PARA FELICIDADE DE ZELINA jantou nos seus aposentos. O jantar do feriado do rei só permitia a entrada de gente com sangue nobre.
A noite do feriado de Rainha Kitra era sempre a mais quente de toda a estação, e hoje não fugia à regra. Ela olhava através da sua janela aberta para a cidade à sua frente.
Segundo a lenda de Rainha Kitra quando esta chegou a Irta, com o exercito de seu marido, um rei ditador e corrupto ainda governava, recusando-se sair do palácio e se render. O povo pôs velas em todas as janelas de suas casas como sinal de revolta contra o seu rei. Na praça do mercado foi feita uma grande fogueira onde foi levado o rei e sua família depois de capturados. Do topo de um palco improvisado atiraram-os um a um para as chamas, ouvindo-os gritar de dor entre os sons de tambores e urros alegres do povo que pensavam que iam para algo melhor.
De facto, foram para algo melhor, durante anos, Markien, se tornou um reino que fazia inveja a outros, de tão seguro e alegre que era. Mas, à cinquenta e sete anos atrás, o avô do actual Rei de Markien, Johnayris, deitou tudo a perder, tornando-o naquilo que é hoje. Cheio de pobreza, medo, corrupção e sem esperança.
Zelina olhava para as casas lá ao fundo, iluminadas pelas velas, e o efeito era magnifico visto do palácio. Vermelho, laranja e amarelo. Fogo. O elemento que mais a fascinava.
A porta abriu-se e, Zelina que ainda olhava para a cidade, revirou os seus olhos azuis - Que quer, príncipe?
Ele não lhe respondeu logo mas ela sentiu-o a ir em sua direcção, parando um passo atrás dela.
- É bonito, não é?
Ela simplesmente assentiu.
Ainda estava magoada com ele, o que era uma estupidez, absurdo! Ela não devia estar assim.
- Desculpa. - sussurrou ele. - Eu não o queria ter dito.
- Mas disseste. - Zelina continuava a fintar a cidade.
- Eu sou impulsivo. - justificou.
Ela virou-se para o encarar e quando o fez viu o olhar dele foi para o seu decote profundo, nem um segundo chegou para que ele erguesse o olhar mas foi o suficiente para Zelina saber que o vestido que as aias lhe fizeram cumpriu o objectivo.
Era todo negro com bordados dourados a imitar chamas, desta vez sem a racha de lado. Era sensual, com o seu longo decote, mas era digno de uma nobre, não de uma cortesã.
Ele tambémestava bastante bonito, o seu longo cabelo branco estava brilhante e bem arranjado fazendo asua tatuagem se evidenciar mais, também, para nao variar, estava todo vestido de negro, tirando acamisa branca com a gola aos folhos.
- Vai dançar comigo esta noite? - perguntou ela, com o seu olhar desafiador.
- Tinha pensado nisso.
O príncipe deu-lhe o seu braço e ela aceitou - Optimo.
*
O salão tinha sido estilizado com as cores do feriado, as cores do fogo. Divãs vermelhos, do tecto caiam tecidos de seda com vários tons de amarelo e laranja. Havia rosas vermelhas em todos os cantos e os criados usavam roupas finas com tons de cinza embora tivessem ao peito uma rosa também.
A banda tocava musicas alegres no palco e muitos já dançavam no centro, com as suas roupas coloridas e alegres.
Mais um objectivo comprido de Zelina, ela sem duvida iria chamar a atenção com aquele vestido negro no meio daquela cor toda.
VOCÊ ESTÁ LENDO
União dos Assassinos
FantasíaZelina Abderus é uma ladra, falsificadora e assassina à muito procurada no Reino de Markien. Fortunas são oferecidas a quem a entregar ao novo Rei com vida. Mas derivado as poções que arranja ela pode andar no Reino sem ser reconhecida por ninguém. ...