Capítulo 18 - A Sensação de culpa.

1.9K 144 7
                                    

  Joni esperava que GP tentasse fazê-la mudar de idéia. Também não se surpreenderia se Carter aparecesse uma ou duas vezes para para lembrá-la do que estava perdendo. Mas, em vez disso ambos desapareceram de maneira suspeita, deixando-a sem ninguém além de si mesma para culpar por sua infelicidade.

   Na sexta-feira, quando chegou em casa do trabalho, estava esgotada por muitas noites de insônia e dias de angústia. Rompera relacionamentos antes, mas nunca a experiência havia sido tão fisicamente dolorosa, nunca antes esteve tão irrítavel e frágil.

   Se amar era isso, porque as pessoas perseguiam tal sentimento? Vivia dividida emtre a ansiedade de rever Carter e o medo de encontrá-lo. O que diria? Como poderia deixar de revelar quando ainda o desejava? O encontro estava marcada para aquela noite, e ainda não sabia como agir.

   Ao examimar a correspondência, ela se deparou com um envope branco subscrito com uma. caligrafia familiar. No cartão dentro dele havia um desenho de um brilhante coração vermelho. GP escrevera:

   Sei que não quer mais os meus conselhos, mas, como sua avó, é mei dever oferecê-los assim mesmo. Não vai querer chegar a minha idade e olhar para trás arrependida por todas as coisa que não fez. Assim, tenho cuidado com as escolhas que faz. Na dúvida, creio que é sempre melhor seguir o coração. Com amor, GP.

   Para alguém como sua avó, a mensagem breve demonstrava uma impressionante reserva, indicação de que talvez ela sentisse a dor da neta. Siga seu coração. Como se fosse simples. Seu coração dizia que ela amava  Carter. Amava-o tanto, que chegara a duvidar da possibilidade de viver sem ele.

  Se seguisse seu coração, não hesitaria em declarar seu amor por ele. Mas um outro orgão igualmente importante, seu cérebro, insistia em colocar-se no caminho. Dentre todas as pessoas, GP deveria entender sua relutância em envolver-se com Carter. Afinal, ela perdera seu grande amor em um acidente aéreo, e sofrera muito com a dor da perda. Se já sofria agora por ter de abrir mão de Carter, o sofrimento não seria muito maior depois, dentro de dez ou vinte anos?

  Enquanto tomava banho e se preparava para o encontro, ela pensava no cartão enviado pela avó. Corria mesmo o risco de arrepender-se no futuro por ter desistido de Carter? Joni respirou fundo. Era hora de parar de mentir. Sim, se desistisse de Carter acabaria se arrependendo. Amava-o, e ele já havia deixado claro seu amor por ela. Então, por que não podiam encontrar uma solução?

  A resposta veio como um raio. O problema não era Carter, mas o trabalho dele. Se ele escolhesse outra profissão, nada mais os impediria de estarem juntos.

  Carter havia dito que a  amava. Era um Homem romântico que acreditava no destino. Talvez o destino a houvesse colocado em sua vida para afastá-lo daquele trabalho perigoso. Conversaria com ele sobre o assunto, e estava certa de que ele a ouviria.

  Animada, Joni vestiu-se cantarolando um tango. Aquela seria uma noite maravilhosa. Decisiva. Ela e Carter podiam ser felizes juntos. Mal podia esperar para dizer isso a ele.

Diga que me quer!Onde histórias criam vida. Descubra agora