SERÁ?

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Não adianta as pessoas acharem que eu uso uma lógica louca ou sei lá. Todos nós não somos especiais pra ninguém, apenas fazemos parte da vida de alguém.

Estava realmente confuso com as coisas que vinham acontecendo. No domingo de manhã já estava em casa e mal cheguei recebi uma mensagem do Lucas.

LUCAS: Obrigado pelo final de semana, foi muito divertido. Te vejo segunda na escola.

Não respondi a mensagem. Depois de tudo o que fiz com a namorada dele, ex – namorada, o Lucas ainda queria ser meu amigo. Entrei na sua rede social e comecei a ver o perfil dele, as coisas que ele postava e a última postagem dele foi que o final de semana dele foi um dos melhores que já teve, somente com pessoas especiais.

Me senti estranho depois daquilo, eu sou gay e queria que o Lucas soubesse, ou se ele já sabia não queria prejudica-lo para que as pessoas ficassem falando coisinhas sobre nós. O Lucas era uma pessoa boa, só queria o bem dele. Então resolvi responder a sua mensagem.

EU: Também me diverti muito Lucas, obrigado por tudo!

LUCAS: Não precisa agradecer não.

EU: Preciso falar muito sério com você...

Ele me ligou e pensei várias vezes em não atender, mas precisava fazer a coisa certa.

_ Alô!

_ Disse que precisava falar sério comigo... Aconteceu alguma coisa? _ perguntou ele.

_ Ah... Lucas eu não sei como falar.

_ Posso ir aí se quiser.

_ Não, não precisa. Lucas você sabe que sou gay não sabe? _ Ele ficou em silêncio, na certa decepcionado. _ Eu não quero que as pessoas pensem coisas sobre a gente, sobre você. Você é uma pessoa maravilhosa, e eu não quero prejudicar você.

Silêncio.

_ Fala alguma coisa.

Desligou. Meia hora depois estávamos sentados na frente de casa em um parquinho que havia ali.

_ Por que achou que sua sexualidade iria interferir na nossa amizade? _ Lucas perguntou.

_ Não sou de fazer amizades, ninguém me notava na escola, na verdade ninguém mesmo. Meu maior medo é prejudicar alguém que gosto, Lucas eu sou uma pessoa que não influência em nada, não sou uma pessoa legal para as pessoas se sentirem bem comigo. Eu nunca fiz aquelas coisas que fiz com você. Nunca sai com ninguém da escola pra ir ao cinema, ou dormia na casa de alguém. As pessoas passam por momentos em suas vidas que nunca imaginei passar, as pessoas sorriem a toda hora coisa que só faço quando realmente estou feliz.

Ele sorriu pra mim. E eu sorri de volta.

_ O que você está fazendo? _ Parei de sorrir e fiquei sério.

_ Só sendo o amigo que você sempre sonhou em ter.

_ Desculpa falar essas coisas.

_ Não precisa pedir desculpas. Depois do que houve entre você e a Brenda, eu percebi o quanto uma amizade vale mais que um relacionamento. Sabe eu me mordi de raiva quando escutei ela te ofendendo, sabe eu queria encher ela de soco por você, por que me deu uma vontade, e foi por isso que eu pedi pra você sair de lá várias vezes, mas você foi teimoso e não quis sair, e aí acabou se machucando. Me senti culpado por aquilo. Eu precisava fazer alguma coisa...

Sorri para ele. É incrível o poder que as pessoas tem, aquele poder de fazer com que cada pedaço do nosso corpo se sinta confortável com a presença de quem nós gostamos.

Depois que Lucas foi pra casa deitei-me na cama e fiquei pensando em tudo que havia acontecido, é claro em tudo mesmo.

Na manhã de segunda estava eu indo pra escola de moletom, por que o frio era demais, minha boca já estava toda cortada, minha mãe mandou eu passar manteiga de cacau, mas parecia que não estava resolvendo. Chegando na escola eram sempre as mesmas coisas, a única diferença é que agora eu e o Lucas ficávamos juntos no intervalo. E aquela amiga minha que eu defendi, tinha virado amiga da Brenda. Isso sim é coisa de doido.

Passamos a semana conversando sobre tudo, ele me indicou alguns filmes, e eu alguns livros, até emprestei alguns pra ele ler.

Na sexta saindo da escola Lucas me mandou uma mensagem.

LUCAS: Chamei uma galera, festinha lá em casa, meus pais vão viajar amanhã.

EU: Não vai dar, e outra não conheço ninguém, obrigado pelo convite, mas é melhor não.

Ele me ligou de novo.

_ Tá recusando um convite meu? _ ele disse.

_ Não, não é isso. Se seus pais souberem eles matam você, e outra o pessoal da escola vai estar lá, melhor deixar pra outro dia.

_ Tem certeza que não quer vir?

_ Tenho sim, divirta-se.

_ Tudo bem... Tchau.

_ Até mais.

LUCAS: Festinha cancelada, que tal assistirmos um filme e comer alguma coisa lá mesmo?    

Meu Melhor Amigo GayOnde histórias criam vida. Descubra agora