É meia noite e Harry veio me buscar com os faróis apagados, arrumo minha saia curta e apertada e retoco meu batom vermelho, um vermelho clássico do jeito que ele gosta.
- Quanto tempo, Taylor. - Ele diz assim que entro no carro.
Ele está com os cabelos mais longos jogados para trás, um olhar de James Dean sonhador e usa um casaco preto por cima da camisa branca, ele é sempre tão estiloso.
- Já faz tempo desde a ultima vez que eu ouvi falar de você. - Pigarreie e lembrei do nosso ultimo encontro e de como tudo tinha mudado desde então.
- Algum tempo. - Ele da de ombros e foca por um bom tempo seus olhos na estrada.
O caminho é longo e sinto que não deveria ter concordado em sair com ele novamente, uma das mãos dele passeia pela minha coxa enquanto a outra segura o volante.
- Onde vamos Harry? - Pergunto enquanto damos voltas e voltas por ruas desconhecidas por mim.
- Para minha casa. - Ele me olha com olhos selvagens e intimidadores, quero cobrir meu corpo e desviar seu olhar pesado de mim, sei que Calvin não faria com que eu me sentisse assim, tão insegura.
- Sua casa? - Pergunto incrédula. Eu não sabia quais eram as intenções do Harry para essa noite, mas podia sentir que elas não eram das melhores.
- Sim. - Ele para o carro em frente a uma casa grande e desce.
Espero um tempo dentro do carro mas Harry não volta para abrir a porta para mim, o que me decepciona um pouco, ele não mudou nada. Solto o cinto e dou passos largos e rápidos para por fim alcançá-lo já próximo a porta da frente da casa.
Lá estávamos nós entrando na casa dele, ele tira o casaco e joga em um canto qualquer, está escuro, todas as luzes apagadas, me sinto nervosa.
- Harry? - Sussurro baixo tentando localizar ele.
- Estou aqui. - Sinto seus lábios quentes no meu pescoço e pergunto como ele pode ter chegado atrás de mim sem que eu percebesse.
- Harry... - Seus braços envolvem meu corpo em um abraço por trás enquanto ele deposita beijos ao longo do meu pescoço.
- O que? - Ele diz entre um beijo e outro.
- Ouvi dizer que você está andando por aí com outra garota.
- O que você ouviu é verdade. - Ele sussurra perto do meu ouvido fazendo com com meu corpo estremeça. - Mas eu não consigo parar de pensar em você.
- Eu já me senti assim, algumas vezes.
Penso em Calvin, em como ele me faz bem e o quanto Harry é malicioso e nunca se importa com o que eu realmente sinto. Embora eu tivesse me imaginado diversas vezes ali com Harry não pude evitar pensar em Calvin, ultimamente eu não conseguia parar de pensar nele. Eu estava tão preocupada em me vingar do Harry que deixei passar despercebido o quanto eu gostava de Calvin.
- Então você finalmente vai ficar comigo? - Suas mãos percorrem minhas coxas e tentam subir minha saia.
- Só me leve para casa. - Digo afastando suas mãos de mim. - Só me leve para casa.
- O que houve? - Ouço sua voz mas não posso ver seu rosto, ainda está escuro e sei que Harry deixou as luzes apagadas de propósito, ele queria ter o controle da situação.
- Só me leve para casa, Harry!
- É por isso que nós não demos certo, Taylor! - Ele grita irritado e sinto seu corpo se afastar. - Vá embora daqui!
Não espero que ele diga mais alguma coisa e corro para fora da casa, a luz de rua ilumina o lugar e me vejo novamente sozinha e abandonada por Harry. Olho em volta desesperada, atrás de mim está a casa do Harry, aonde ele está, para onde eu não posso voltar e na minha frente está seu carro, aonde está minha bolsa. Corro desesperada para frente e procuro sem jeito meu celular dentro da bolsa, com os dedos trêmulos disco o número de Calvin.
- Taylor? - Sua voz soa sonolenta. - Esta tudo bem?
- Você pode vir me buscar? - Digo fraco e sinto as lágrimas começarem a escorrer quentes pelo meu rosto.
- Onde você está? Está chorando?
- Eu estou na casa do Harry. Eu sinto muito. - Levo minha mão aos cabelos e os seguro com força. - Eu sinto muito.
- Fique onde está, Taylor! - Soluço fundo e tenho certeza que ele pode ouvir. - Não chore. Eu chego aí em pouco tempo.
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Begin Again
FanfictionTalvin; "Passei os últimos oito meses pensando no fato de que tudo o que o amor faz é partir, queimar e acabar. Mas, numa quarta-feira, num café, eu vi isso recomeçar."