Bons Pesadelos

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Minha cabeça estava surtando após o pesadelo. Fiquei paralisado por 30 minutos no sofá com medo e pavor daquelas imagens horrendas, cada cena era real demais para ter parecido um simples pesadelo vespertino. Vou contar como foi.

Era um cenário sombrio, e sempre quando eu sonho, tem uma trilha sonora. O cenário era composto por enormes árvores que cobriam a floresta, impedindo a luz do Sol penetrar no primeiro galho de cada uma. Na grama escura, estava eu deitado dormindo e Luanda correndo na mata com uma expressão facial nada agradável. Acordei com os gritos de medo da jovem. Estava escuro e eu esbarrei na guria. A área que eu estava havia um pouco de luz solar.

- Luanda!!!! O que houve? - perguntei assustado.

- Não quero morrer...

Eu senti arrepios pelo meu corpo após as três palavras ditas por Lulu. Minha espinha estava supergelada de medo, peguei um canivete que estava em meu bolso para proteger Luanda e eu. Um vulto passou diante dos olhos da moça, e a mesma começou a sentir um calor intenso. Tentei ligar para Luís vir me ajudar, o garoto atendeu:

- Alô? João??

- S-sim.

- Tudo bem?

- Não. Não está nada bem.

- O que houve?

- SOCORRO! 

Uma voz fininha disse:

- Olá. Sou o Gasparzinho.

- AAAAAAAAAAAAHHHH! - gritou Luanda recebendo uma corte que a despedaçou em duas. 

Eu senti calafrios pesados e o rosto do suposto assassino parecia ser o de Renan. 

- Um, dois, três, quem devo matar essa vez? - disse o psicopata.

- Jo... - disse Luís até o sinal cair.

Chovia intensamente na floresta, uma tempestade furiosa acompanhada de trovões estrondosos. Corri do assassino que me procurava dentre as árvores. Me escondi numa moita e Renan ia cortando os arbustos com o facão que estava em seu pescoço. Meu coração faltava me matar antes que o psicopata me achasse, pois estava tão acelerado que só faltava saltar pela boca. O assassino me achou e fincou a grossa peixeira na minha nuca e desceu o corte até me abrir em dois. Renan se deliciava com meu sangue. 

- AAAAAAAAH! - gritei acordando de medo. 

Luanda me ouviu gritar e foi correndo ver o que acontecera, eu estava tremendo de medo, parecia que eu tinha Parkinson em estágio avançado. Mal consegui falar, só queria estourar minha cabeça naquela hora. Lulu me abraçou para me acalentar e me disse:

- Calma, me aperta bem forte.

Apertei a cintura da garota e comecei a chorar. Sim, meus pensamentos me atormentavam por conta do pesadelo terrível que eu tento esquecer, mas as cenas não se deletam por nada, menos quando Luanda está por perto ou quando penso nela. 

O dia se passou e a noite chegava. Luanda tocava algumas músicas para me acalmar, ela pegou as partituras de Question, Chop Suey, Temper e A.D.D, todas da banda System Of a Down, a qual eu sou viciado. Serviu bastante para me deixar leve e calmo. Lulu me abraçou, fez carinho em mim e me cantou uma canção linda: A Thousand Years. 

- Boa noite, Holy. - disse Luanda me beijando na testa como eu sempre faço com ela.

"Me deixe lhe cantar uma canção de ninar, meu pequeno amigo." - Lullaby, Amaran 


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