ॣ❥ O4 ─ four

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{No outro dia}

Summer POV's

A minha conversa com a Cassie foi um tanto quanto difícil, ela não aceitou bem no início, porém me entendeu. Eu não contei a ela sobre a pior noite da minha vida e, acho que ela percebeu que eu escondo algo, mais eu preciso manter assim, não quero que ninguém saiba, já é ruim demais me despir para tomar banho, encarar o meu corpo e lembrar - me daquela noite.

Uma cicatriz em minha barriga, não era nada perto das lembranças que me atormentavam.

Bom, é madrugada e eu estou sentada em minha cama, olhando para o nada, o meu despertador tocou a alguns minutos e eu ainda estou pensando se devo ou não ir.

- Chega de indecisões, essa viagem será a melhor escolha que você poderia fazer.

Disse o meu subconsciente, respiro fundo, me levanto e caminho até o banheiro, abro a torneira e lavo o meu rosto abundantemente, para cessar o sono. Dispo- me e adentro no box, ligo o chuveiro e faço uma careta ao sentir a água fria em meu corpo, fazendo- me arrepiar. Deus, como eu odeio isso!

Depois de alguns minutos debaixo daquele chuveiro, fechei o mesmo ao terminar o meu banho, puxei uma toalha que estava pendurada em um cabide, enrolei a mesma em meu corpo e sai do banheiro.

Caminhei até a minha cama e olhei para a roupa que estava separada, despi a toalha na cama e vesti as minhas peças íntimas, em seguida, uma calça jeans, os meus boots preto, da mesma cor que a calça e um moletom, pego uma escova e começo a pentear os meus cabelos, depois, ponho o meu gorro vermelho, borrifo um pouco do perfume que eu tinha ganhado da Cassie. Vou até a minha mala, pego a mesma e coloco o meu celular no bolso, olho em volta daquele pequeno quarto e sorrio, suspirando em seguida.

{...}

Usei alguns trocados que eu tinha para pagar um táxi. Ao chegar no aeroporto, caminho até o balcão para pedir algumas informações, pois eu estava confusa, já que nunca viajei de avião antes, aliás, eu nunca sai da cidade, desde que nasci.

Depois de fazer o check-in e outras coisas. Peguei o meu passaporte e visto, caminhei até o portão de embarque, pois já haviam anunciado o meu vôo.

- Oh, perdoe- me.

Disse ao esbarrar em uma criança, olhei para baixo e vi um garotinho incrivelmente lindo, porém o seu rosto me era familiar, a sua feição, ele realmente me lembrava alguém.

O mesmo estava com as mãozinhas na boca e os olhinhos arregalados, encarando- me.

- Desculpa, moça.

Falou o pequeno e eu me abaixei em sua frente, tocando o seu rosto e dando um sorriso.

- Está tudo bem, qual é o seu nome?

Perguntei.

- Aaron.

Respondeu com a voz mais fofa do mundo, ele era todo fofo.

- Eu sou a...


- AARON!

Meu coração errou as batidas, ao ouvir aquela voz, engoli um seco e fechei os meus olhos, pressionando as minhas pálpebras com força, abri os olhos em seguida e encarei o pequeno em minha frente, olhei em seus olhos e automaticamente, me fez relembrar da pior noite da minha vida.

- Papai!

Aaron saiu correndo, quando me virei, ele estava agarrado a perna de um homem.

- Você...

Era ele, embora que um pouco diferente, era ele, eu nunca esqueci daquele rosto, o rosto do meu pior pesadelo, o homem que destruiu a minha vida e me fez um mal irreparável.

Ele me olhou, sua expressão era confusa, como se não se lembrasse de mim, meu coração estava acelerado e ele me encarava, sua cabeça levemente tombada para o lado, era como se ele estivesse fazendo um esforço para se lembrar qual das suas vítimas eu era, por que com certeza eu não fui a única.

- Quem é a sua amiga, filho?

Perguntou o homem.

Filho? Aaron era filho dele? Meu Deus, que dó dessa criança.

- É a...

- Summer!

Falei olhando diretamente em seus olhos, o que foi uma péssima idéia, um sorriso se fez em seus lábios, ele deve ter me reconhecido, eu senti as minhas pernas vacilarem e ele começou a andar em minha direção.

- Belo nome...

Ele disse chegando mais perto, eu pude sentir as lágrimas rolarem pelas minhas bochechas, o meu vôo foi anunciado novamente, me abaixei, peguei a minha bolsa que estava jogada no chão, me levantei e corri até o portão de embarque. Ao adentrar no avião, caminhei até a minha poltrona, me sentei no meu acento, coloquei as mãos em meu rosto e me permiti chorar.

As lembranças daquela noite vieram a tona, eu não havia esquecido, porém elas estavam distantes e não era tão ruim quanto é agora.

- Está tudo bem?

Uma voz doce ecoou pelos meus ouvidos. Olhei para cima e vi uma moça loira, com uniforme. Certamente era a aeromoça.

- Sim, ótima.

Suddenly YouOnde histórias criam vida. Descubra agora