Capítulo 86.

2.9K 176 2
                                    

Biel narrando

Biel: Alex!! - gritei, ao ver seu corpo no chão. Pus minhas mãos em volta de seu corpo e a chacoalhei.

Thomás: entrega a merda desse dinheiro, Gabriel - gritou, e se aproximou de mim.

Biel: você disse que não faria nada com ela, seu inútil! - levantei, já pronto para lhe dar um soco.

Thomás: eu não iria fazer mesmo, mas a danada queria fugir - falou, e se virou para um de seus homens - Pegue a menina.

Quando ele se aproximou da Alex, me coloquei em sua frente.

Biel: não ouse tocar nela - rosnei. Me aproximei dele e lhe dei um soco, fazendo-o cair no chão, desmaiado - Se você encostar nela, irá se arrepender!

Thomás: não seja imbecil, entrega logo esse dinheiro, se não a situação irá piorar.

Biel: não irei lhe entregar nada!

Na hora em que falei isso, sinto uma forte pancada na nuca, fazendo-me cair no chão e não enxergar mais nada.

* * *

Alex narrando

Assim que abro os olhos, tento mexer meu corpo, mas percebo que meus braços e pernas estão acorrentados. Olho para o lado e vejo Gabriel na mesma situação que a minha. Uma dor imensa invade minha coxa novamente e só ai vejo que a mesma está ensanguentada, daí me vem na mente o barulho do tiro.

Biel: Alex - ouço seu sussurro.

Alex:  oi - sussurro de volta.

Biel: droga, estamos preso - murmura - Isso é tudo minha culpa.

Alex: agora não é hora para isso, precisamos pensar em alguma coisa para sair daqui - falo, com a voz alterada, relevando o quanto eu estava chateada com ele.

Biel: não tem como sair daqui, você não entende - suspira, derrotado.

Alex: claro que tem!!

Nessa mesma hora, a porta se abre, fazendo um enorme barulho, e vejo uma silhueta se formar atrás dela, já que o quarto está escuro, me impede de ver. Escuto passos caminhando até a nossa direção contraria e ascende a luz. Fecho um pouco os meus olhos, me acostumando com a clareza do local. Thomás olha para a nossa direção e sorri.

Thomás: como vai meu casal preferido? - pega uma cadeira e a põe na nossa frente, sentando do lado oposto em que seu peito fique apoiado no encosto da cadeira.

Nenhum de nós ousa a falar uma palavra, apenas se escuta o som das nossas respirações forte no local. Thomás nos observa atentamente.

Thomás: sabem... Eu não queria fazer isso com vocês - ele fala, e quando percebe que não iremos responder, continua - Poderia ter sido tão fácil.

Gabriel respira fundo, enquanto olha para baixo sem falar nada. Encaro Thomás e ele me olha de volta.

Alex: nos tire daqui - sussurro.

Thomás: seu namorado não está colaborando - ele dá de ombros.

Alex: Gabriel - o chamo e ele me encara - Entregue o dinheiro para ele.

Biel: nunca - rosna - Ele prometeu que não encostaria em você.

Alex: isso foi culpa minha, eu que quis fugir. Por favor, entrega logo esse dinheiro para ficarmos livres.

Ele respira fundo e encara o chão. Procuro seus olhos e os mesmo encontram os meus. Seu olho está em um verde escuro, me fazendo entender o quanto ele está sofrendo. No final, ele dá um suspiro.

Biel: está no bolso direito da calça jeans.

Thomás sorri e caminha em sua direção, vasculha seu bolso e tira um bolo de dinheiro lá de dentro. Sorri e nos encara.

Thomás: muito bem - caminha até a porta.

Alex: hey! -o chamo - Você disse que nos tiraria daqui se entregarmos o dinheiro!

Thomás: vamos dizer assim que eu não sou muito bom com promessas - dá de ombros e sai do quarto fechando a porta.

Biel: eu avisei para não entregarmos o dinheiro - murmura baixo, sem nenhuma expressão no rosto.

Alex: nos teríamos que entregar de qualquer jeito - falo.

Ele não fala nada, apenas se encosta na parede e fecha os olhos. Vejo dor e arrependimento em sua expressão, e isso me deixa mal. Me aproximo dele o máximo que as correntes permitem e ele abre os olhos, me encarando.

Alex: nós vamos sair daqui - sussurro.

Biel: não vamos Alex, você não está entendendo. E mesmo se conseguíssemos, como iríamos com você nessa situação - aponta para a minha perna ferida - E como iríamos passar pelos homens do Thomás sem que nos vejam?

Alex: nós vamos consegui - afirmo.

Ele não fala mais nada. Me afasto dele e me encosto na parede, sentindo a dor em minha perna piorar, fazendo-me fechar os olhos e aperta-los. Mas na verdade, nem eu estou acreditando em minhas próprias palavras.





O Melhor Amigo do Meu PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora