deixar você dormir na rua. Entra ai -ele falou dando a volta em um carro preto e sentando no banco do motorista
- Para onde vai me levar? - falei entrando no carro
- Para sua casa. Em qual direção é?
- Eu já falei que não vou para casa Allan. - falei séria.
- Então vamos fazer o seguinte você dorme lá em casa hoje e amanhã eu te deixo em casa antes de eu ir para a escola.
- Nem pensar que eu vou dormir com você.
- Eu não falei isso. Você dorme na sala e eu durmo no quarto, deixa de ser marrenta eu não vou fazer nada com você não Lena.
- É melhor não eu te conheci hoje nem sei seu nome completo, nem conheço sua família, não senhor eu não vou.
- Meu nome é Allan Henrique Santos Martins e eu te apresento para o pessoal quando chegarmos lá. Quanto a nos conhecermos hoje eu te compreendo e não vou te obrigar a ir lá para casa não só acho que é mais perigoso dormir na rua do que na minha casa.
- OK. Eu vou, mas eu tenho que estar em casa as seis horas para pegar minhas coisas e ir para a escola.
- Tudo bem. - ele falou e arrancou com o carro.

Eu conhecia aquele caminho parecia ser perto de casa mas não quis falar nada. O percurso inteiro foi um silêncio perturbador que só se rompeu quando ele parou o carro em frente a uma casa de dois andares, pintada de verde claro e disse que havíamos chegado. Eu deci do carro e ele também.