Capítulo 13 - Desfazendo o mal entendido.

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A cabeça doía por conta do ferimento. O orgulho doía ainda mais por saber que fez algo tão tolo quanto deixar a arma em casa. Tudo porque não queria aborrecer Joni. Felizmente o bandido também não estava armado. 

Mas a dor maior castigava seu coração, porque sabia que a deixou escapar. Tentou falar com ela, mas Joni se recusava a atender o telefone. Devia estar apavorada com tudo que viu no dia anterior. Precisava explicar que as coisas nem sempre aconteciam dessa maneira. Podia contar nos dedos de uma das mãos as vezes em que teve de sacar a arma ou partir para a agressão física. Na maior parte do tempo, seu trabalho consistia em conversar com as pessoas, preencher formulários e dirigir pelas ruas tentando combater o tédio. Quando Joni entendesse que sua profissão não era apenas ação e perigo, ela se sentiria melhor com relação a ele. Com relação a eles. 

Carter bateu na porta do apartamento. Nenhuma resposta. Sabia que ela não ia trabalhar desde o dia anterior, quando telefonou dizendo estar doente, e viu o carro no estacionamento, o que significava que ela estava se escondendo. 

- Vamos, Joni, sei que está em casa. Se não abrir a porta, vou ficar aqui batendo e gritando até os vizinho reclamarem. 

- Vá embora. 

- Não. 

- Não quero falar com você. 

- Precisamos conversar. Não esqueça que temos um jantar com sua família na sexta-feira. 

- Vou dizer a GP que vc está doente. 

- O que espera conseguir com isso? Ela vai inistir para a leve até minha casa com uma panela de canja de galinha. Sua avó não é o tipo mulher que desiste com facilidade. 

- Telefono para você mais tarde. 

- Precisamos conversar agora. Por favor, Joni, não me faça continuar gritando. Minha cabeça doí... 

Ela abriu a porta, mas manteve a corrente de segurança. 

- você melhorou?  

- Levei quatro pontos. Quer ver? 

- Não é necessário. Fico satisfeita em saber que está bem. 

- Não vai me deixar entrar? - ele exibiu o cesto que havia deixado no chão do corredor. - Trouxe algo para você. 

- Laranjas?  

Carter olhou para a cesta de frutas envolta em celofane. 

- Lembrei de você quando as vi. - Na verdade, havia lembrado da proximidade física provocada pelo jogo de passar a laranja no churrasco na casa dos pais dela. 

Joni suspirou, fechou a porta, removeu a corrente e voltou a abri-la. 

- Entre - convidou-o resignada. 

O apartamento era simples, porém feminino, mobiliado com peças de couro branco e adornado por uma única gravura de Georgia O'Keefe na parede sobre o sofá. Uma manta de chenile sobre a poltrona dava um toque de cor e suavidade ao ambiente. 

- Obrigada pelas laranjas . - ela deixou o cesto sobre o balcão que separava a cozinha da sala de jantar. O tecido fino da camiseta cor-de-rosa modelava seus seios, revelando que ela não usava um sutiã, e as pernas pareciam ainda mais longas expostas pelo short branco. Os cabelos estavam soltos, os pés, descalços. - O que aconteceu depois que eu parti?  

- O bandido que me agrediu foi levado para a cadeia. Tem uma ficha criminal mais longa que meu braço, mas sua inteligência é reduzida, ou ele não teria tentado roubar um carro em plena luz do dia em frente de um restaurante lotado. 

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