Cap. 6 - Diz a Verdade

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- PAULO! - grito

- O que aconteceu? - ele chega assustado no quarto

- Cadê o meu café da manhã? Onde estão minhas torradas? O meu suco de laranja? CADÊ?

- Eu já vou trazer...

Ele sai do quarto e eu volto a dormir.

Acordo com alguém me sacudindo. Reclamo. Ele coloca a bandeja na cama e eu o olho decepcionada.

- Essas torradas estão queimadas!

- Mas... dá pra comer.

Tomo o suco e cuspo.

- VOCÊ NUNCA FEZ UM SUCO NA SUA VIDA? ISSO TEM MAIS ÁGUA QUE A REPRESA DO CANTAREIRA!

- Desculpe, senhora...

- Tira isso da minha frente! - ordeno

Ele pega a bandeja e se retira do quarto. Resolvo levantar. Tomo um banho e quando saio, percebo que a casa está uma zona.

- NATHAN! - grito e ele logo aparece na sala - Posso saber o que isso significa?

- Isso o quê?

- Essa bagunça!

- Anna, por favor, tenha piedade. - implorou - Ninguém está fazendo nada, por que eu tenho que fazer?

- Bem, Paulo já fez o seu terrível café da manhã para mim. Se Caíque tiver lavado a louça e arrumado o armário, você perde um ponto.

Fomos até a cozinha. Nenhuma louça na pia. Olho para Nathan e balanço a cabeça com um sorriso maléfico. Pego uma agenda e uma caneta. Marco os pontos.

- Paulo, 1 ponto. Nathan, -1. Caíque, 2 pontos.

- Hey, por que ele ficou com 2 pontos?

- Porque ele lavou toda a louça, enquanto você fez um péssimo café da manhã e o Nathan não fez nada.

- Mas você está roubando só porque ele é seu namorado.

- Não pode reclamar. - cruzo meus braços

- Mas você sabe que você está roubando. Pode ler o que está escrito na parede. Se não fizer, perde 1 ponto. Se fizer, ganha 1 PONTO!

- Só para deixar claro, quem manda no jogo sou eu. Mas como eu sou justa, Caíque, 1 ponto.

- Isso é um roubo! - ele reclama

- Se reclamar perde 1 ponto... - Paulo lembrou

- Caíque, 0. - digo e anoto na agenda

- Toma!

- Nathan, você ainda não arrumou a casa. - o lembrei

- Droga!

- Nathan, -2. - falo e ele revira os olhos

[ ... ]

Ligação on

- O que foi, Carla?

- Quero saber se você está bem.

- Como sempre, se preocupando comigo. Eu estou bem, obrigada.

- Ela tentou fazer alguma coisa contra você?

- Não. Ela está sendo um amor comigo.

- Anna, não vacila.

- Não vou, mas ela é tão legal que nem parece que fez o que fez.

Sinto a presença de alguém atrás de mim. Olho para trás e vejo Nathan de braços cruzados.

- Amiga, depois te ligo, ok?

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, é que o seu namorado quer falar com você, mas ops, meu celular está descarregando.

Desligo.

Ligação off

- Era a Carla, não era?

- Sim, ela perguntou se eu estava sobrevivendo a isso aqui.

- É mais fácil ela perguntar pra mim. - ele diz e eu o fuzilo com os olhos - Posso saber de quem vocês estavam falando?

- De uma amiga nossa.

- Vicky? - ele pergunta e eu tento fugir da sala, mas ele vem atrás de mim - Anna, não acredito que você também está acreditando nas paranóias de Carla.

- Você deveria defender ela!

- Ela está acusando a mãe da minha filha. E se acontece algo com Vicky?

- É mais fácil acontecer com Carla do que com ela... - murmuro

- Por quê?

- Esquece... - tento sair da cozinha, mas ele segura meu braço - Pode me soltar?

- Anna, tem alguma coisa que Carla está me escondendo?

- O que ela esconderia de você? N-a-d-a! - soletrei

- Quero ouvir isso dela.

- Nathan, fica aqui ou perderá 2 pontos! - ordenei

- Dane-se!

- O QUÊ? - fico boquiaberta

Ele bate a porta e eu ligo para Carla.

Ligação on

- Nathan escutou nossa conversa. Ele acha que você está escondendo algo dele.

- Droga, e agora?

- Ele está indo atrás de você.

- ANNA, O QUE EU DIGO?

- Diga que você... Fala que você... Não sei, inventa alguma coisa. Evelyn é boa em despistar alguém.
Ligação off

Carla's POV

Escuto a campainha e Evelyn pisca para mim. Abro a porta. Ele me atropela.

- Eu vou ser direto, está escondendo algo de mim?

- Eu?

- Não se faça de desentendida, eu sei que Anna já deve ter te contado que escutei a conversa de vocês.

- O que você ouviu?

- Ela disse que é mais fácil acontecer algo com você do que com Vicky. - colocou as mãos nos bolsos da calça e suspirou - Eu quero te entender, mas você precisa me ajudar.

- Isso é uma coisa entre amigas, nós não temos que contar para você nossos segredos. E você não pode nos obrigar a falar.

- Evelyn, a conversa é entre eu e ela. - continuou me olhando

- Ok! - ela bufou e saiu da sala

- Não vai me contar?

- Eu tenho um segredo com as meninas. E se é um segredo, não posso te contar, certo?

- E você não confia em mim?

- É claro que eu confio, mas...

- Por favor, me faz entender o que aconteceu?

Resolvo contar a verdade, ou menos que a metade dela. Não contaria o segredo, mas ele não desconfiaria.

- Eu não aguentava mais morar em Joinville. Tudo me lembrava Clara. E eu resolvi voltar, sem que meus pais soubessem. Anna e Evelyn me acompanharam. - comecei - O fato é que, eu ainda sinto muito a falta dela. E isso tem me matado a cada dia que passa.

Abracei ele e comecei a chorar.

- Desculpa, eu não queria te fazer lembrar disso.

- Eu vou descobrir quem matou ela, eu prometo. - limpei minhas lágrimas

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