Capítulo Três

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-- Socorrooo!!  Socorroooo!!  -- grito desesperada por ajuda enquanto puxo a cortina para mim a rasgando e tentando a enrolar em meu corpo.

-- Aaahhh!!!  -- grita o desconhecido que invadiu meu banheiro.

Quando consigo puxar a cortina e cobrir partes estratégicas do meu corpo, me afasto.

E finalmente vejo de quem se trata.

É um rapaz alto, pele um pouco bronzeada, cabelos loiros e olhos verdes brilhantes.

E só de toalha.

Por um momento me esqueci do que estava acontecendo, tamanha era a beleza dele...  Aquele corpo...

Mas logo que recobrei minha sanidade, a irritação veio com tudo.

-- Você por acaso está louco? -- gritei o mais alto que pude.

Enquanto isso, ele estava em estado catatônico.

-- Ei! -- gritei de novo. Já estava perdendo as estribeiras com esse cara. -- Estou falando com você, seu infeliz! 

Ele pareceu sair de seu "mundinho particular" e me encarnou nos olhos.

E aquela mesma sensação de mais cedo me atingiu.

Era como se eu o conhecesse,  se já o tivesse visto em algum lugar, mas não soubesse se isso era algo bom ou ruim. Não tinha certeza.

-- Saia! 

-- O quê?

Ai meu Deus, estou falando grego por acaso? 

Ou esse loirinho aí é lerdão mesmo?

-- Você. Está. No. Meu. Banheiro... Saia! -- falei pausadamente, mas um pequeno reforço me atingiu por ter gritado com ele. Não pude evitar.

-- Ah, ok, me desculpa. -- respondeu-me, balançando a cabeça de um modo estranho e saindo do banheiro, fechando a porta atrás de si.

-- Por que será que essas coisas só acontecem comigo? -- pergunto pra mim mesma enquanto me seco e me enrolo na toalha.

Passo direto por meu quarto e entro no closet, escolho um vestidinho preto e calso uma rasteirinha simples.
-- Ai meu Deus!  -- exclamo ao vê e aquele cara estranho sentado em minha cama.

-- Me desculpa, mas eu posso explicar. -- ele fala de um jeito sério e toda a raiva que eu senti momentos atrás se dissiparam.

Sua voz grossa e atraente aqueceu minha alma.

Se é que tem como isso acontecer.

-- Sou um amigo de sua família, é como precisei resolver uns problemas aqui em Nova York, seus pais me ofereceram um lugar pra ficar durante esse tempo.

-- Eles teriam me dito. -- afirmo.

Sutilmente me posiciono próxima à porta e coloco minha mão esquerda nela.

Vai que Ele quer me machucar?!!

E, como a lesse meus pensamentos, ele responde:

-- Jamais machucaria você. -- Ele fala,  mas sem me olhar nos olhos.

-- Não vai terminar? -- pergunto sentindo o clima ficar estranho.

-- Terminar o quê? -- me encara com semblante confuso.

-- O motivo. -- quando seu rosto mostra que ainda não havia entendido, gesticulo para o banheiro. -- O motivo de você ter inadido meu banho e ainda ter me olhado como um doido.

Olhe-me, AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora