Cap. 9 - Tudo Planejado

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" Fui esfriar a cabeça... Não sei quando irei voltar.

Carla. "

Deixei o bilhete na mesa de centro e saí de casa. Eu teria que esperar numa praça, uma praça próxima a minha casa. Então eu fui. E quando cheguei lá, esperei sentada em um dos bancos.

A noite estava fria. Eu não sabia se estava fazendo o certo. E não quero pensar nisso. Anna e Evelyn são minhas melhores amigas, e eu faria de tudo para salvá-las.

Observo que há um carro estacionado na esquina da praça. Me encolho. Eu estava... claramente com medo. Era visível isso.

- Sozinha aqui, Carlinha? - escuto uma voz atrás de mim e levanto do banco assustada

- Noemi? - fico boquiaberta - O que faz aqui?

- Vim conversar com você antes de fazer a troca. - ela senta no banco e sorri para mim - Por que está tão assustada?

- Você e Patrícia estão juntas nisso? - pergunto e ela revira os olhos - Eu sempre soube que vocês eram...

- Não comece com sua indignação. - reclamou - Vou dizer algumas coisa para você, só para deixar claro. Você está em nossas mãos, na verdade, vocês estão em nossas mãos. E Evelyn... - revirou os olhos - Ela roubou Paulo de mim.

- Eles não estão juntos!

- Eu vi eles juntos dentro do elevador. - voltou a me olhar

- Noemi, eu sei que você não quer fazer isso. Não precisa estragar sua vida. Patrícia está louca de ódio, isso só fará mal a ela. Não deixe que isso te afete também. - uma lágrima caiu de meu olho

- Você nunca, NUNCA foi com a minha cara. Por que está querendo me convencer a abandonar isso, agora!?

- Porque... você ainda tem chances de mudar. Nunca é tarde.

- Eu estou apaixonada por ele, Carla! - ela diz e vejo lágrimas em seus olhos - Se eu não tivesse feito aquilo com Anna e Caíque, talvez ele ainda estivesse comigo.

- Você ainda pode encontrar um cara que possa te fazer feliz. - insisti - Por favor, não está a fim de estragar sua vida por causa de uma vingança, está?

Antes que ela pudesse responder, escuto passos atrás de mim e me viro, vendo Patrícia sorrir. Ela estava puxando o cabelo de Anna, que estava chorando. Aquilo fez meu corpo estremecer.

Eu estava com um casaco. Coloquei minha mão no bolso do casaco e fui para perto de Noemi.

- Tão bom te ver novamente, Carla. - ela diz e sacode Anna - Está feliz por ver sua amiguinha, também?

- Eu te odeio!

Ela lhe dá um tapa.

- Tudo bem, Carla? - volta a me olhar - Estou te sentindo tão... medrosa?

Tiro o canivete do bolso do meu casaco e encosto ele no pescoço de Noemi.

- Solte Anna e soltarei sua amiga. - tentei negociar

- Me solte, Carla! - ela pediu

- Não vou te soltar. - afirmei - Não enquanto essa louca chamada Patrícia não soltar minha amiga.

- Acha mesmo que me importo com essa idiota? - bufou - Pode ficar com ela pra você, ela não serve pra nada!

Essa garota só pode ser louca! Primeiro sequestra Anna, e depois ignora a própria amiga.

- Paty, o que está acontecendo? Eu sou sua amiga!

- Me poupe, garota. - revirou os olhos

Fico boquiaberta com sua atitude. Abaixo o canivete e Noemi corre na direção de Patrícia e as duas saem no tapa.

- CARLA! - Anna corre até mim e me abraça - Vem, vamos embora!

- Não. - continuo vendo a briga delas - Elas vão se matar.

- Não temos nada a ver com isso. - tentou me convencer a ir embora - Vamos embora.

Olho novamente para elas e sinto uma dúvida cruel. Devo separar as duas? Ou devo fugir?

- Anna, me ajude a separá-las.

Fui em direção a elas. Puxei Patrícia e Anna puxou Noemi. Ela tentou fugir de meus braços.

- Eu ainda vou acabar com vocês!

- Cale a boca, sua falsa! - Noemi chorava - Eu te odeio!

- Carla, vamos embora. - Anna estava tremendo

- Não, você não entende! - deixei algumas lágrimas escaparem - Essas duas mataram a minha irmã. Eu não posso deixar isso assim.

- Era pra ter sido você, VOCÊ! - gritou - Mas foi melhor assim, agora você está sofrendo com a morte dela. E eu vou fazer você sofrer ainda mais. Nesse momento alguém está invadindo a sua casa. Quem está lá mesmo?

- O quê!? - fiquei desesperada - Armou tudo isso para eu não estar em casa na hora que... - entendi o plano dela - EU VOU TE MATAR!

Encho seu rosto de tapas. Rolamos no chão. Sinto os braços de Anna me puxar.

- Droga, me deixa acabar com ela!

- Não. Você não pode ir pra cadeia. Não vou deixar.

Vejo uma ambulância passar na rua. Foi quando me toquei. Patrícia disse que me faria sofrer mais, ela não estava brincando.

- Anna, eu não deixei o Nathan ir pra casa. Eu pedi pra ele ficar comigo. - sinto uma dor forte

Corro em direção à garota no chão e puxo seu cabelo.

- O que você fez?

- Vai descobrir. - sorriu

Dei-lhe um soco no nariz e ela chorou de dor. E então escuto as sirenes da polícia. A viatura estaciona e nos manda levantar as mãos.

- Vocês vão contar o que está acontecendo aqui ou na delegacia? - um dos policiais pergunta

Nathan's POV

- Eu já disse, não é necessário ir para o hospital.

- Pelo menos para fazer um curativo. - Evelyn disse encarando o cara que tentou me matar - Cara, você não sabe o quanto está ferrado...

- Vai se ferrar!

- Ui, ele é bravinho... - ela provocou

Paulo conseguiu me salvar. A bala pegou de raspão. Ele imobilizou o homem e não deixou que ele ferisse mais alguém. Fomos ligar para uma ambulância e para a polícia. E eu percebi que Carla havia deixado um bilhete. Aquilo me fez ficar preocupado.

- Você sabe onde Anna está? - Caíque perguntou com uma voz calma, mas era só um disfarce. eu sei que ele queria voar no pescoço dele

- Anna tem o cabelo curto? - assenti - Então é ela mesmo. Nossa, que mulher hein...

- Mano, você sabe que eu vou quebrar a sua cara se falar mais alguma coisa da minha namorada, não sabe?

- A polícia está demorando, não? - Paulo perguntou

- Sim.

- Podem ter encontrado um problema no caminho e estão tentando resolver. - Caíque diz

- Carla! - falo, sentindo uma forte dor no peito

Sorte É Ter Você ( FLY ) Onde histórias criam vida. Descubra agora