Capítulo 4 - Última gota D'água

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- Desculpe demorar tanto tempo para decidir ver você, mas, eu preciso aliviar o trabalho um pouco antes, entende? Preciso que as coisas aqui se acalmem e que você tenha paciência comigo. Pode fazer isso, amor? - A voz de Bryan era calma e compreenssiva. Ele, morrendo por dentro, pensou em mil possibilidades de ver BelaRed, e em sua cabeça, nenhuma delas daria certo.
- Sim, eu posso. - Ela respondeu firme.
- Ótimo, essa é a minha garota. Agora, voltamos a seus pais. O que aconteceu exatamente? - ele se mantinha calmo.
- Hoje quando acordei para o Colégio, estava sem a mínima vontade de ir. Então fiz como você aconselhou e fui pro studio dançar... - Ele permaneceu em silêncio - Mas meus pais descobriram, eu nao faço nem ideia de como, e foram me buscar. Me deram um sermão sobre só faltar um ano pra formatura, e todas aquelas coisas. Eu ouvi quieta, absolutamente tudo que eles tinham a dizer. Mas quando nós chegamos em casa tivemos uma discussão muito feia... Meu pai e eu, então ele se descontrolou e... - Nesse momento a voz de April falhou.
- e...? O que aconteceu? O que ele fez, Bela? - Gritou Bryan do outro lado da linha.
- Ele me bateu. - Contou ela voltando a chorar - Ele se descontrolou e me deu um tapa. Um tapa no rosto.
- Você vai no espelho, vai tirar uma foto do seu rosto e me mandar. Agora. - Seu tom de voz era fime, impassível e impaciente.
- Não, Anjo, eu estou bem, juro. Agora eu estou bem. - Ela disse rapida e nervosamente. Sabia que se ele visse o hematoma que se formara em sua bochecha esquerda, ele iria enlouquecer.
- Agora, Bela. - Ele rebateu num tom intimidador. E ela soube que não era um pedido.
- Eu estou cansada, Anjo, eu preciso dormir, por favor... - Pediu
- Agora. Estou esperando.
April acendeu as luzes, foi até o espelho, e lá viu uma menina pálida, de olhos inchados e vermelhos e com uma marca roxo-esverdeada ocupando boa parte de sua bochecha entre o olho e o queixo. Pensou em maquiar aquilo, para parecer menos feio, mas, como se o Anjo lê-se seus pensamentos, ela ouviu:
- E não passe nada. Quero ver exatamente como esta. Me ouviu, Bela? Droga! É tão ruim não saber seu nome... Já faz um ano, você podia me dizer. - Saindo do viva voz do celular. Ele parecia um pouco mais calmo, porque ele realmente queria saber e sempre que tocava nesse assunto April mantinha-se impassível. Sabia que era uma guerra a se lutar.
- Anjo! - ela riu-se - já falamos sobre isso. Só vou contar olhando nos seus olhos.
- Tudo bem, tudo bem. Onde está a foto? Vamos, quero ver. - Ele disse indiferente.
Ela tirou a foto, e apertou "enviar". Assim que o fez, ouviu o suspiro de Bryan e a ligação ficou muda.

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