Capítulo Cinco

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-- Não. -- digo me afastando e olhando para a calçada do lado de fora. Nada. Ele não estava mais alí.

Mas eu vi. Ele estava alí, me olhando prestes a beijar o Mike.

Mas por quê ele estava me vijiando?
Não entendo, será que...

-- Por quê? -- sou tirada de meus devaneios por Mike. Fixo meu olhar nele, seus olhos verdes inquisitivos me encaravam também.

Parecia que havia um ressentimento, mas eu não conseguia descrever o por que dele.

-- Achei ter visto uma coisa. -- digo dando de ombros e dando uma risada sem graça tentando quebrar esse clima ruim.

Ele franze o cenho e respira fundo. Acho que ele percebeu o clima ruim que se formou.

Mas, parando pra pensar...

Oh. My. God!

Eu acabei de quase beijar um cara mega gato! E eu NÃO beijei.

Por quê?

Por que pensei -- ou é a minha mente pregando peças em mim, de novo --ter visto uma certa pessoa de olhos azuis glaciais. Sou mesmo uma idiota!

Mas, mordendo o lábio, eu reflito.

Pode parecer estranho, mas eu quase senti culpa por estar aqui com o --lindão-- Mike.

E ainda por cima quase beijando-o.

-- Quer ir embora? -- ouço Mile se levantando e com o canto do olho o vejo indo até o caixa e voltando com um pacotinho médio. -- Vamos?

Ele me ofereceu a mão. Aceitei.

Respirei fundo e assenti e deixei que ele me conduzisse para seu carro.

Eu precisava mesmo de um descanso. 
Na verdade, precisava mesmo era de esquecer de toda essa merda que aconteceu hoje.

~☆~

Durante o percurso, vamos ouvindo Focus, da Ariana Grande.

Já me animei um pouquinho, segundo a minha tese,  (uma que eu pensei para explicar sobre tudo o que está acontecendo) estou cansada demais e com sono de mais.

Então, penso que vejo as coisas, mas na realidade, elas não existem.

Apesar de meu cérebro acreditar cegamente nisso, meu coração  não.

Coração idiota.

Com meus pensamentos longe, mal percebo quando a música acaba e outra a subsititui.

Ela fala algo sobre decodificar. Sorrio.
Preciso mesmo decodificar o mistérios de minha vida.

-- Sabe, eu gostei dessa músi...  -- Não tenho tempo de terminar de falar quando sou interrompida por um baque forte e alguma coisa pesada caindo no vidro da frente do carro.

Eu e Mike gritamos ao mesmo tempo.

-- Mas que diabos?! -- exclamo quando veio um pássaro enorme no parabrisa do carro.

Sangue pingava pelas rachaduras do vidros enquando Mike tentava encostar o carro.

Assim que nós paramos em um beco deserto, eu descí e...

-- Ai meu Deus!

Não era um pássaro enorme, como pensei que seria.

Era um...

Era um anjo.

Bem, pelo menos era o que parecia ser, era um homem. Quase translúcido, de cabelos escuros e nú.

E com duas asas enormes que um dia acho que foram brancas, agora, estavam ensopados de sangue.

Havia um corte profundo em seu peito e de lá saia sangue sem parar.

Meu estômago deu um nó ao ver aquilo. Seria isso uma espécie de pegadinha?

-- Ithuriel? -- sou tirada de meus pensamentos por um Mike desesperado. -- Meu Pai! Ithuriel?

Ele sacudida o "anjo" e gritava desesperadamente.

Aquilo parecia morto, mas por um momento, um brevíssimo segundo pensei ter visto sua pálpebra tremer um pouco.

Os olhos de Mike estavam cheios de lágrimas. Ele o conhecia, era a única explicação plausível para isso.

Então, de repente, uma fumaça negra e com um cheiro estranho começa a sair do anjo.

Mas que diabos?!

-- Não, seu desgraçado, você me paga! -- Mike gritou e por um breve momento ele começou a brilhar, e a sombra de  enormes asas despontaram em suas costas.

E elas também tinham um leve brilho incandescente.

Contive um grito na garganta quando ele se virou pra mim.

Seu corpo parou de brilhar e suas "asas" desapareceram.

Seus olhos, que antes expressavam ódio puro agora se amolece ao me encarar.

Mike tenta tocar meu rosto, mas me afasto.

-- Não. -- digo, mas ele tenta se aproximar de novo. -- Mike, não! 

Ele limpa suas lágrimas do rosto e murmura algo inteligível. E soluça, pra depois continuar, dessa vez, consigo emtendê-lo.

-- Ele pagará por isso. Farei-o se arrepender de sua existência -- disse ele.

Não consegui dizer nada sobre isso. Meus lábios estavam tão trêmulos e as lágrimas brotavam tão incessantemente por meus olhos que não consegui questioná-lo acerca disso.

Então uma escuridão me tomou tão de repente, que a última coisa que lembro de ter ouvido antes de Mike me pegar no colo enquanto eu caia no chão foi uma voz que, se não me engano, já ter ouvido, só não me recordará de onde:

-- Experimente tocá-la e serei eu fazê-lo se arrepender dessa sua existência medíocre.

Tentei respirar fundo, quase perdendo completamente a consciência, mas tudo que entrou por minhas narinas foi aquele cheiro horrível.

Cheiro de...

Enxofre?

~☆~

Está curto e sem revisão, mas obrigada mesmo assim por ter lido.
; ) No próximo capítulo irei colocar a foto de Luck na multimídia.
*--* Você vai amá-lo. Ele é LINDO!!

*0*

Olhe-me, AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora