Capítulo 18: A adoção

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  Acordei quando já eram duas horas da tarde e a Lívia não estava no quarto. Vesti uma calça jeans preta e uma blusa fininha rosa de manga cumprida que eram da Lívia e penteei meus cabelos. E estava quase saindo do quarto quando a Liv entrou.

  - Acordou bela adormecida? - ela falou sorrindo.
  - Por que não me acordou mais cedo?
  - Porque eu fui para aula e como você está de atestado não adiantava te acordar cedo.
  - Por que você se voltou a se cortar Lívia? - perguntei rígida olhando para seus braços recém machucados
  - Tive medo de te perder. Você estava sangrando muito. - ela falou desviando o olhar
  - Que você se cortou no dia que eu fui internada já sabia mas esses estão frescos. O que aconteceu? E por que está mentindo para mim?
  - Eu não queria te preocupar, mas foi a Sophia. Ela me deu um tapa semana passada depois que o eu chamei ela e o Gustavo de putos e mandei eles irem para um motel porque você não merecia ver uma cena daquelas
  - E você se cortou por isso?
  - Não, eu me cortei porque depois que eu e ela saímos no tapa no final da aula, ela postou no face um monte de coisas sobre minha irmã falando que tudo foi culpa minha e que eu sou muito pior do que ela porque ela ficou com seu irmão e não com o seu namorado.
  - Como assim? Você ficou com o namorado de quem?
  - Com ninguém. O namorado da Thaine ,a minha irmã, me agarrou no meio da escola mesmo contra a minha vontade, a Sophia tirou uma foto e espalhou para todo mundo. Depois que a minha irmã viu a foto ela ficou muito chateada comigo e saiu de casa sem avisar para ninguém, sei que ela está no sul do país porque ela às vezes fala com a minha mãe, mas comigo ela nunca mais falou
  - Ei. Não fica assim a culpa não foi sua, aquela menina é uma idiota. - falei enchugando suas lágrimas.
  - Está tudo bem. Vem, vamos almoçar, hoje atarde temos muitos doces para fazer.

  Nós comemos e a comida estava uma delicia, a Lívia me contou que a diretora disse que a secretária de educação aprovou o projeto e que começariam a  pagar o nosso tratamento assim que eu voltasse para a escola. Eu tomei dois de meus remédios que o Allan comprou para mim e depois nós fomos direto para a cozinha fazer os doces, e eles ficaram deliciosos. Como eu ia passar duas semanas de licença e a Lívia vai continuar indo às aulas nós combinamos que eu faria a limpeza básica da casa dela durante as manhãs para pagar a "minha estádia" lá e a tarde nós faríamos os doces e os venderia-mos intercaladamente durante a semana.
A noite, depois do jantar, enquanto eu e a Lívia arrumavamos a cozinha recebi uma chamada de um número que eu não conhecia então pedi para a Liv atender para mim.

Ligação on
  - Alô?! - a Lívia falou depois de colocar a chamada no viva voz
  - Alô, eu gostaria de falar com a senhorita Millena Shimon por favor.
  - A Millena só está atendendo chamadas urgentes. Quem gostaria exatamente de falar com ela?
  - Meu nome é Marcos, sou advogado das empresas Shimon e preciso falar com ela. Você poderia passar a ligação? - ele falou e eu fiz que sim com a cabeça.
  - Vou passar para ela só um minutinho - ela falou e tampou o microfone do celular -tem certeza?
  - Tenho sim pode  me entregar.
  - Toma -ela falou me passando o celular
  -Alô - falei e tirei o celular do viva voz
  -Alô. Millena?
  - Eu mesma.
  - Eu sou o Marcos, trabalho como advogado da sua família e empresas, e acabei de receber um pedido de transferência da sua guarda e a do seu irmão Gustavo para o seu outro irmão Philippe. Tem procedência esse pedido senhorita?
  - Confesso que me pegou de surpresa mas acho que sei porque o Philippe quer brigar judicialmente por nossas guardas. Será que tem como você me ligar amanhã ao meio dia para conversarmos melhor?
  - Tem sim. Manterei contato Millena. Muito obrigado por seu tempo senhora.
  - Eu que agradeço Marcos. Boa noite
  - Boa noite. Até amanhã.
  - Até.
Ligação off

  - Então amiga? - a Liv perguntou preocupada
  - O Philippe quer abrir uma ação na justiça para pegar a minha guarda e a do Gustavo e o advogado me ligou para ver se procede a informação.
  - E ele tem chances?
  - Não sei. Eu preciso falar com ele agora mesmo.
  - É perigoso você sair daqui agora Milly.
  - Eu não me importo. São nove horas ainda. Eu pego um ônibus falo com ele e volto para cá.
  - Então espera que eu vou ligar para o Allan tenho certeza que ele nos leva lá.
  - Não senhora o Allan já fez muito por mim e vocês têm aula amanhã não podem dormir tarde.
  - Para Milly deixa de ser orgulhosa. Eu vou ligar para o Allan.
  - Não Lívia. - falei mas ela já estava discando os números.

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