Capítulo 50 - 20 de maio de 2019

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20 de maio de 2019

Eu tinha o ar preso em meus pulmões, alternando meu olhar entre as duas mulheres ao meu lado e o móvel recém-montado. Era a terceira vez que tentávamos com todo o nosso empenho montar o berço que eu e Camila havíamos comparado há alguns dias e agora, tudo indicava que ele se manteria de pé.

—Acho que deu certo! – Vero comentou animada, mas antes que eu e a Dinah esboçássemos algum sorriso, o berço simplesmente despencou no chão, soltando as peças mais uma vez.

—Porra, não é possível. – Eu murmurei soltando o ar, num tom cansado.

—É isso, eu desisto. – DJ reclamou se sentando em uma das poltronas que havia por lá.

—Vero, você não está aparafusando isso direito. – Eu falei observando os parafusos soltos.

—Olha aqui, a culpa não é minha se você foi pão-dura e não quis comprar o negócio montado. – Vero resmungou revirando os olhos.

—Não fui eu! Foi a Camila! Ela disse que fazia parte da "magia" da gravidez montar as coisas. – Eu me defendi rapidamente.

—E ela não está aqui montando por quê? – Vero perguntou franzindo a testa.

—Porque ela está muito ocupada organizando as coisas do seu casamento e do casamento da Dinah. – Eu falei num tom óbvio, enquanto ela jogava a cabeça para trás e eu começava a pegar as madeiras no chão para montá-las de novo. – Quer saber? Vou esquecer os parafusos, vou pregar logo tudo e está muito bom. – Eu adicionei pegando um martelo.

—Justo. – Vero murmurou.

—Estou nervosa... Nunca pensei que fosse me casar. – Dinah comentou mordendo os lábios.

—Ninguém aqui pensou, mas a magia negra de amarração que elas fizeram deu certo. – Vero disse naturalmente.

—Só espero que a Camz não tenha um ataque quando eu falar com ela mais tarde. – Eu disse com um leve sorriso, enquanto pegava um saco de pregos.

—Não duvido muito. – DJ murmurou pensativa. – Acredita que ontem ela gritou comigo porque eu deixei uma banana cair no chão? Ela disse que eu não era cuidadosa. – Ela adicionou torcendo o rosto e eu soltei uma risada.

—Ela está cada dia mais maluca com esses hormônios. – Eu comentei posicionando o prego onde queria.

—Quem está maluca, Michelle?! – Eu escutei aquela voz ameaçadora soar e com o susto, acabei acertando, com o martelo, um dos meus dedos ao invés do prego.

—Puta que... – Eu comecei a gritar, segurando meu dedo, mas parei ao observar a Camila me encarando, com as mãos na cintura, parada perto da porta do quarto.

—Depois dessa acho que vocês não vão ter filhos nunca mais, esse dedo aí já era. – Vero comentou soltando uma gargalhada junto com a Dinah.

—Ok, as duas comentaristas de circo... – Camila falou apontando para Dinah e Vero. – Podem ir embora, Mani e Lucy estão na praia, vocês podem ir ajudar a terminar a decoração, até porque ficaram duas horas aqui para montar um simples berço e nem isso conseguiram. – Ela continuou estalando os dedos e as duas obedeceram sem nem ao menos resmungar. – E você, ainda nem me viu maluca, portanto não me provoque. – Ela terminou me encarando firme.

—Droga, desculpa... Quase arrancou meu dedo, caramba. – Eu murmurei sentindo meu dedo ainda latejar.

—Me deixa ver. – Ela pediu se aproximando de mim. – Está bem vermelho, mas não quebrou, vamos à cozinha colocar um gelo.  – Ela disse dessa vez mais calma e eu assenti.

Mi Ojos Verdes - Camren -Onde histórias criam vida. Descubra agora