Capítulo 80.

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11:57 PM

O médico entra na sala, e tira os aparelhos de mim. Não aguentava mais essas coisas em mim! Ele começa a falar que eu preciso comer adequadamente e que tome remédios, já que estava no começo de uma depressão. Minha mãe começa a conversar com ele, enquanto eu coloco uma roupa que minha mãe trouxe de casa. Saio do banheiro, e vou logo falar com o médico.

Alex: doutor, já posso vê-lo? - pergunto, e ele suspira.

Médico: claro, no quarto número 7 - ele fala enquanto anota alguma coisa em sua prancheta. Não espero ele falar mais nada, e já saio correndo do quarto. Subo as escadas rapidamente, subindo de dois em dois degraus. E, finalmente, chego em frente ao quarto, ofegante. Bato na porta, e um médico de aproximadamente trinta anos, abre a porta, e me olha surpreso.

Xxx: sim? - seus olhos me analisam.

Alex: oi, é... Vim ver meu namorado - falo, um pouco nervosa.

Xxx: Alex? - ele arregala os olhos.

Alex: sim, como sabe? - me espanto.

Xxx: ele não parava de falar o seu nome. Um acidente como o que ele sofreu é raro algum sobrevivente! Fiquei até impressionado, você realmente o salvou, porque parece que a cada vez que ele falava o seu nome, ficava mais animado e reagia bem aos exames - ele sorri. Meus sorriso se alarga de orelha a orelha, e me emociono - Bom, você pode vê-lo, mas só apenas dez minutos, pois ele tomou um sedativo por causa das dores, pode entrar - ele me dá passagem para entrar, e eu lentamente caminho para dentro do quarto, ouço a porta se fechando atrás de mim, e as lágrimas já caem ao ver o estado do meu namorado, na cama. Seu rosto está com vários hematomas, e sua bochecha tem um enorme curativo, provavelmente pelo corte que deu. Seus braços e peito estão cheios de aparelhos, e seu rosto está coberto por uma máscara, seus olhos fechados, e percebo que está respirando lentamente. Ele está aqui por mim, ele tentou me salvar, eu não sei o que seria de mim se algo acontecesse com ele naquele acidente.

Me aproximo de sua cama lentamente, e fico ao seu lado. Meus soluços escapam de minha boca, e eu coloco minha mão por cima da sua.

Alex: eu te amo - sussurro e beijo sua testa - nunca se esqueça disso. Você foi a melhor coisa que me aconteceu. Meu amor, só de pensar em que você está aqui por minha causa, mostrando o tamanho do seu amor por mim. Eu nunca fui merecedora de tanto carinho, mas eu sei que você me ama assim como mais ninguém, assim como eu. Nunca sairei do teu lado, mesmo que você me mandasse. Você é forte, vai sair dessa, e nós vamos voltar a ser aquele casal mais estranho do mundo, mas felizes - falo, com as lágrimas caindo.

Ele fica intacto, e eu apenas observo seu rosto, que mesmo machucado, não deixa de ser o rosto de um anjo. Passo a mão por seu cabelo e acaricio, deixando que os soluços escapem.

Alex: por favor, volta pra mim - sussurro. Me apoio em cima da cama, sem desgrudar minha mão da sua, abaixo a cabeça para o meu braço, e choro baixinho. De repente, sinto uma leve pressão embaixo da minha mão. Levanto minha cabeça rapidamente, e o vejo, com os olhos entre-abertos, quase imperceptíveis. Vejo, mesmo por de baixo da máscara, um pequeno sorriso se formar em seus lábios. Me levanto e o abraço, tomando cuidado com seu corpo. Sinto seus braços se fecharem envolta dos meus, beijo sua testa novamente e acaricio seu rosto. Seus olhos me observam, enquanto o sorriso não sai de seus lábios.

A porta se abre, e o médico de antes entra.

Médico: ele precisa descansar, melhor se retirar - fala.

Alex: tudo bem - me viro para o Gabriel, que ainda me observa - Eu vou, mas eu volto, tudo bem? - ele balança a cabeça levemente. Beijo as costas de suas mãos, e a solto lentamente. Seus olhos não deixam de me observar em nenhum minuto. Ando até a porta, e antes de sair, olho para trás, e lanço um sorriso para a sua direção, até que, saio do quarto.

Meu sorriso está de orelha a orelha, e eu caminho até a lanchonete mais próxima daqui. Enquanto estou andando, meu celular vibra em meu bolso, pego o mesmo e vejo que é uma mensagem de um número anônimo.

"Como está o namoradinho?"

Minhas mãos ficam trêmulas, meus olhos se arregalam. Que merda é essa?

Observo todos pelo hospital, as pessoas passam por mim, os médicos, ora correm para uma sala, ora passam correndo levando algum paciente em uma maca... Não vejo nenhum rosto conhecido. Com as mãos trêmulas, digito:

"Se você é a pessoa que causou isso à ele, então apareça!!"

No mesmo instante, a mensagem chega.

"Sou a pessoa em que você e o Gabriel não deveriam ter se metido. Cuidado, Alex. Estou mais perto do que você e seu namoradinho pensam"

Começo a caminhar até a saída do hospital, ou melhor, eu corro para a saída. Minha respiração fica acelerada, minhas pernas tremem, e eu tenho que apoiar as mãos no joelhos, para conseguir respirar direito. A chuva começa a me encharcar, o frio gélido bate em meu rosto. Observo tudo ao redor, e novamente, não encontro nenhum rosto conhecido.

Que a guerra comece...

O Melhor Amigo do Meu PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora