Cap. 8 - Ligação e Negócios

153 10 2
                                    

Anna's POV

- Não, minha mãe não deixa eu falar com desconhecidos. - recuso o convite

- Entre, estou vendo que você não está bem. Brigou com o namorado? - insiste

- Pior que sim. - abaixo a cabeça - Ok, vou aceitar a carona.

Coloco as malas no porta-malas. Abro a porta do carro preto e entro, sentando ao lado dele. Fecho a porta e peço que ele me leve até o aeroporto. O aeroporto não é perto, e sei que estou abusando. Mas ninguém mandou ele oferecer ajuda...

- Tudo bem, Anna? - escuto uma voz atrás de mim e sinto meu coração acelerar. merda, merda, merda. bem que minha mãe avisou para não falar com desconhecidos - Anna?

- Pare o carro! - mandei, não obtendo sucesso - Já mandei parar o carro!

- Está tão assustada assim, amiga?

- Não me chame de amiga, sua ordinária! - me exalto, sentindo minhas mãos começarem a tremer e o medo tomar conta de mim

- Não me trate assim. Somos amigas. Ou melhor, melhores amigas!

- Pare o carro! - disse novamente, deixando algumas lágrimas caírem

- Calma, só quero brincar, colocar o papo em dia. - ela suspira no banco de trás - Confesso que quando Carla me obrigou a ir para a Austrália fiquei feliz. Lá é um ótimo lugar. Você tem que conhecer. - posso ver ela brincar com os dedos, sorrindo - Mas ele entrou em contato comigo, disse que precisava da minha ajuda.

- Ele? - perguntei confusa

- Sim, ele. Tadheu. - respondeu séria - Ele queria se vingar de todos vocês. E nós sabemos que sou boa em vinganças. Só falhei com você. Eu deveria ter dado ré e terminado o serviço. - ela me faz lembrar do meu acidente. abaixo minha cabeça, escutando o riso do homem ao meu lado - Ajudei ele. Clara, Vicky e Carla foram sequestradas com a minha ajuda. Fui eu quem dei a ideia das câmeras.

- EU TE ODEIO! - grito

- Você é muito escandalosa! - reclamou - Depois que aquele inútil resolveu se matar, tive que assumir isso sozinha. E, que idiota! Era pra ele ter matado ela, aquele fraco!

- Você nos odeia, por quê? Por que não vai embora e nos deixa em paz?

- Porque eu quero ter o gostinho de ver vocês assim, do jeito que você está, parecendo uma criança desesperada. - gargalhou. ela estava louca, pior do que antes - Estamos chegando. Preciso avisar suas amigas que você está em boas mãos.

Olho de relance e vejo ela tirar o celular da bolsa. Escuto ela falar com alguém, que suponho ser Evelyn. Preciso sair daqui.

- Ops, acho que ela desmaiou. - voltou a gargalhar

O celular começa a tocar. Ela atende e eu não reparo na conversa. Estava concentrada nesse acidente que estava tramando em minha cabeça.

Ataco o volante, sendo empurrada pelo cara que estava dirigindo o carro. Mas volto a atacar o volante. Olho para frente e vejo o carro indo em direção a uma parede. Ele me empurra novamente. Consegue virar o carro, mas não deu certo. A lateral do carro bateu na parede, e ele bateu a cabeça. Vi que ele desmaiou. E Patrícia estava prestando atenção em seu corte na testa.

Abro a porta do carro e corro. Mas sinto alguém colocar o pé na minha frente e caio no chão. Olho para cima e vejo Noemi. Ela coloca um de seus pés - com salto - em cima de mim.

- Temos a grande oportunidade de nos reencontramos, não é mesmo? - ela diz e tira seu pé imundo de cima de mim. olha para trás e vê o carro na parede - Eu vi tudo. Não gostei nada, nada. Patrícia ainda está lá no carro?

- Se você viu tudo, deveria saber que ela não saiu do carro.

- Cala a boca, vadia! - ela dá um tapa em minha cara - Que foi? Não tem como se defender?

- Você não sabe a raiva que eu estou sentindo. Não sabe a raiva que estou sentindo por vocês terem nos mandado aquelas coisas. Não sabe do que sou capaz de fazer com você. - levanto e fico de frente para ela - Não sabe A MINHA VONTADE DE ACABAR COM VOCÊ!

- E o que você vai fazer?

Dou um tapa em sua cara, levando outro de seguida. Puxo seu cabelo e caímos no chão. Rolamos pelo chão várias vezes. Até que sinto alguém quebrar algo na minha cabeça. Desmaio.

Carla's POV

- Por favor, por favor. Temos que salvar ela. - tento passar pela porta, mas ele me impede

- Sair por essa porta e procurar em cada lugar do planeta onde Anna está não vai ajudar em nada. - ele repete - Faça como sua amiga que está sentada no sofá, tomando água sem parar, os dois litros que o corpo precisa.

- NÃO FALE COMIGO! - ela grita e joga o copo na parede

- Por favor, mantenham a calma. Logo, logo esse telefone vai tocar. - ele me leva até o sofá - Caíque e Paulo estão chegando.

Logo ouço a campainha. Ele abre a porta e Caíque o atropela, desesperado.

- Cadê ela?

- Patrícia a levou. - respondo

- Patrícia? - pergunta e eu assinto - Desgraçada!

- E agora? O que vamos fazer?

- Fica calma, ela vai ficar bem. - Paulo abraça ela

Coloquei minhas mãos no rosto e voltei a chorar. Eu estava desesperada com aquele episódio. E eu sentia medo. Medo de que acontecesse algo com a minha amiga.

- Bem, eu... Preciso ir. Vicky deve estar assustada com tudo isso.

- E você acha que eu não estou? - fui até ele e o abracei - Por favor, não me deixa sozinha depois disso.

- Mas...

- Por favor! - implorei e senti ele me apertar em seus braços

- Tudo bem.

[ ... ]

Acordei no meio da noite com o meu celular tocando. Desliguei rapidamente, antes que acordasse alguém. Tirei o braço de Nathan da minha cintura e levantei. Peguei o celular e saí do quarto. Fechei a porta e olhei o número que aparecia no meu celular. Desconhecido.

Suspirei. Liguei para o número e esperei a pessoa atender. Eu estava com medo. E minhas mãos tremiam. E então, a pessoa atendeu:

Ligação on

- Ainda bem que viu minha ligação, querida. - Patrícia diz e eu continuo imóvel - Não vai dizer nada? - bufou - Então, como vou negociar com você?

- O-o que você q-quer?

- Você. - riu alto - É uma troca. Devolvo Anna e você fica no lugar dela.

- Eu faço isso! - falei decidida - Se você quiser, eu vou agora mesmo.
- Ótimo! - suspirou - Agora sei que você fala a minha língua.

______________________________________

Próximo do fim...

Sorte É Ter Você ( FLY ) Onde histórias criam vida. Descubra agora