" Fui esfriar a cabeça... Não sei quando irei voltar.
Carla. "
Deixei o bilhete na mesa de centro e saí de casa. Eu teria que esperar numa praça, uma praça próxima a minha casa. Então eu fui. E quando cheguei lá, esperei sentada em um dos bancos.
A noite estava fria. Eu não sabia se estava fazendo o certo. E não quero pensar nisso. Anna e Evelyn são minhas melhores amigas, e eu faria de tudo para salvá-las.
Observo que há um carro estacionado na esquina da praça. Me encolho. Eu estava... claramente com medo. Era visível isso.
- Sozinha aqui, Carlinha? - escuto uma voz atrás de mim e levanto do banco assustada
- Noemi? - fico boquiaberta - O que faz aqui?
- Vim conversar com você antes de fazer a troca. - ela senta no banco e sorri para mim - Por que está tão assustada?
- Você e Patrícia estão juntas nisso? - pergunto e ela revira os olhos - Eu sempre soube que vocês eram...
- Não comece com sua indignação. - reclamou - Vou dizer algumas coisa para você, só para deixar claro. Você está em nossas mãos, na verdade, vocês estão em nossas mãos. E Evelyn... - revirou os olhos - Ela roubou Paulo de mim.
- Eles não estão juntos!
- Eu vi eles juntos dentro do elevador. - voltou a me olhar
- Noemi, eu sei que você não quer fazer isso. Não precisa estragar sua vida. Patrícia está louca de ódio, isso só fará mal a ela. Não deixe que isso te afete também. - uma lágrima caiu de meu olho
- Você nunca, NUNCA foi com a minha cara. Por que está querendo me convencer a abandonar isso, agora!?
- Porque... você ainda tem chances de mudar. Nunca é tarde.
- Eu estou apaixonada por ele, Carla! - ela diz e vejo lágrimas em seus olhos - Se eu não tivesse feito aquilo com Anna e Caíque, talvez ele ainda estivesse comigo.
- Você ainda pode encontrar um cara que possa te fazer feliz. - insisti - Por favor, não está a fim de estragar sua vida por causa de uma vingança, está?
Antes que ela pudesse responder, escuto passos atrás de mim e me viro, vendo Patrícia sorrir. Ela estava puxando o cabelo de Anna, que estava chorando. Aquilo fez meu corpo estremecer.
Eu estava com um casaco. Coloquei minha mão no bolso do casaco e fui para perto de Noemi.
- Tão bom te ver novamente, Carla. - ela diz e sacode Anna - Está feliz por ver sua amiguinha, também?
- Eu te odeio!
Ela lhe dá um tapa.
- Tudo bem, Carla? - volta a me olhar - Estou te sentindo tão... medrosa?
Tiro o canivete do bolso do meu casaco e encosto ele no pescoço de Noemi.
- Solte Anna e soltarei sua amiga. - tentei negociar
- Me solte, Carla! - ela pediu
- Não vou te soltar. - afirmei - Não enquanto essa louca chamada Patrícia não soltar minha amiga.
- Acha mesmo que me importo com essa idiota? - bufou - Pode ficar com ela pra você, ela não serve pra nada!
Essa garota só pode ser louca! Primeiro sequestra Anna, e depois ignora a própria amiga.
- Paty, o que está acontecendo? Eu sou sua amiga!
- Me poupe, garota. - revirou os olhos
Fico boquiaberta com sua atitude. Abaixo o canivete e Noemi corre na direção de Patrícia e as duas saem no tapa.
- CARLA! - Anna corre até mim e me abraça - Vem, vamos embora!
- Não. - continuo vendo a briga delas - Elas vão se matar.
- Não temos nada a ver com isso. - tentou me convencer a ir embora - Vamos embora.
Olho novamente para elas e sinto uma dúvida cruel. Devo separar as duas? Ou devo fugir?
- Anna, me ajude a separá-las.
Fui em direção a elas. Puxei Patrícia e Anna puxou Noemi. Ela tentou fugir de meus braços.
- Eu ainda vou acabar com vocês!
- Cale a boca, sua falsa! - Noemi chorava - Eu te odeio!
- Carla, vamos embora. - Anna estava tremendo
- Não, você não entende! - deixei algumas lágrimas escaparem - Essas duas mataram a minha irmã. Eu não posso deixar isso assim.
- Era pra ter sido você, VOCÊ! - gritou - Mas foi melhor assim, agora você está sofrendo com a morte dela. E eu vou fazer você sofrer ainda mais. Nesse momento alguém está invadindo a sua casa. Quem está lá mesmo?
- O quê!? - fiquei desesperada - Armou tudo isso para eu não estar em casa na hora que... - entendi o plano dela - EU VOU TE MATAR!
Encho seu rosto de tapas. Rolamos no chão. Sinto os braços de Anna me puxar.
- Droga, me deixa acabar com ela!
- Não. Você não pode ir pra cadeia. Não vou deixar.
Vejo uma ambulância passar na rua. Foi quando me toquei. Patrícia disse que me faria sofrer mais, ela não estava brincando.
- Anna, eu não deixei o Nathan ir pra casa. Eu pedi pra ele ficar comigo. - sinto uma dor forte
Corro em direção à garota no chão e puxo seu cabelo.
- O que você fez?
- Vai descobrir. - sorriu
Dei-lhe um soco no nariz e ela chorou de dor. E então escuto as sirenes da polícia. A viatura estaciona e nos manda levantar as mãos.
- Vocês vão contar o que está acontecendo aqui ou na delegacia? - um dos policiais pergunta
Nathan's POV
- Eu já disse, não é necessário ir para o hospital.
- Pelo menos para fazer um curativo. - Evelyn disse encarando o cara que tentou me matar - Cara, você não sabe o quanto está ferrado...
- Vai se ferrar!
- Ui, ele é bravinho... - ela provocou
Paulo conseguiu me salvar. A bala pegou de raspão. Ele imobilizou o homem e não deixou que ele ferisse mais alguém. Fomos ligar para uma ambulância e para a polícia. E eu percebi que Carla havia deixado um bilhete. Aquilo me fez ficar preocupado.
- Você sabe onde Anna está? - Caíque perguntou com uma voz calma, mas era só um disfarce. eu sei que ele queria voar no pescoço dele
- Anna tem o cabelo curto? - assenti - Então é ela mesmo. Nossa, que mulher hein...
- Mano, você sabe que eu vou quebrar a sua cara se falar mais alguma coisa da minha namorada, não sabe?
- A polícia está demorando, não? - Paulo perguntou
- Sim.
- Podem ter encontrado um problema no caminho e estão tentando resolver. - Caíque diz
- Carla! - falo, sentindo uma forte dor no peito
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Sorte É Ter Você ( FLY )
FanfictionMuita coisa aconteceu depois de Carla, Evelyn e Anna terem conhecido os meninos da FLY. Agora, as três amigas estão separadas. Carla achou que depois de Tadheu ter morrido tudo estaria bem, porém, ela está presenciando cenas estranhas. Depois de ver...