Chifre de Aço

10 1 1
                                    

- Sim!! - exclamou Luanda, aceitando meu pedido de namoro.

A garota estava com os globos oculares brilhando porque a emoção tomou conta dela, e eu senti que era intenso, algo fora da normalidade. Subitamente, Lulu me puxou para um beijo. Um beijo intenso na boca, algo que eu nunca sentira na minha vida e queria sentir. Carinhosamente, passei minhas mãos entre o cabelo da jovem e segurei sua nuca dum jeito bem suave. O beijo foi típico de um casal, intenso e caloroso, sem demora.

- Te amo, minha pequenina. - sussurrei no ouvido de Lulu.

Os pêlos da jovem se arrepiaram um pouquinho, pensei que fosse de frio, pois ventava um pouco, a janela da sala estava entreaberta e Luanda estava com um short jeans e uma camiseta do 1D, a única coisa que Lulu ama mais do que eu.

Bianca chegou e me viu com Luanda no colo. A jovem estava em sono profundo, pois estava exausta. Eu brincava com os cabelos de Lulu como se a mesma fosse uma boneca. O domingo foi bipolar, mas acabou tudo bem. Fomos dormir e no meio da madrugada, um touro louco à solta disparou no meio da rua Killarney. O animal esmagou um carro pequeno com seus chifres longos.

- Caralho! Meu touro! - gritou um velho barbudo correndo pela rua com um cajado de madeira de pinheiro.

A rua inteira ouviu o escarcéu causado pelo bovino. Eu pulei da janela pra ver o que era mais de perto e recebi uma bela chifrada que me jogou contra a cerca do vizinho à direita, quebrando a mesma. Hematomas surgiram no meu corpo lentamente, contudo, peguei uma pedra e joguei-a no cocuruto do animal. Só serviu para irritá-lo ainda mais e levei outra chifrada do bovino de pelagem branca.

- Touro maldito! - gritei.

O animal se preparava para um golpe certeiro em mim, mas Luanda atirou o violoncelo no touro, por incrível que pareça, o instrumento estava intacto e o touro havia sido jogado para longe. O fazendeiro que deixara o touro escapar se responsabilizou pelos danos, menos os meus. Até hoje me dói a coluna, devido ao impacto contra a cerca que eu sofri.

O dia se iniciou e eu fui à escola mesmo com as dores lombares que incomodavam bastante. No lanche, Marcos veio de encontro comigo para me perturbar.

- Garotinha! Ainda é boquinha virgem! - falou Marcos desdenhando de mim.

- Cale-se! Eu já perdi o bv.

- Nem um mosquito te beij...

- Mas a Luanda sim, e foi com ela que eu perdi, e adivinha essa, quem namora ela agora? Quem sabe tratá-la como ela merece? Eu. Sou eu.

O loiro ficou irritadíssimo, vermelho de raiva. Marcos tentou me dar um soco, mas desviei e saí de perto dele. Luanda me viu e me chamou. Segui para onde a garota estava e eu a abracei fortemente. Luís me olhou com aquela carinha maliciosa e Isabella disse baixinho, mas audível para mim:

- Ownnnt, que fofinho.

Dei um sorriso discreto e passei a mão nos cabelos de Luanda. Marcos viu a cena e surgiu à minha direita, me dando uma voadora que eu nem vi. Desloquei a mandíbula depois do golpe.

- Ela é minha! Minha! Entendeu, babaca?! - gritou Marcos.

Eu estava agonizando de dor no chão, pois o ataque surpresa doeu pra mais de metro. Lulu se enfureceu e deu o tapa. Não foi um tapa, mas foi O TAPA. O tabefe de Luanda foi tão forte, que tirou sangue do nariz do loiro. E a série de tapas começou. Nem eu imaginava que Lulu era explosiva a este ponto.

"Ela perdeu a mente" - Dreaming, System Of a Down

My Celtic LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora