Capítulo 18 - Detalhes

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 April sentiu as batidas de seu coração diminuírem conforme os minutos se passavam, e pôde começar a ouvir sua respiração, percebendo que a dela e a de Bryan agora estavam no mesmo nível. Ela se sentia confortável, e agradeceu a si mesma por não querer sair daquele momento. 

- Quanto tempo durou esse? - Perguntou a ele sobre o ataque de ansiedade.

- Menos do que os outros. Acho que estamos ficando bons nisso. - Ele disse dando um beijo em seu cabelo carinhosamente, e sorrindo. - Vou soltar você agora, está bem? Nós vamos ao meu apartamento, se você ainda quiser.

- Tudo bem, estou bem agora. Estaremos seguros lá? Quem era nos seguindo? - Ela disse se movendo no banco ao mesmo tempo em que ele, que se ajeitava e colocava o sinto nela, e em seguida o seu. O viu ficar tenso, e imediatamente se arrependeu de fazer tantas perguntas agora que o clima estava melhorando.

 Bryan ligou o carro e se dirigiu a saída do estacionamento, pegando a rua principal de volta ao Hotel. 

- Eu sinceramente não sei, mas vou descobrir. E eu já disse que ninguém fará mal a você enquanto eu estiver aqui... não se preocupe com isso. Vou precisar que confie em mim. Acha que pode fazer isso, April? 

- Claro. Eu posso. - Ela respondeu calmamente, dando um sorriso genuíno. - Nossa, estou com fome. Será que nossa comida esta muito fria? - Olhou pra ele com expectativa.

- Vou resolver isso, Senhorita. - Disse ele, apertando alguns botões no painel do carro, e de repente ela ouviu os toques de uma chamada sendo feita. 

Hotel Hilton Garden, Boa noite! - Disse um atendente animado e disposto.

- Boa noite, Sou Bryan Scott da suíte HeartGold. Eu quero que o jantar que esta no meu quarto seja substituído por um novo, igual porém sem camarão. Quero também 2 xícaras de chá de Camomila. Chego em 10 minutos.

- Certo, Sr. Scott. Faremos isso. - Responde a voz do outro lado com eficiência, e em seguida a ligação se encerra.

- Bela, você se importa que eu faça uma ligação agora? Não quero precisar fazer isso quando chegar no hotel. Você fica sensível depois dos ataques e quero ser todo seu. Tudo bem?

Ela se sente estranha por novamente estar nessa situação. Mas saber um pouco mais da vida pessoal dele, mataria sua curiosidade. Optou por ficar quieta e apenas ouvir, sem mais perguntas.

- Claro que não, fique a vontade

Bryan tocou o painel e ela ouviu novamente toques de chamada.

- Bennet? Sou eu. Estou acompanhado e no viva voz do carro. Pode falar?

- Entendi, diga. - A voz do outro lado era firme, mas de uma forma tranquila.

- Mandei pra você a uns 5 minutos coordenadas de um trecho de 3 ruas principais de Detroit. Elas ficam perto do hotel onde estou. Fui seguido por uma Van, encaminhei placa e modelo no seu arquivo também. Preciso de um protocolo completo e uma varredura. Peça a Hillary se precisar de mais ajuda. Quero descobrir até o número do sapato de quem dirigia. Eu poderia fazer mas não quero deixar BelaRed sozinha em hipótese alguma. Você pode quebrar essa? - Ele pedia um favor pra pessoa do outro lado, mas também parecia ter o total controle de tudo e todos, apenas pela forma de falar. 

- Uou, espere ai! - O homem do outro lado agora parecia muito animado. - BelaRed? Aquela Bela Red? A da foto da sua parede? Ela que esta com você no carro agora? - A voz de Bennet ecoava pelo carro e agora fazia Bryan sorrir, embora de forma sutil. - Eu não acredito nisso!

- Ela mesma, e seu nome é April, inclusive. Enfim, você pode fazer isso ou não, Henry? - Bryan respondeu achando graça, mas mantendo sua postura. 

- Você não pede, manda. Mando de volta no máximo amanhã pela amanhã. Aproveite a noite e deixe isso comigo. Estou feliz que finalmente você decidiu encontrar com ela, cara. Aliás, Oi April! Faça esse cara largar o celular, ou você não vai ter paz. - Ele brincou agora se dirigindo a ela.

Bryan se virou pela primeira vez e analisou a reação da moça, parecendo aguardar uma resposta. 

- Ahn... Oi, Bennet. Vou fazer o possível, pode deixar. - Ela estava sem graça e ele pareceu perceber. Então interviu:

- Okay, chega de papo. Espero os arquivos e te deixo informado. Até - Depois disso encerrou a ligação.

O carro entrou na garagem do hotel, e seguiu até a vaga destinada a ele. Bryan estacionou, deu a volta e abriu a porta de April. A guiando direto ao elevador. Assim que ele parou no subsolo e eles entraram, a Luz iluminou o rosto dele, e ela percebeu que ainda não havia parado pra reparar detalhes que agora ficavam evidentes. Como por exemplo, os seus olhos claros e distantes. 

Os dois haviam parado um de frente pro outro. Bryan olhava pra cima, para o indicador de andares, e ela agora o analisava calmamente. Seu nariz era reto e perfeito, suas mandíbulas marcadas e a barba bem feita, o faziam ficar ainda mais bonito. Sua cor era a de um bronzeado bonito de alguma ilha paradisíaca, embora ela saiba que ele não gosta de praia. Suas roupas combinam perfeitamente com ele, e a blusa que ele escolheu hoje evidencia seu corpo forte e chamativo. Sua beleza era quase irreal... e aquilo ela não conseguia ver pela webcam.

Ao entrar no apartamento, ele foi até o quarto e pegou um cobertor quente. Pediu que ela sentasse no sofá, colocou um descanso pros seus pés, tirou suas sandálias uma a uma, sentado na mesinha de centro, com muito cuidado. Ao se certificar que ela estava toda coberta, ouviu a campainha e foi atender.

Ela o viu caminhar até a porta devagar, abrir e receber dois carrinhos com a janta. Depois entrou, serviu um pouco de chá em duas xícaras e caminhou até o sofá, sentando-se em seu lado.

Maldita ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora