Capítulo 3 - Como ninguém mais

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Ah, se ela fizesse ideia de como sua voz quase fazia seu podre coração bater... Tudo nela era incrível. Ela o entendia, o ajudava, o protegia de si mesmo e o melhor de tudo: ela o amava. Era como se ela lê-se seus pensamentos.
- Já disse hoje o quanto amo você? - o sorriso dele foi inevitável.
- Hoje ainda não, mas nada a impede. - ele respondeu.
- Eu amo muito você, Anjo.
- E eu amo você. Você sabe o quanto, não sabe? Sabe que pode contar comigo, que eu sempre estarei aqui por você?
Do outro lado da linha, April - BelaRed como Bryan a conhecia - não suportou guardar todos aqueles sentimentos que estavam a deixando maluca, e deixou as lágrimas rolaram pelo rosto, soluçando alto.
- Ei, meu amor, por favor não chore. O que ouve? Me conte, Bela.
Ele continuava a ouvir seus soluços incessantes, e já começava a ficar nervoso.
- BelaRed, se você não se acalmar e me contar por que esta assim, vou agora correr os  773,30 km que separam Detroit e Nova York e vou te fazer me contar! - A voz dele era calma, mas não como o habitual. E isso fez April respirar fundo e engolir o choro.
Deitada na cama, enrolada em vários cobertores, ela enxugou os olhos com a manga do casaco velho que vestia. Respirou fundo novamente, e ficou em silêncio. Um silêncio eterno - para Bryan - mas ele aguardou paciente e em silêncio.
- Anjo? - Ela disse meio rouca.
- Estou aqui princesa, com você.
- Queria que estivesse aqui. De verdade. Seria tudo tão mais fácil... Eu sei que seria.
- Mas Bela, eu...
- Eu sei - ela o interrompeu - me perdoe, sei que você tem suas coisas ai, que seu trabalho é importante, eu só pensei alto. Desculpe por ter me descontrolado. Eu não consegui segurar.
Ele se manteve em silêncio. E ela continuou:
- As coisas com os meus pais estão complicadas, eles não me entendem! Não entendem que o que eu quero é dançar. Ballet é a minha vida. Eu não quero ser uma droga de médica, não passar o resto da minha vida tendo que dar a notícia de que os parentes ou amigos das pessoas estão mortas! Isso não é pra mim, Anjo... E também, essa distância toda... Já faz quase um ano, porra. É possível sentir saudade de alguém que nunca se viu? Porque eu sinto! Sinto saudade de você, do seu cheiro, seu toque.
Aquilo para Bryan era difícil. Ele sabia que encontra-lá seria coloca-la em perigo, e ele não queria correr esse risco, mas, a vontade de tocar seu rosto e colocar seu corpo contra o corpo dela ja se tornara insuportável.
- Me perdoe de novo, sou só uma adolescente em crise com a vida. Não quero te encher com os meus problemas. Por favor, esqueça. Vai ficar tudo bem, estou bem.- Completou ela
- As vezes você esquece que eu a conheço como ninguém mais. Você não sabe mentir pra mim. Você não esta bem. E olhe, tudo bem não estar.

Maldita ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora