Capítulo 40 - 19 de julho de 2018

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19 de julho de 2018

Eu sorri mais uma vez, observando o quadro finalizado em cima do cavalete. Desde o início do ano, eu estava colocando mais fotos dos meus quadros para exposições online e estava contente com o resultado.  Meu trabalho estava recebendo boas críticas e já tinha tido a oportunidade de deixá-los em uma galeria aqui da ilha por algumas semanas, o que foi incrível para mim... Era bom saber que a arte que eu transmitia pudesse alcançar outras pessoas e mais do que isso, que eu estava verdadeiramente feliz por estar fazendo aquilo... totalmente diferente do que estaria se ainda estivesse em NY.

Eu limpei minhas mãos sujas pelas tintas, com um pano úmido que havia no ateliê, fiz um leve carinho na cabeça do Gogh, que dormia tranquilamente no chão do local e decidi ir até o hotel... Camila estava por lá e eu queria mostrar como o novo quadro havia ficado.

Entre o caminho, eu vi que o galpão, onde as pranchas ficavam, estava aberto e fui até lá para saber se alguém tinha esquecido de fechá-lo.

―Ei, você está ai... pensei que tinham esquecido o galpão aberto. – Eu comentei ao observar o Troy passando a lixa por uma prancha.

—O movimento do hotel está calmo, aí aproveitei para vir aqui... – Ela explicou com um leve sorriso. – Saca só, estou fazendo a primeira prancha do Thomas. – Ela disse num tom orgulhoso, enquanto me mostrava a pequena prancha ainda sendo moldada.

—Vai ficar muito legal. – Eu comentei me aproximando para analisá-la. – Por mais que ele só vá usar isso daqui a alguns anos. – Eu adicionei num tom brincalhão.

—Vai passar rápido, quando eu menos esperar ele já vai estar em pé na prancha e deixando a Ally de cabelos em pé. – Ele comentou soltando uma risada, enquanto voltava a lixar a prancha.

―Eu posso imaginar a cena... – Eu falei rindo também. – Como é a sensação? – Eu perguntei cessando minhas risadas.

—Do quê? – Ele perguntou num tom confuso.

—Você sabe... ser pai... – Eu esclareci me apoiando em uma das mesas do local, enquanto cruzava os braços.

—É aterrorizante... – Ele murmurou levantando sua cabeça para me encarar. – Todas as preocupações e responsabilidades, a ansiedade de querer fazer tudo pelo filho... – Ele continuou soltando um suspiro. – Mas ao mesmo tempo, é a melhor sensação que existe... a de saber que um pedaço de você está vivo e que te ama incondicionalmente. – Ele disse com um sorriso aberto. – Você está incomodada... – Ele observou.

―Só estou um pouco perdida... – Eu admiti com um longo suspiro. – A Camila está animada e eu não quero decepcioná-la. – Eu comentei dando de ombros.

—Eu posso ver o quanto ela quer isso pelo olhar... mas a questão é... você também quer? – Ele perguntou sério.

Depois que a Camila havia manifestado sua vontade de ter filhos, eu acabei a apoiando e desde então, estávamos nos informando melhor sobre o assunto com a ajuda da Mani. Ela nos explicou alguns dos métodos disponíveis e se prontificou para ser a médica responsável, o que deixou tanto eu, quanto a Camila, mais confortáveis. Há pouco mais de um mês, Camila havia se prontificado para fazer uma inseminação e eu... bom, eu ficava cada vez mais inquieta com a situação.

—Ela quer então... – Eu falava naturalmente.

—Não foi essa a pergunta, Lauren... eu perguntei se você quer? – Ele repetiu me encarando atentamente... Eu já havia feito aquela pergunta para mim mesma milhares de vezes e todas as respostas eram as mesmas.

Mi Ojos Verdes - Camren -Onde histórias criam vida. Descubra agora