5 horas depois...
Uma luz forte invade meus olhos, e sinto minha garganta seca. Ponho um dos braços em meus olhos para conseguir abrir os olhos. Assim que os abro, acostumando com a claridade, meus olhos rolam pela sala branca e fria. Sinto uma mão moldada à minha, ao lado da cama. Olho para o lado e vejo os cabelos loiros conhecidos, segurando minha mão, enquanto está com a outra mão em seus olhos. Aperto levemente sua mão e sua cabeça se levanta rapidamente, e vejo em seus olhos que ele passou a noite inteira em claro.
Biel: Alex...- sussurra.
Alex: Gabriel, onde estou? - tento me mexer, mas ele me impede de levantar segurando meu braço.
Biel: não faça esforço - fala - Você passou por uma cirurgia na perna para retirar a bala alojada, perdeu muito sangue, deve estar fraca.
Alex: você... Você ficou à noite inteira aqui comigo?
Biel: sim. São 4:15 AM, seus pais tiveram que ir embora, porque só uma pessoa podia ficar, e eles pediram para ficar. Luan e Alexandre estão aqui ainda, estão muito feridos.
Alex: e o Vinícius? - pergunto e o olho.
Biel: Está na casa da Júlia, ele está bem. Meus pais também estão em casa.
Alex: já acabou tudo?
Biel: sim, meu amor - ele chega perto de mim e o sinto acariciando minha bochecha - Agora é só eu e você.
Respiro fundo e fecho os olhos. Eu queria muito que fôssemos só nós dois, mas...
Alex: Gabriel, eu levei muito à sério aquilo que conversamos quando ainda estávamos presos.
Biel: o que? - ele sussurra, perplexo.
Alex: é isso mesmo. Eu te amo muito, mas isso não vai dar mais certo. Eu ainda estou chateada com o que aconteceu.
Biel: Alex, eu não vivo mais sem você. Depois de tudo que aconteceu, você ainda quer terminar comigo? Será que não vê que não conseguimos ficar longe um do outro?!
Alex: não estou querendo terminar com você!! - exclamo, elevando meu tom de voz, e ele me encara - Eu só quero um tempo, um tempo para pensar, para ver se isso ainda dá certo. Apenas um tempo Gabriel, por favor, respeite minha decisão.
Ele me encara perplexo, passando as mãos no cabelo, em sinal de nervosismo. Logo em seguida, se senta na poltrona de onde estava.
Biel: tudo bem - suspira baixo - Se você quer um tempo, terá o seu tempo. Pense quanto tempo quiser.
Não falo nada, afinal, não têm nada a ser dito. Me encosto novamente na cama e fecho os olhos. Sinto uma movimentação do meu lado e escuto a porta sendo aberta e logo depois sendo fechada. Abro os olhos e vejo que Gabriel não se encontra mais aqui.
* * *
Xxx: podem entrar - escuto a voz do médico que está examinando minha perna. Meus pais entram na sala, e minha mãe corre em minha direção, abraçando-me, seguida de meu pai.
Agatha: estou achando que sua casa agora é só o hospital - murmura.
Lorenzo: deixe nossa menina, Arnalda! - ele ri.
Alex: ela me ama, pai - sorrio.
Agatha: não aguento mais te ver só no hospital - ela se aproxima de mim, colocando as mãos em minha bochecha e acariciando a região - Você não sabe o desespero que eu tive quando fiquei sabendo que minha menina levou um tiro, é como se tivessem arrancado meu coração sem anestesia. Não me assuste mais dessa maneira mocinha, não quero perder minha única filha.
Alex: oh, desculpe senhora. Não irá mais se repetir - ela sorri - Eu te amo muito mãe. Amo vocês dois.
Lorenzo: nós também te amamos filha, muito - ele beija minha testa.
Meus pais ficam um bom tempo comigo, até o médico terminar de examinar minha perna e fala que a partir de alguns dias irei que andar de muletas, e que irei que ir no hospital todo o mês para verificar que não tenha nenhuma coisa diferente.
Meus pais se despedem de mim e saem do quarto. Depois de alguns minutos, Gabriel entra na sala e vejo seu semblante cansado. Ele se senta na poltrona ao meu lado, sem falar nenhuma palavra.
Alex: pensei que tinha ido embora - falo, e por alguns minutos minhas palavras morrem no ar.
Biel: eu estava visitando uma pessoa - murmura, sem me olhar.
Alex: quem? - minha curiosidade fala mais alto.
Biel: Helena.
Assim que seus lábios pronunciam esse nome, meu corpo inteiro entra em choque. Ela está aqui?
Alex: e...e como ela está? - minha voz sai trêmula.
Biel: nada bem. Não têm mais o que os médicos possam fazer. Ela só têm apenas alguns dias de vida, se não forem horas... - ele passa as mãos no cabelo.
Me sinto culpada por tudo que falei com ela, a algumas semanas atrás. Eu duvidei dela, a ofendi, sem saber a verdade. E agora minha consciência pesa mais do que tudo, eu preciso vê-la.
Alex: quando você for lá de novo, me leva? - ele me encara, arqueando as sobrancelhas.
Biel: quer mesmo ir lá? - assinto - Tudo bem, te levarei lá.
Alex: Gabriel - ponho a mão em seu rosto e ele me olha - Me desculpe por duvidar de você e da Helena. Eu sei que a dor que está sentindo é enorme, afinal, ela fez uma boa parte da sua vida feliz, saber que a vida de alguém que você amou está em risco é doloroso.
Ele apenas da um sorriso triste, e tira minha mão carinhosamente de seu rosto, beijando-a.
Biel: obrigado - sussurra.
Alex: pelo quê?
Ele se aproxima de mim e me abraça. Retribuo seu abraço, e o aperto contra mim. Sinto sua respiração em meu pescoço.
Biel: obrigado por estar na minha vida e me ajudar, mesmo eu ter feito várias merdas.
Seu último comentário solta uma risada fraca de mim.
Alex: o sacrifício vale a pena quando é as pessoas que nós amamos.
***********
O que acharam? *-*
Votem e comentem muito, eu amo ler cada comentário que vocês fazem 😍
Beijos, e até a próxima ❤
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Melhor Amigo do Meu Primo
RomanceEssa história aconteceu com duas pessoas que, digamos assim, eram impossíveis de se apaixonar novamente. Deixe-me contar um pouco delas para você... Alex, uma menina comum, que morava na cidade de São Paulo, tinha muitos sonhos. Um deles era se torn...