Vi a cena que eu não queria ver... Luanda estava com as coxas sangrando, e na mão dela estava a lâmina da navalha que uso para diminuir o tamanho das minhas gigantescas costeletas. Aquelas grossas coxas estavam derramando muito sangue, fiquei com muito medo e desespero.
- Luanda, porquê? - falei em um tom triste.
A guria não respondeu. Dei um abraço na jovem e fiz uma coisa que não sei se agradou a mesma: tirei minha camisa do Internacional e vesti Luanda com a histórica camiseta número 5. Pelo jeito que o rostinho de Lulu deu um sorriso discreto, achei que ela gostou, pois é torcedora fanática do Inter. Luanda retribuiu o abraço com força, senti meu coração pulsar três vezes mais forte, aquele abraço foi como se um panda me abraçasse de um lado e do outro um coala me abraçasse, muito fofinho e apertado.
- Meu Deus! Obrigada, meu amor! - disse Luanda em extrema euforia.
Na tarde que começava a chegar, eu comia um sanduíche que eu mesmo criei, fritei um hambúrguer e coloquei um presunto em cima do mesmo. O sanduíche era bom demais, uma delícia. Bianca me observava mastigando aquele sanduíche e me perguntou:
- O que houve com o seu nariz? Tá cheio de sangue.
Porra, velho, esqueci de limpar esse bico de pica-pau. - pensei.
Me manti calado e comendo meu sanduíche. Após comer o sanduíche e lavar os pratos, fui para a sala. Luanda estava tomando banho e isso era o que me preocupava, pois existem muitos casos onde a pessoa tem automutilação e no banho é onde ela se corta, eu já ouvi casos assim porque dou uma de psicólogo com meus amigos que sofrem de depressão, Isabella, é um dos exemplos. Eu vi a garota sair do banheiro vestida com uma blusa poncho de pijama acinzentada com capuz e uma calça cinza também com poá preto. Os cortes foram estancados e eu sorri para Lulu, a mesma ficou um pimentão.
A noite chegava com uma linda lua cheia e a hora de todos lá em casa dormirem. Eram 10 da noite já, e eu vi Bianca indo deitar. Meu nariz estava bem melhor que o normal. Luanda dormia no meu colo, vestida com a camisa que eu lhe dera, eu assistia o filme Todo-Poderoso, que era estrelado por Jim Carrey, um dos maiores comediantes que já existiu. Deixei Lulu numa posição que dava para eu abraçá-la como se a mesma fosse um ursinho de pelúcia.
- Vem, linda. - disse eu pegando Luanda no colo e levando-a para a cama.
Apaguei as lâmpadas e fui dormir com Lulu. Era 1 da manhã em ponto e eu não dormia, pois um som maravilhoso simplesmente não me deixava pregar os olhos. O doce som vinha do telhado e quando fui ver, Luanda desapareceu. Subi no telhado e vi a garota tocando em meu violoncelo, era um talento único, a forma com que aqueles dedos pressionavam sutilmente as cordas. Luanda tocava Rolling in The Deep e não me vira, por estar concentradíssima no instrumento.
"Sem a música, a vida seria um erro." - Friedrich Nietzsche
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Celtic Love
Teen FictionNa rua Killarney, em Dublin, Irlanda, vive uma jovem garota chamada Luanda. Nada como uma simples tarde na casa do namorado, assim estava Luanda com Marcos, o par da moça, até começar uma tragédia que mudou a vida da garota para sempre, mas outro ga...