Capítulo 82.

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Uma semana depois...

Sim, já se passou uma semana, e o Gabriel teve que ficar aqui esse tempo todo. Eu ficava mais no hospital do que em casa, só ficava em casa quando seus pais o visitavam e ficavam o dia inteiro com ele, disseram que não apareçam antes porque estavam viajando e só conseguiram chegar alguns dias depois. Minha sogra estava desesperada, nem o marido conseguiu acalmá-la. Mas no final, tudo acabou bem.

Thomás ainda me perseguia com suas mensagens ridículas, mas em momento nenhum entrou no hospital, pelo menos um alívio. Eu não acredito que uma pessoa pode ficar eufórica por causa de um jogo, depois de cinco anos e ele ainda não esqueceu isso.

Hoje Gabriel vai fazer os exames finais, e finalmente, será liberado. Saio do banheiro, ponho apenas uma blusa azul marinho, uma calça jeans preta, um tênis, prendo meu cabelo em um coque e pego meu celular. Desço as escadas rapidamente, e encontro minha mãe na sala, com um olhar distante, parecendo preocupada.

Alex: o que foi mãe? - me sento ao seu lado.

Agatha: nada não, filha - ele dá um sorriso fraco e parece voltar para a realidade - Vai ver o Gabriel?

Alex: vou, hoje ele sai do hospital - falo animada.

Agatha: isso é bom - ela sorri - Manda minhas lembranças para ele, fala que eu não pude visitá-lo por conta do trabalho.

Alex: claro - dou um beijo em sua bochecha e me levanto. Quando chego na porta, ouço ela me chamando.

Agatha: a propósito, ontem quando você estava no hospital, um jovem chegou aqui perguntando de você, e deixou um envelope para você, esqueci de te entregar - ela se aproxima de mim, e me entrega um envelope da cor bege.

Alex: quem era? - arqueio as sobrancelhas e pego o envelope.

Agatha: ele não disse quem era, e também não vi o rosto dele, estava de capuz e já era a noite.

Alex: tudo bem, mãe. Obrigada - dou um beijo em sua testa - Pode me emprestar a chave do carro?

Agatha: claro - ela me entrega a chave - Tenha cuidado.

Alex: pode deixar.

Sim, eu sei dirigir, mas faz tempo que eu não pego em nenhum carro que até tenho medo de ter esquecido como é.

Entro no carro, suspiro, e com o envelope em mãos. Abro ele, e quando tiro o que tinha lá de dentro, me espanto.

Havia várias fotos minhas, entrando e saindo do hospital. Quando eu estava saindo de casa, quando sai de casa. Elas eram em preto e branco. Resumindo, tinha várias fotos da minha vida naquele envelope. Ótimo, não precisava perguntar pra saber de quem era. Thomas agora deu para me vigiar passo a passo, e isso está passando dos limites.

Reviro os olhos e jogo o envelope no banco do passageiro. Ponho o cinto e tiro o carro da garagem, dirigindo em direção ao hospital. Depois de alguns minutos, chego nele e estaciono o carro. Desço do mesmo, deixando o maldito envelope ali mesmo. Quando entro no hospital, falo com a recepcionista que já virou minha amiga, por conta das incontáveis vezes em que eu vim para esse hospital.

Caminho em direção ao quarto, e quando bato na porta uma voz feminina manda eu entrar. Ao entrar, vejo Gabriel conversando animadamente com Marília, uma enfermeira a qual eu nunca fui com a cara dela. Odeio pessoas mal humoradas, e principalmente pessoas babando no meu namorado. Essa mulher tem idade para ser minha avó.

Biel: oi amor - ele desvia os olhos da enfermeira, e me abraça quando eu vou ao seu encontro. Dou um selinho demorado em seus lábios e vejo a cara sem sal da Marília se fechar.

O Melhor Amigo do Meu PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora