Zona de Rimas

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Louco de fúria, insano e totalmente fora de si, eram as palavras que pronunciavam ao me verem de psicológico totalmente debulhado. Lulu foi até mim, me acalmar com seu singelo e sereno abraço de amor.

- Amor? - perguntou Luanda.

Não respondi.

- Ei, bebê! - disse Luanda.

- Fala.

- Te amo, tá? E eu vou sentir falta deles.

Eu senti uma calma percorrendo meu corpo. A noite cerrava e eu me pus na cama, para me livrar do longo e fatídico dia que tive.

- Boa noite, amor. - disse Luanda apagando o abajur e fechando os doces olhos de boneca dela.

A chegada da manhã foi denunciada pelo canto das andorinhas, que pousavam nos fios dos postes, e pelo chiado de 3 marmotas que ficaram fuçando os frágeis corpos das borboletinhas-monarca que morreram. Me levantei bem disposto e enérgico para ir à escola. Umi dormia no quarto ao lado, e eu fui vê-la. A asiática estava em sono profundo.

- É hoje, Lulu! - disse eu.

Luanda fez um olhar de quem não entendia bulhufas do que eu havia falado. Seguimos até a escola e fomos para nossas salas de aula. Um dia normal numa escola normal. O sinal do intervalo bate e todos vamos para o lanche. Eu fui para a área do futebol, onde estavam meus colegas Scott Humphrey e Corentin Humphrey, ambos eram irmãos, Scott era o mais velho. Corentin lançou uma bola longa para mim. Segui a bola,e fui correndo de costas atrás dela. Marcos espreitava tudo e pôs o pé para eu cair, e tomei um tropeço épico.

- Porra! - gritei.

O loiro tentou me socar, mas esquivei, e gritei:

- Batalha de rima, filho da puta!

O pessoal nos circundou e olhou como uma plateia. Um garoto que usava dreadlocks enormes ouvia rap, e ligou o som numa batida pra batalha. Marcos iniciou:

- Ei, cuzão! Aqui é meu território, se prepare que hoje é o teu velório! Você não é rico, nem irá trabalhar num bom escritório, seu simplório! Sou popular e notório! Você não passa de um retardado mental, vá pro seu psiquiatra, ele te espera lá no consultório!!!

A galera toda gritou bem alto, indicando que Marcos já tinha ganho a batalha. Fiquei imóvel, esperei 5 segundos e parti pra rima:

- Sou simplório? Sim, mas sou humilde e não sou egoísta! Nem seus olhos aguentam ver suas crueldades, canibal narcisista! Você não passa de um mimadinho terrorista, você fala pra mamãe que vai jogar FIFA, mas se tranca no quarto pra bater uma pra Mia Khalifa! Sabe o que tu é? Tu é um assassino, que causou sofrimento a um menino. E sua rima? Além de fraca, é cheia de ilusões! A minha te derruba, e te faz essa batalha, mais uma das suas decepções!! Aprende, vagabundo, a fila anda. A sua maior vergonha foi perder a Luanda! Sai daqui, se manda!

O grupo ali explodiu em um altíssimo berro:

- WOOOOOOOOOOHH!!

Marcos ficou imóvel e perplexo, e o peguei de surpresa com um soco fortíssimo. O impacto jogou o loiro a uns 5 metros de distância de mim. Luanda e Luís gritavam com a trupe:

- João! João!

O diretor viu e me deu uma senhora bronca, mas eu explicara tudo.

Cheguei em casa com Lulu, e Umi nos esperava com um sushi suculento prontinho para jantarmos. A asiática estava sorridente, e nos serviu carinhosamente. Meu amor e eu estávamos abraçados vendo Rocky IV, filme que adoramos.

"Porque ali fica tão vazio sem mim." - Without Me, Eminem

My Celtic LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora