Capítulo 19 - Nem tudo que sonhamos, e o real para nós.

2.2K 148 13
                                    

   Na manhã seguinte, enquanto Carter tomava banho depois de levá-la ao clímax mais uma vez, Joni foi preparar o café. Quando retornou, ela o encontrou fazendo a barba com uma lâmina descartável, os cabelos molhados e uma toalha enrolada em torno da cintura. Vê-lo daquela maneira, tão à vontade em sua casa, fazia seu coração derreter.

   Ela deixou a xícara de café sobre o mármore da pia.

- Estive pensando...   - começou.

   Carter limpou o barbeador e encarou-a.

- Em quê?

- Em nós.

- O que quer que tenha para dizer, há algo que precisa saber antes.

- O que é?

- Amo você. - E beijou-a no rosto. - Caso não tenha sido tão claro antes.

- Eu... sei que me ama.  - Joni respirou fundo e pronunciou as palavras que estavam ecoando em sua cabeça durante toda a semana. - Também amo você.

- Ah... E o que vamos fazer com esse sentimento?

- Tive muito tempo para pensar nas coisas. Acho que encontrei uma solução para tudo que me incomoda.

- Refere-se ao meu  trabalho como policial?

- Exatamente. Depois do que aconteceu ontem à noite,  estou certa de  que já  percebeu que a única alternativa para nós é você desistir desse emprego.

- O que?

- Acho que deve desistir do seu emprego. Não precisa ser um policial.

- O que espera que eu faça?

- Qualquer coisa. Pode ser professor, ou trabalhar aconselhando adolescentes  em uma dessas organizações de apoio para jovens problemáticos. Deve ter conhecer várias delas.

- Então acha que é assim, tudo simples? Devo jogar pela janela dez anos de trabalho e dedicação só porque você não consegue lidar com minha escolha profissional?

- Não sou só eu. Vi como  ficou  ontem à noite. Sei que esse  trabalho o pertuba e esgota.

- E quando ao que me dá em troca?  Isso não conta para nada? - Carter tirou a toalha da cintura vestiu a xueca e a calça.

- O que está fazendo?

- Indo embora - ele respondeu, vestindo a camisa a caminho só quarto.

- Não pode sair agora. Temos que conversar.

- Não tenho mais nada a dizer. - Carter se setou-se na cama  para calçar as meias e os sapatos. Depois levantou-se e saiu, abotoando a camisa enquanto caminhava.

   Joni o seguiu até a porta da frente.

- Não sei porque ficou tão pertubado. Será que nunca considerou...

   Ele parou e se virou, as mãos estendidas como se pretendesse agarrá-la, mas abaixou os braços antes mesmo de fazer o contato.

- E se eu sugerisse que deixasse de ser enfermeira só por eu não gostar de sua profissão?

- É diferente. Meu trabalho não é perigoso. Não tenho motivo algum para desistir dele.

- Nem eu tenho razão para deixar de ser policial, exceto... Vem, parece que não sou digno de seu esforço para correr qualquer tipo de risco. Lamento, mas a vida é um eterno risco. Aceite a realidade e siga em frente.

- Você disse que me ama.

- Você disse a mesma coisa sobre mim. E se me ama, tem que me amar como eu sou, por inteiro. meu trabalho faz parte do pacote.

Diga que me quer!Onde histórias criam vida. Descubra agora