Capítulo 78.

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Biel narrando

A abraço apertado, sentindo-me em casa novamente. Percebi nesses últimos dias que eu não consigo viver sem ela, sem tocá-la, sem beijá-la, abracá-la. Todos já foram se sentar, e somos os únicos no centro do baile, abraçados, alheios à tudo que está acontecendo. Sinto seu tremer contra o meu, e eu apenas a abraço.

Alex: a onde você esteve esse tempo todo? - sussurra.

Biel: tive que me afastar - murmuro.

Alex: por favor, não faça isso comigo novamente, você não sabe o quanto eu sofri - vejo lágrimas caindo de seus olhos.

Biel: nunca mais, meu amor - beijo o topo de sua cabeça - Vem, vamos sair daqui - puxo sua mão, e nós vamos até um lugar mais reservado. Tiro minha máscara, e ela deixa que eu tire a sua também. Observo seu lindo rosto, e ela abre um sorriso, fazendo-me ficar com vontade de beijar aqueles lábios mais uma vez, e é isso que eu faço, puxo sua nuca e a trago para mim, cobrindo meus lábios no seu novamente. Ela passa as mãos pelos meus braços, até chegar aos meus cabelos, me afasto dela antes de aprofundar a situação.

Biel: eu preciso falar com você! - murmuro.

Alex: eu também - ela suspira - Você esteve com a Helena?

Biel: sim, e ela realmente está com câncer - me afasto dela e me encosto na parede.

Alex: então ela...?

Biel: os cabelos dela caíram, por causa da quimioterapia. E não tem como ela estar mentindo, pois vários médicos diferentes fizeram exames nela, e todas deu câncer, você acha que ela seria capaz de mentir para vários médicos? - travo o maxilar e a encaro, lembrando que nosso namoro acabou por causa de sua crise de ciúmes.

Alex: oh meu Deus - ela cobre a boca com as mãos - Gabriel, eu juro que não podia imaginar isso... Eu sempre achei que ela fosse querer acabar com o nosso namoro de qualquer jeito. Eu estava com tanto medo de te perder, e aji por impulso. Por favor, me perdoa...

Biel: não faça isso novamente, a sua atitude foi imatura - falo com a voz um pouco alterada.

Alex: eu sinto muito - ela abaixa a cabeça.

Biel: ei, está tudo bem agora - me aproximo dela e levanto o seu queixo - Ela não está com raiva de você ou algo assim. Mas ela está sofrendo muito, é difícil vê-lá assim todos os dias. Eu tive que me afastar, e levei ela junto, pois ela não tinha ninguém...

Alex: por que teve que se afastar? - ela me encara.

Biel: o Thomás, ele... Ele voltou a me perseguir, e se eu deixasse a Helena sozinha, iria acabar morrendo. Eu estou sendo atormentado por ele todos os dias. Alex, eu não posso mais ficar ao seu lado, se não ele te pegará, entendeu?

Alex: e como você sabia que eu estava aqui?

Biel: foi eu que pedi para a Samantha te entregar o convite. Eu estava atrás de você o tempo todo, eu te vi de longe, vi você com o Vinícius, vi seu semblante triste... Você não sabe a vontade que eu tive de ir até você e te abraçar, te confortar e dizer que está tudo bem. Eu precisava de você, e o único local seguro em que o Thomás não poderá entrar é aqui. Você... Não sabe o quanto eu senti sua falta. Não poderia ficar com você ao ar livre, é perigoso demais. Eu só... Precisava te ver.

Alex: você não sabe o quanto eu senti sua falta - sua voz sai embargada, e ela me abraça bem apertado.

Biel: eu também - a abraço de volta - Agora, vamos nos divertir - Ela sorri, acompanhada de mim. Colocamos nossas máscaras novamente e vamos para o salão. Agora a música é um pouco mais agitada, e nós começamos a dançar. Nossos sorrisos nunca desaparecem de nossos rostos. Eu a giro, a levanto do chão, a abraço, tudo que eu não pude fazer durante esses dias, que mais pareciam séculos. Nos beijamos, como duas pessoas que precisavam disso para viver. Depois de algum tempo, nós vamos até o garçom que estava servindo bebidas e pegamos. Ela toma a sua bebida, sem desgrudar os olhos de mim.

Biel: eu preciso te entregar uma coisa - falo, e ela sorri.

Alex: o que?

Tiro seu anel de meu bolso, e peço para ela estender sua mão. Coloco o anel em seu dedo, e ela sorri, maravilhada.

Alex: obrigada - ela me abraça, emocionada.

Biel: de nada, só que dá próxima, taca com mais força na parede para rachar ela no meio - falo e ela ri.

Alex: não irá ter próxima vez, eu prometo - murmura, sem tirar o sorriso do rosto.

Biel: não, não vai ter - sussurro e dou leve beijo em seus lábios. Quando olho para trás dela, o vejo. Meu corpo rapidamente paralisa, e eu engulo a bola de saliva que se formou em minha garganta.

"Droga, droga, droga"

Alex: Gabriel? - ela olha para trás, a onde eu estava olhando - Está tudo bem?

Biel: Alex, eu tenho que ir - falo rápido, e num raio de luz, corro para a saída do salão. "Droga, droga, droga, mil vezes droga", meu subconsciente gritava. Eu não deveria ter chegado tão perto dela, que merda, preciso sair o mais rápido possível. Entro no meu carro, e o ligo rapidamente, fazendo o motor fazer um barulho tremendo, engato a marcha e saio de lá em disparada. Começo a correr o mais rápido possível, meus olhos não saem do retrovisor à nenhum estante. Só que depois de alguns minutos correndo, ouço tiros vindo em direção ao meu carro, olho no retrovisor e vejo o carro de Thomás, vim em disparada atrás do meu.

Biel: merda!! - grito, e aperto mais o acelerador. Os tiros começam a ficar mais estridentes, e eu jogo o carro para todos os lados.

E então, seu carro fica ao meu lado, me empurrando para fora da pista, e eu tento me despistar dele. Ele fica do meu lado, e abro o vidro do carro, apontando a arma em minha direção. Em um ato de desespero, jogo o carro contra o seu, só que isso não o impediu de apertar o gatilho. Uma dor aguda invade a parte esquerda do meu corpo, e eu grito o mais alto possível. O barulho dos pneus cantando na estrada são audíveis, e a única coisa que vejo são quando os faróis do carro iluminam um poste.

E então, não vejo nada, e a escuridão toma conta das minhas vistas.

O Melhor Amigo do Meu PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora