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Era uma vez, há alguns erros atrás, eu estava na porta da escola com meu grupo de amigas, foi quando Harry apareceu, eu estava na mira dele e ele me pegou de jeito.

Veio caminhando com seus cabelos cacheados e seu estilo bagunçado, eu era uma garotinha e ele me encontrou.

- A culpa é minha? - Grito, o barulho da música está alto.

- Não há culpados, Taylor. - Ele bufou e deu um passo para trás.

- Harry... - Ele se afastou levando a garota morena com ele, ele se foi sem mim.

Ele estava longe mesmo quando estava ao meu lado, desde que eu o conheci, ele nunca ligou para mim ou para o que eu sentia, e de certa forma acho que eu gostava disso. Eu estava em mais uma das festa que ele costumava a ir, eu nunca tinha ido a lugares como aquele antes de conhecer ele, e quando as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto eu percebi que a culpa era minha.

Eu era culpada pois eu sabia que ele era problema quando ele apareceu, ele sempre me levava para lugares desconhecidos, nós nunca havíamos ido na casa dele, era como se ele não me quisesse como parte da vida dele, era bem feito pra mim, por ter me deixado levar por um sorriso bonito.

- Ele nunca verá você chorar. - Virei para ver quem falava comigo, com a pouca luz da festa não dava pra enxergar direito mas eu não o conhecia.

- Desculpa, mas quem é você? - Passei as mãos abaixo dos olhos numa tentativa falha de secar as lágrimas, mesmo elas ainda escorrendo.

- Nada de desculpas gatinha. - Ele rio e me estendeu um lenço. - Olha, não se sinta mal. - Ele apoiou a mão em meu ombro. - O Harry é assim, ele faz garotas chorarem e finge que não é o motivo delas estarem se afogando em lágrimas.

- Em minha defesa, quando eu me arrumei toda essa noite, eu não sabia que ele ia pedir pra eu o esperar em um canto qualquer enquanto ele me traia com outra no banheiro. - Disse irritada e aos prantos.

- Está certo, ninguém se prepara para isso. - Ele riu.

- Ótimo, agora eu sou a piada.

- Não! Desculpa? - Ele disse rápido. - Não é. Vem comigo? - Ele esticou a mão. - Eu te levo para casa. - Olhei ele de cima a baixo desconfiada, ele era bonito demais para perder tempo com uma garota traída e chorona, era uma festa e ele poderia ficar com qualquer garota ali. - Olha, eu não vou fazer nada com você, eu não sou como o Harry. - Ele rio novamente. - E talvez eu seja o cara mais confiável dessa festa.

- Eu vou discar o número da polícia e se você tentar algo eu juro que eu ligo. - Quem eu estava tentando enganar? Eu não sabia aonde estava e eu não tinha como voltar para casa já que Harry tinha me abandonado ali.

- A polícia? Não vamos precisar disso. - Ele rio olhando pra baixo. - Vamos? É a ultima vez que eu te chamo.

- Vamos concordei.

Ele me deu a mão e caminhamos do canto escuro da festa até o carro dele, passei por todos tentando não demonstrar o quanto estava destruída, mas todos pareciam saber quem era o Harry e o que ele havia feito comigo.

- Dessa vez ele pegou pesado. - Uma garota disse para outra enquanto nós passávamos por elas, eu sabia que elas estavam falando de mim.

- Não liga! - O rapaz que segurava minha mão sussurrou no meu ouvido. - E então aonde você mora? - Ele perguntou quando entramos no carro.

- No centro de Londres. - Disse baixo enquanto digitava o número da polícia no celular.

- Você está um pouco longe de casa, não é? - Ele rio esticando o pescoço para ver a tela do meu celular.

- Sim. - Respondi seca.

Embora ele estivesse sendo legal eu não queria conversar, meu coração tinha acabado de ser feito em pedacinhos, eu só conseguia chorar e chorar. Passamos boa parte da viagem em silêncio, na verdade eu chorei feito uma criança e ele ficou quieto e só perguntou para onde tinha que virar.

- Então é aqui. - Ele desligou o carro e me encarou. - Você molhou todo o meu carro e eu ainda nem sei seu nome.

- É Taylor. - Sorri pela primeira vez naquela noite. - E o seu?

- Calvin, Calvin Harris. - Ele disse me dando a mão. - É um prazer Taylor.

- Eu fui péssima com você, me desculpe.

- A culpa não é sua, Taylor. O Harry que não sabe amar. - Ele bufou e olhou para o lado, parecia estar chateado. - Pega meu número e me liga se precisar que eu te salve novamente.

- Obrigada Calvin. - Sai do carro e caminhei até a entrada de casa. - Obrigada! - Gritei enquanto ele saia com o carro.

Ele buzinou duas vezes antes de ir, minha mãe estava na sala quando eu entrei, ela estava preocupada, já era tarde, corri para o quarto evitando ela, fechei a porta e me joguei no chão . O medo mais triste chegou causado arrepios, ele nunca me amou, ou a ela, ou a ninguém, ou a qualquer coisa e agora eu estava sentada no chão duro e frio chorando.

Begin AgainOnde histórias criam vida. Descubra agora